A vila de Barrancos é uma terra pequena, mas com grandes atletas e com provas dadas, tanto ao nível do futebol, como ao nível do atletismo. O Barrancos tem sido muito bem representado a nível distrital e nacional. Uma afirmação de Reinaldo Caçador, treinador da equipa sénior do Barrancos Futebol Clube que disputa o Campeonato Distrital da II Divisão da Associação de Futebol de Beja.
Texto Firmino Paixão
Avaliando a prestação da equipa, o técnico assume que o balanço da primeira volta “é positivo”. E explica: “a nossa primeira opção seria competir nos sub-23, no entanto, sugerimos (eu e a minha equipa técnica) avançar com estes jovens no Campeonato da II Divisão. Portanto, a ideia foi construir/formar para o futuro”.
O sexto lugar na tabela corresponde à expectativa ou ainda estão um pouco aquém do desejado?
Sinceramente, e com o devido respeito que merecem todos os adversários, acho que merecíamos um pouco mais. Repare, três vitórias justas, duas derrotas pela margem mínima, nos minutos 90, dois empates, um deles no minuto 90 (um penálti contra nós). Só no Bairro da Conceição é que perdemos por mais de uma bola. O mais prejudicial, para todos os clubes, foi o facto de a pandemia não nos ter permitido uma sequência de campeonato/jornadas, houve muitas paragens e, no nosso caso, uma equipa muito jovem, necessita de competir com regularidade.
Que objetivo trouxe o clube para este campeonato?
O principal objetivo foi criar uma equipa praticamente nova para o futuro, mas competindo sempre para ganhar. O nosso objetivo está cumprido, agora é mantê-lo e reforçá-lo diariamente. Os jogadores sabem o orgulho que nós temos neles e o excelente ambiente que existe entre nós. Obrigado a todos, “Barrancos bien… Barrancos bien … Barrancos todo bien”…
Formar e fazer crescer os miúdos da terra é um dos objetivos do clube? E possuem um parque desportivo com excelentes condições para o fazer…
Sim, é verdade, permite formar e fazer crescer os miúdos da nossa terra e também miúdos de localidades próximas que, hoje, já fazem parte da nossa “família”. Devido à nossa localização geográfica, quanto mais miúdos da terra conseguirmos atrair para a formação melhor será. Ganham eles e ganhamos nós. Tive o prazer de treinar alguns escalões de formação, dos quais, atualmente, alguns atletas já fazem parte da equipa sénior. O objetivo é incentivar os atletas mais jovens, ajudar o Barrancos a cumprir os seus objetivos atuais e, aliado a isto, claro que temos boas condições no que respeita ao parque desportivo, o que nos ajuda ainda mais na concretização das nossas metas.
Face ao momento de extrema incerteza em que vivemos, acredita que este campeonato será concluído?
Estou convencido que quase todos os clubes que estão a competir no Campeonato Distrital da II Divisão desejam voltar a competir e concluir o campeonato. Aproveito para felicitar os clubes do nosso distrito, pois fizeram grandes esforços para criarem as mínimas condições, face a pandemia que nos afeta. Se esta questão fosse colocada ao meu grupo de trabalho a resposta seria sim. No entanto, sem querer desmoralizar ninguém, temos que ser sinceros, não dependemos apenas do distrito, é uma questão nacional. Mas quero acreditar que podemos concluir o campeonato. Seria injusto para todos, depois de tanto esforço para o iniciarmos.
O Barrancos tem um plantel curto e o mais jovem do campeonato, em média de idades. Tem muito potencial para crescer?
Na primeira reunião realizada com a direção, ficou decidido, juntamente com o ‘míster’ Nuno Costa (“Costinha”), um máximo de 22/23 jogadores. Quanto à juventude, em média de idades sim, estamos em primeiro. No entanto, apesar da juventude, temos um excelente grupo de atletas, humildes, respeitadores e com vontade de evoluírem, alguns dos quais já jogam juntos há vários anos. Obviamente que esta equipa, permanecendo junta e coesa, acreditando e aprendendo com os lapsos, irá crescer muito. O potencial de crescimento é enorme, sem dúvida. Porém, não queremos colocar pressão sobre os jogadores. Queremos que façam o melhor possível, sempre com a garra característica do Barrancos.
As dificuldades são enormes, é o amadorismo puro, a dificuldade de recrutamento de atletas e a grande distância dos centros de decisão…
Não acredito que haja um clube sem dificuldades. Em campo, atualmente, desde que as mesmas não nos prejudiquem, são bem-vindas e servem como aprendizagens. Fora do mesmo, obviamente são muitas, desde o recrutamento de atletas… repare, por exemplo, no ano transato, com o regresso à competição do Amarelejense, vários atletas que representaram a nossa equipa na época anterior regressaram a “casa”. Uma situação perfeitamente lógica. Tivemos de formar quase uma equipa nova. As deslocações são outro fator contra, temos atletas a fazer 400 quilómetros semanais. No entanto, como diz o ditado: “Quem corre por gosto não cansa”. Quanto à distância dos centros de decisão, com as novas tecnologias estamos cada vez mais próximos uns dos outros. Todavia, é um fator relevante nas relações pessoais e desportivas.
Está a frequentar o curso de treinadores UEFA B. Procura valorizar-se para melhor partilhar os conhecimentos com os seus jogadores?
Sim, estou a frequentar o curso de treinador UEFA B na Associação de Futebol de Beja. Quem me conhece sabe que sou um indivíduo simples, sempre com vontade de aprender mais alguma coisa, para me valorizar pessoalmente e, quem sabe, profissionalmente. Tal como o curso de grau I serviu para me valorizar e adquirir novos conhecimentos que me ajudam bastante diariamente nesta nossa grande paixão, que é o futebol, certamente que neste curso, de grau II, irei adquirir outros conhecimentos que me irão valorizar, a mim e à minha equipa, com quem irei partilhar essas aprendizagens.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt/
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