José Saúde
Chamava-se João José Neca Cataluna e nasceu
em Serpa no dia 18 de maio de 1957. O seu percurso futebolístico foi
literalmente brilhante. A sua magia no interior das quatro linhas gerava
emoções e as suas diabólicas fintas deliciavam um público que
irrepreensivelmente se rendia às suas ancestrais jogadas. Escrevo,
infelizmente, sobre um amigo que muito cedo conheci e que me encantava
na arte de bem jogar futebol: o “Macarrão”. É óbvio que o epíteto se
estendeu pelo clã familiar de um triunvirato iniciado pelo Tony,
estendeu-se ao Manel, já falecido, e culminou com o João, três irmãos
que orgulhosamente defenderam, com fulgor, as cores do FC Serpa. É
difícil sintetizar uma narrativa quando a temática é marcada pelo
falecimento, inesperado, do “Macarrão”. Um rapaz simples, simpático e
honesto, não só no cosmos do futebol, bem como membro de uma sociedade
que sempre lhe teceu rasgados elogios. O João legou os dotes de atleta
refulgente aos seus filhos, Bruno, Rui e Diogo, que copiosamente lhe
seguiram os passos, sendo que a alcunha “Macarrão” permanece ao rubro
numa região em que os adeptos, fãs de bola, o recordarão eternamente. O
FC Serpa, passando pelo Desportivo de Beja e Atlético de Moura, foram
emblemas que fizeram parte do seu longo percurso como jogador de
eleição. Serpa, o seu torrão natal, prestou-lhe, no pretérito 28 de
fevereiro, a derradeira homenagem no preciso momento em que a dor e o
pesar consumiam almas surpreendidas pelo tão drástico desfecho. Carpindo
o seu triste fim, esteve um povo que jamais olvidará a sua estrela e
que perdurará cintilante no supremo palco do futebol serpense. O seu
nome marcará incontestavelmente a história de um excelente jogador que
esteve perto de rumar ao Farense, registando-se, também, uma presença de
provas no Sporting CP. Confesso que a notícia me deixou, como a todos,
estupefacto. Resta-me, humildemente, recordar-te como o “maestro” da
bola e orar aos deuses para te colocarem no púlpito dos seus altares.
Até logo, João!
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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