sexta-feira, 8 de junho de 2012

Eduardo Rodrigues revela fragilidades do Mineiro: Fizeram das fraquezas força




É tempo de balanço de uma época em que o Mineiro Aljustrelense passou por alguma instabilidade organizativa, com os jogadores a fazerem greve aos treinos e a reclamarem subsídios em atraso.

Texto e foto Firmino Paixão
Eduardo Rodrigues foi o alicerce sobre o qual se construíram os bons resultados desportivos e se disfarçaram as carências estruturais. A equipa assegurou a manutenção na primeira fase da prova, e na etapa complementar a subida de divisão andou ali muito perto. Nesta altura antigos e atuais dirigentes contam espingardas e contabilizam o défice da temporada, só depois se conhecerá um novo projeto diretivo que ponha ordem na casa e satisfaça os compromissos financeiros em atraso. O técnico faz o seu balanço da temporada, mas na hora de olhar o futuro interroga-se sobre uma eventual continuidade em Aljustrel.

Qual é o balanço faz da última época?Penso que conseguimos aquilo que era pretendido – a manutenção – e até bastante cedo, tendo em conta a forma atribulada como a época começou. Tudo ficou a dever-se ao nosso esforço, trabalho, dedicação e empenho. Toda a gente sabe as dificuldades por que passámos e isso deu-nos mais força para trabalharmos todos os dias.

Conseguir a manutenção na primeira fase retirou pressão ao plantel?Naturalmente, e até às duas últimas jornadas ainda estávamos a sonhar com a 2.ª Divisão, embora isso nunca tivesse sido falado, mas a verdade é que andámos lá perto.

A segunda divisão nacional chegou a ser uma miragem?Eu penso que também fomos afastados desse trajeto. Não gosto de falar de arbitragens, mas em Sesimbra foi uma coisa escandalosa, e depois, em casa com o Quarteirense, fomos afastados de uma possível vitória.

Os atletas do Mineiro fizeram uma época de muita coragem…O sucesso deles deve-se a isso, e sobretudo ao grupo mais veterano. São jogadores com muito caráter, com muita dignidade, que gostam imenso do clube e que deram provas evidentes disso. Estou a lembrar-me do Nelson Raposo, do Estebaínha, do Nuno Alves, do Paulo Serrão, do Duarte, eles souberam transmitir aos mais novos o que é a mística deste clube. Os mais novos trouxeram muita qualidade e também foram importantes para segurar o barco.

Com um treinador muito paciente e tolerante para com as dificuldades…É verdade, e isso resume-se ao facto de em ano e meio de mandato desta direção do clube terem passado por cá cinco treinadores. Se calhar isso diz alguma coisa.

Sentiu-se um homem só ou foi um treinador apoiado?Apesar de todas as dificuldades, o maior apoio que sentimos foram as vitórias e os resultados que conseguimos. Do resto não vale a pena falar, tentaremos resolver cá dentro. Acho que foi muito importante o que conseguimos, num ano em que o Mineiro teve menos orçamento e a duas jornadas do fim, recordo, ainda lutávamos pela subida de divisão.

Vai continuar em Aljustrel na próxima época?Não sei, vão realizar-se eleições para os órgãos sociais do clube e ainda não sei qual é que vai ser o meu futuro.

Sairá de Aljustrel mais enriquecido como homem e como treinador?Sim, os grupos ficam muito mais fortes perante as dificuldades. Quando as coisas correm sempre bem e são corretas por vezes não se constituem grupos tão coesos. Havendo dificuldades, naturalmente que ninguém deseja passar por elas, mas existindo qualidade e a motivação dos recursos humanos sobressaem, foi o que nos aconteceu, tivemos um grupo bastante forte. Soubemos lidar com a situação, aliás, ainda estamos a lidar com ela, mas temos a consciência de que desportivamente a época foi bem-sucedida

Fonte:  http://da.ambaal.pt

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