Porque há comentários que por a sua valia devem passar a notícias, publicamos o comentário do Sr. Eng. José Carlos Bengala, antigo presidente do Clube Desportivo de Beja, historiando um pouco os últimos anos do clube, e aquele que poderia ter sido o momento chave do clube: bomba + macdonalds. Por não termos solicitado autorização para o publicarmos, seremos muito rigorosos na selecção dos comentários:
"Infelizmente, o Eng. Parente está cheio de razão e, citando Pedro Abrunhosa, "deve fazer aquilo que tem de ser feito". Não querendo aborrecer os leitores do blog, vou resumir o motivo principal pelo qual o clube se encontra quase sem receitas e por isso com muito pouca capacidade para fazer face às despesas de gestão corrente, mesmo diminuindo este ano drasticamente o orçamento da equipa sénior. 1996-Chalaça recebe 53.000 contos da Idemitsu (actual Galp) por conta de um terreno prometido pela CM Beja (Carreira Marques)para construir uma gasolineira 1998-José Fernando substitui Chalaça e procura resolver o problema do terreno para o clube encaixar verba pelo negócio e criar receita fixa proveniente da exploração da bomba. Há problemas com a localização do terreno (Estádio Flávio Santos) pelo que a CM Beja passa o terreno para junto da circular perto do Parque de Feiras e Exposições. Setembro 2000-Reunião com José Fernando, José Bengala, 2 administradores da Galp e Carreira Marques. Ficou acordado que logo que houvesse um entendimento entre o Desportivo e a Galp, a CM Beja viabilizava o negócio, mesmo havendo na altura alguns entraves. Havia possibilidade de instalar um fast food junto à bomba. Janeiro 2001-O Desportivo depois de muitas e intensas negociações com a Galp e posteriormente com a Mac Donald, chega a acordo com estas 2 empresas (65.000 contos da Galp a descontar os 53.000 contos recebidos por Chalaça e 80.000 contos da Mac Donald pelo negócio e uma concessão a 25 anos com uma receita mensal a rondar os 1.000 contos de cada uma das empresas). Teria significado a independência financeira do Desportivo por muito tempo. O Desportivo apresenta à CM Beja os termos do negócio quando é informado que lhe foi retirado o terreno em reunião de câmara em Dezembro de 2000, sem que sequer tenha sido avisado desse facto. Janeiro de 2001-Reunião informal de José Bengala com Vereador Manuel Camacho a informá-lo do sucedido e de como o Desportivo perdeu a oportunidade de vir a ter um futuro risonho e estável em termos financeiros. O Vereador fica sensibilizado com a situação e propõe, em alternativa, um terreno junto à piscina coberta, mas que só daria para instalar a Mac Donald. Seguem-se novas reuniões com a Mac Donald e chega-se a um acordo de 100.000 contos pelo negócio (terreno maior e zona mais atractiva) mais a concessão a 25 anos e uma receita mensal a rondar os 1.000 contos. Negócio novamente falhado pois foi-nos dito que Carreira Marques estava comprometido com o Instituto Superior de Serviço Social para construir nesse terreno as futuras instalações. Essa instituição veio a falir e o terreno ainda hoje está livre e o Desportivo voltou a perder a oportunidade de criar receitas fixas. Depois de tudo isto, nunca mais voltou a haver nada de concreto, as pessoas cansaram-se e o Desportivo foi o grande prejudicado de toda esta história vivendo hoje num sufoco. Os sócios do Desportivo foram sempre informados nas Assembleias Gerais de todos estes pormenores, a comunicação social também teve sempre acesso a toda a informação, as pessoas por vezes têm a memória curta. Curiosamente ou talvez não, o Despertar tem o seu posto de combustível já há alguns anos (rotunda do Beja Parque Hotel), mesmo tendo sido o Desportivo o primeiro clube a mostrar essa pretensão e tendo recebido logo dinheiro como forma de adiantamento para a Idemitsu garantir o negócio. O Despertar fez uma boa gestão dessa situação, já construiu a sua sede e hoje é um clube com boas perspectivas de futuro (só tenho de elogiar esse facto). Infelizmente não deram ao Desportivo a mesma possibilidade. JC Bengala"
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