O atual executivo do Vasco da Gama Atlético Clube, de Sines, assumiu o compromisso de lutar pelo regresso da equipa sénior à 1.ª Divisão da AF Setúbal, mantendo a sustentabilidade na área da formação.
Texto e foto Firmino Paixão
António Manuel Ribeiro, líder do executivo, não esconde essa ambição, como também não oculta as dificuldades financeiras do emblema da cidade de Vasco da Gama. Por isso, o clube tem marcado presença em todos os eventos públicos realizados na cidade, com uma equipa de trabalho que está consciente do momento que o emblema atravessa, sabendo quanto necessário é ultrapassar as dificuldades e consolidar a estrutura atual. Com o apoio dos sineenses, dos sócios, da jovem claque do clube e das suas velhas glórias.
Existe uma nova dinâmica em torno do Vasco da Gama… O clube está na 2.ª divisão distrital e na área da formação estamos muito bem, mas a nível financeiro as coisas estão muito difíceis e a dinâmica que anunciámos resulta da necessidade urgente de realizarmos fundos para fazermos face às despesas do clube. Temos muitos escalões, desde os petizes aos seniores, são muitos atletas, muitas despesas e, por isso, não podemos parar.
Quais são os objetivos mais imediatos?O principal é a subida da equipa principal para a 1.ª Divisão da AF Setúbal. Na formação as metas passam pela consolidação daquilo que temos, pelo menos, mantendo as equipas de iniciados, juvenis e juniores nos campeonatos onde estão. No futebol de 7 somos sempre das melhores equipas do distrito, aliás, existe um estudo onde o Vasco da Gama surge em 3.º lugar na área de Setúbal. Arrisco dizer que somos o único clube deste distrito com todos os escalões, inclusive os veteranos.
Os seniores são sempre aqueles que dão mais visibilidade ao clube e à cidade?Exatamente, e é essa equipa que é preciso levar mais para cima. No ano passado não subimos por um triz, morremos na praia e fomos à final da taça mas, infelizmente, também não a conseguimos ganhar. Agora, o grande objetivo desta época é a subida de divisão.
O Vasco da Gama fez aquilo a que se chama a “travessia do deserto”, para sarar as feridas do passado? Infelizmente ainda não estão saradas, persistem alguns problemas. Recordo que o clube, na altura, até estava na antiga 2.ª Divisão, o treinador era o Francisco Fernandes, acabámos por descer para a terceira e mais tarde acabou o futebol sénior durante duas épocas. Voltámos, mas as feridas ainda não estão saradas, ainda demorará algum tempo. As anteriores direções tentaram e nós vamos, com toda a certeza, ultrapassar isso e recolocar o Vasco da Gama onde merece estar, num primeiro momento, na 1.ª divisão distrital de Setúbal.
João Direito é o técnico da equipa principal?É um treinador da casa que está bem identificado com o clube, foi durante muitos anos técnico da formação do Vasco da Gama, já subiu a equipa sénior de divisão noutros momentos, é um treinador com provas dadas, bem-sucedido no futebol e conquistou um título nacional de juvenis para o clube em 1992/93.
Em linha com as dificuldades financeiras, o plantel é baseado na formação?O plantel do Vasco da Gama é 98 cento da formação, só temos dois jogadores que não foram formados no clube, mas estão há muitos anos em Sines e identificados com o clube. Sem isso seria impossível e temos a noção de que o Vasco da Gama alimenta as equipas todas aqui da zona, desde a União de Santiago, Santo André e Vila Nova de Milfontes, temos por aí muitos jogadores formados no Vasco da Gama.
Quando perspetiva que o clube possa regressar à ribalta?O regresso aos tempos áureos que o Vasco da Gama viveu, infelizmente, será muito difícil prognosticar. Gostava muito de lhe dizer que será daqui por uns quatro ou cinco anos, mas é muito difícil. O que garanto é que a nossa grande aposta é na formação e em projetar a equipa sénior, pelo menos, para a 1.ª divisão distrital. Continuaremos a trabalhar para conseguirmos apoios e para que reconheçam essa tal dinâmica nesta direção, mas o nosso desejo era deixarmos o Vasco da Gama no Campeonato Nacional de Seniores (CNS). É um sonho que eu tenho, vamos ver…
E as antigas glórias do clube, que ainda hoje vivem em Sines, de que forma estão a ajudar?Todos eles, de uma forma direta ou indireta, têm ajudado o clube. Refiro até o caso mais recente do Márcio Madeira que no ano passado prescindiu de ganhar dinheiro, porque tinha convites do CNS e da 2.ª Liga, e preferiu ficar em Sines. Queira Deus que este ano ele consiga realizar a sonho de jogar ao mais alto nível, mas já me disse que tem amor ao clube e se não conseguir o que pretende, ficará connosco. As velhas glórias também estão connosco, o Vítor Madeira foi nosso treinador e continua a ajudar, o Patã também está com os iniciados, todos eles ajudam o Vasco da Gama.
Fonte: http://da.ambaal.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário