sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Formação, vale a pena reflectir

Para mim a formação será sempre um tema sensível, e a sua palavra indica isso mesmo, formar! E formar é proporcionar uma aprendizagem adequada aos miúdos sem olhar aos resultados, sem olhar aos melhores, mas proporcionar a todos momentos de alegria com aprendizagem. Deixo aqui uma pequena carta de um filho para um pai e que revela o verdadeiro sentimento da criança muitas vezes esquecida pelo pai. Vale a pena reflectir.
Por Francisco Merino (extraído da revista Salesianos de Valência)
“Eu não sei como te dizer. Certamente tu achas que o fazes para meu bem, mas não posso evitar sentir-me estranho, chato, mal. Deste-me uma bola quando ainda estava a começar a andar. Ainda não ia à escola quando me levas-te para a equipa. Eu gosto de treinar durante a semana, brincar com os meus colegas e jogar ao domingo, como fazem as grandes equipas. Mas quando tu vais ao jogo... Eu não sei. Não é como antes. Agora tu não me dás um abraço quando termina o jogo, ou compras-me uma sandes e bebemos um sumo. Vais para a bancada a pensar que são todos inimigos, insultas árbitros, treinadores, jogadores, meus colegas, os outros pais... Porque é que mudas-te? Eu acho que tu sofres e eu não entendo. Repetes que sou o melhor, que os outros não valem nada, que quem disser o contrário está errado, que só importa ganhar. Esse treinador que dizes que é um inapto...é meu amigo, ensinou-me a divertir a jogar e a aprender, O rapaz que entrou no outro jogo para o meu lugar... Lembras-te? Sim pai, aquele rapaz meu colega que criticas-te a tarde inteira, porque segundo tu nem serve para carregar o meu saco, esse rapaz é da minha turma na escola, quando o vi na segunda-feira senti vergonha. Eu não quero decepcionar-te, às vezes acho que não tenho qualidade suficiente, que eu não vou chegar a ser profissional e ganhar centenas de milhões de contos, como tu queres...agonias-me...chego a pensar em desistir, mas gosto tanto de jogar futebol e estar com os meus colegas... Pai, por favor, não me obrigues a dizer para que não me venhas ver jogar!”
Fonte: João Prates
http://joaopratestreinadorfutebol.blogspot.com/

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