O ciclo, esse é novo, as ideias também diferem. Na proximidade com a comunidade local, na captação de novos atletas, numa nova dinâmica, novas propostas e novas soluções, sem romper com o historial do clube.
Texto e foto Firmino Paixão
Pedro Brandão é o novo líder da direção do Clube de Patinagem de Beja, eleito numa lista de órgãos sociais que tem Rodeia Machado na presidência da assembleia geral e Jorge Freitas Jorge no conselho fiscal. A candidatura inscreveu um elevado número de novos associados, suficientes para viabilizar o sufrágio e provocou a retirada, antes do ato eleitoral, de uma outra lista de continuidade da maioria dos dirigentes anteriores. E quem é o novo líder da patinagem bejense? “É uma pessoa que está em Beja há pouco tempo, é solicitador de profissão, sempre teve o bichinho do hóquei em patins, que praticou quando era miúdo e, neste momento, propuseram-lhe encabeçar uma lista para tentar fazer um novo projeto para o Clube de Patinagem de Beja e é isso que se pretende e se tentará fazer”, explicou o próprio Pedro Brandão.
Porquê esta inesperada candidatura à presidência do clube?Também foi inesperada para mim, porque foi um convite muito em cima da hora, de algumas pessoas que pretendiam, possivelmente, tentar isolar alguns anticorpos de pessoas aqui de Beja com alguém que não é de Beja e acho que só por isso é que se lembraram de mim, pouco mais poderia ter sido.
O programa fala em abrir o clube à comunidade. Isso não acontecia?O Clube de Patinagem de Beja, no meu entender, tem um problema sensivelmente grave que é o facto de não ter um pavilhão. Torna-se muito complicada a gestão das atividades do clube e, neste particular, temos de reconhecer que este é o único pavilhão possível para a prática da patinagem e do hóquei em patins, porque não há mais nada em Beja. E tem-se descurado um bocado a captação de novos atletas, seja para a patinagem artística, seja para o hóquei. Isso foi um bocadinho descurado e vamos tentar captar mais pessoas para o hóquei porque, segundo me apercebi, perderam-se muitos atletas nestes últimos tempos.
Vamos assistir a um rompimento com o passado e com o historial do clube?De maneira nenhuma! O clube é o mesmo e continuará a ser. O que se pretende é tentar, se calhar, evoluir mais um bocadinho e ir buscar novas soluções, novas propostas, apresentar outro tipo de gestão para o clube que, presumo, não tenha sido feita até ao momento.
Os órgãos sociais têm uma elevada componente de heterogeneidade, com diversas sensibilidades sociais, desportivas e políticas…
A lista, infelizmente, e não digo isto aqui com demérito para quem cá esteja, foi uma lista de recurso, porque foi extremamente difícil conseguir pessoas para preencher alguns cargos. Curiosamente, nunca pensei que seria tão difícil, eu que, enfim, não conheço muitas pessoas em Beja e a maior parte das que conheço são na sequência da minha atividade profissional, portanto, nem sempre estarão dispostas a falar, ou a colaborar comigo, e nos poucos contactos que fiz não consegui que essas pessoas quisessem intervir diretamente, com explicações perfeitamente razoáveis, outras porque não podiam ou não estavam interessadas. Portanto, esta foi uma lista de recurso. Se me disser que tem alguns políticos, é verdade, e confesso que não foram minha escolha, mas, infelizmente, se essas pessoas não avançassem não conseguíamos formar uma lista.
Os antigos dirigentes, que tinham uma lista concorrente, entenderam este vosso movimento como uma espécie de “golpe de Estado”?Sobre essa matéria não lhe vou responder. Tomei conhecimento que não foi apresentada a outra lista no dia das eleições, comprometi-me a estar lá 20 minutos antes e, nesse dia, quando lá cheguei, foi para mim um espanto só haver uma lista candidata. Sobre o que as pessoas podem entender, já não lhe posso responder.
Os atletas, identificados com o projeto anterior, aceitarão o que lhes vai ser proposto?Temos essencialmente dois projetos. Um dedicado à patinagem artística e outro ao hóquei em patins e tentaremos recuperar a patinagem de velocidade, sabendo que será muito difícil. Para o hóquei foram convidados o “Mané” castilho e o Pedro Lucas, que já me fizeram chegar o projeto que pretendem implementar e que eu levarei a aprovação da direção. O mesmo se passará com a “Mané” Godinho na área da patinagem artística. Ninguém se vai embora, todos são do clube, não há fações de coisíssima nenhuma, o que se pretende é, essencialmente, gerir o pouco espaço de que o clube dispõe, tirando o maior proveito daquilo que os atletas têm para dar. Queremos todos os atletas, inclusive os que, por este ou aquele motivo, tenham saído e decidam voltar. São todos bem-vindos, seguramente.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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