quinta-feira, 2 de março de 2017

Até logo, João!

José Saúde

Chamava-se João José Neca Cataluna e nasceu em Serpa no dia 18 de maio de 1957. O seu percurso futebolístico foi literalmente brilhante. A sua magia no interior das quatro linhas gerava emoções e as suas diabólicas fintas deliciavam um público que irrepreensivelmente se rendia às suas ancestrais jogadas. Escrevo, infelizmente, sobre um amigo que muito cedo conheci e que me encantava na arte de bem jogar futebol: o “Macarrão”. É óbvio que o epíteto se estendeu pelo clã familiar de um triunvirato iniciado pelo Tony, estendeu-se ao Manel, já falecido, e culminou com o João, três irmãos que orgulhosamente defenderam, com fulgor, as cores do FC Serpa. É difícil sintetizar uma narrativa quando a temática é marcada pelo falecimento, inesperado, do “Macarrão”. Um rapaz simples, simpático e honesto, não só no cosmos do futebol, bem como membro de uma sociedade que sempre lhe teceu rasgados elogios. O João legou os dotes de atleta refulgente aos seus filhos, Bruno, Rui e Diogo, que copiosamente lhe seguiram os passos, sendo que a alcunha “Macarrão” permanece ao rubro numa região em que os adeptos, fãs de bola, o recordarão eternamente. O FC Serpa, passando pelo Desportivo de Beja e Atlético de Moura, foram emblemas que fizeram parte do seu longo percurso como jogador de eleição. Serpa, o seu torrão natal, prestou-lhe, no pretérito 28 de fevereiro, a derradeira homenagem no preciso momento em que a dor e o pesar consumiam almas surpreendidas pelo tão drástico desfecho. Carpindo o seu triste fim, esteve um povo que jamais olvidará a sua estrela e que perdurará cintilante no supremo palco do futebol serpense. O seu nome marcará incontestavelmente a história de um excelente jogador que esteve perto de rumar ao Farense, registando-se, também, uma presença de provas no Sporting CP. Confesso que a notícia me deixou, como a todos, estupefacto. Resta-me, humildemente, recordar-te como o “maestro” da bola e orar aos deuses para te colocarem no púlpito dos seus altares. Até logo, João! 

Fonte: http://da.ambaal.pt/

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