O 8.º Congresso Internacional de Atividade Física e Desporto (CIAFD), organizado pela Escola Superior de Educação, de Beja decorreu em maio de 2019. A pandemia não permitiu a realização da nona edição, em 2020, e certamente, este ano, o impedimento irá, inevitavelmente, manter-se.
Texto e Foto Firmino Paixão
“Sobre a viabilidade de realização do CIAFD 2021, devido à incerteza dos tempos, não nos é possível emitir uma opinião”, assegura Vânia Loureiro, docente da Escola Superior de Educação, no Departamento de Artes, Humanidades e Desporto e coordenadora do congresso. “Vamos manter ciclos regulares de formação, preferencialmente creditada pelo IPDJ, que disponibilizem momentos de reflexão, atualização e partilha de conhecimento”, adianta.
Não obstante a não realização do Congresso, a Escola Superior de Edução (ESE) de Beja manteve a sua ação pedagógica?
Devido ao contexto pandémico, em 2020, não foi possível realizar o 9.º CIAFD. No entanto, mantivemos o nosso objetivo de difundir novos conhecimentos. Em formato “online”, as comissões de curso do mestrado em Atividade Física e Saúde, licenciatura em Desporto e curso técnico superior profissional (CTeSP) em Desporto, Lazer e Bem-Estar, articulados com o Laboratório de Atividade Física e Saúde do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), implementaram um ciclo de ‘webinares’ intitulado “Atividade Física e Desporto: Ferramentas úteis em contexto de trabalho”. Num contexto de formação ao longo da vida e de reforço da formação dos nossos alunos, de 29 de maio a 17 de julho de 2020, realizaram-se oito ‘webinares’ que reuniram 15 preletores diferentes, num total 16 horas de formação. Todos vivíamos um momento novo… o ciclo reuniu 574 inscritos de 10 países e gerou 38 872 interações nas redes sociais.
Que temas é que estão em agenda e que não tem sido possível partilhar?
O que considerávamos prioritário antes da pandemia poderá não fazer sentido quando a mesma acabar. Será prioritário promover a prática de atividade física em todas as idades e nos diversos contextos desportivos. Para já, a primeira formação deste ano ocorre a 26 de fevereiro com a formação intitulada “Etapas para o sucesso das técnicas de nado alternado em natação”. Toda a informação pode ser consultada nas nossas redes sociais, através do Facebook (curso de Desporto IPBeja) e Instagram (@desporto-ipbeja).
As temáticas associadas ao CIAFD estavam a impactar na comunidade académica e na sociedade civil?
Os resultados são muito positivos. No último congresso, o número de inscritos foi o maior de todas as edições, vieram pessoas de Portugal e do estrangeiro, algumas delas acompanharam-nos ‘online’ e ingressaram no nosso mestrado. Destacamos que, desde 2017, o congresso deu origem a livros. Em 2017, o livro “Novos tempos do ‘fitness’: da teoria à prática”, disponível através do ‘link’ http://hdl.handle.net/20.500.12207/4529; em 2018, “Atividade Física e Desporto. Diversos Contextos de Intervenção”, à venda na loja Cubo do IPBeja e, em 2019, o livro “Exercício Físico e Desporto. Tendências e novas abordagens”, disponível em http://hdl.handle.net/20.500.12207/5238.
As pessoas fazem muitas caminhadas, se calhar, sem a perceção da intensidade necessária à promoção de melhor saúde? Ainda assim, é melhor do que o sedentarismo?
Sobre esse tema gostaríamos de passar três mensagens determinantes: a atividade física e o sedentarismo não são o reverso da mesma moeda; fazer alguma atividade física é melhor do que nada e, sobre o sedentarismo, procurar interromper frequentemente os tempos sedentários, por exemplo levantar-se a cada 30 minutos e caminhar um pouco. Ainda sobre as caminhadas, vários estudos referem os seus benefícios para a nossa saúde. Um estudo recente revelou que três caminhadas por dia, de dez minutos e com passo acelerado, é um comportamento muito benéfico, saudável e que devemos adotar.
De que forma poderia a ESE ajudar a comunidade local a tornar-se mais ativa?
A decisão de ser ativo está em cada um de nós e em reconhecermos que a atividade física é a solução não farmacológica mais vantajosa, custo-benefício, para a nossa saúde. Os profissionais são determinantes na adesão e na manutenção dessa prática, sendo para isso fundamental possuírem boas competências profissionais e a necessidade de constante formação pois trata-se de uma área em constante atualização. No entanto, gostaríamos de destacar que o projeto UP Again Sénior, apoiado pelo Programa Nacional de Desporto para Todos, através da atividade física, promove a saúde e bem-estar de adultos com mais de 65 anos. Este projeto disponibiliza muita informação através da sua rede social (https://www.facebook.com/upagainsenior), particularmente relevante no atual momento que vivemos.
Poderia existir uma atividade periódica, patrocinada por qualquer entidade local, que promovesse essa atividade com o enquadramento e supervisão de especialistas?
As evidências da relação positiva entre a prática de atividade física e saúde são incontestáveis. Os profissionais de exercício possuem uma carteira profissional, que exige investimento constante. Muitos deles, ambiciosos, investem na sua formação avançada, em mestrados e doutoramentos. A atividade dos profissionais do exercício deve ser respeitada, valorizada e considerada nas equipas multidisciplinares promotoras de saúde. Através do nosso Laboratório de Atividade Física e Saúde, e dos projetos que desenvolvemos, existem já bastantes casos de sucesso. A articulação com decisores locais, como as câmaras municipais, é determinante. Estaremos sempre disponíveis para parcerias e para ajustar programas às necessidades, inclusivamente em contexto laboral.
O curso de Desporto da Escola Superior de Educação mantém uma boa procura e assegurou a certificação da qualidade?
O ano de 2020 registou a maior procura de sempre. A licenciatura e o mestrado foram creditados pela agência nacional externa de avaliação pelo período máximo de seis anos. Tanto o mestrado em Atividade Física e Saúde, como a licenciatura em Desporto e o CTeSP em Desporto, Lazer e Bem-Estar continuam disponíveis para colaborar e contribuir para a saúde e bem-estar da população da nossa região.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt
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