À hora que escrevo ainda não é conhecido o resultado do derby lisboeta, agendado para uma excelente 2.ª feira, à noitinha, assim “a modos” estratégicos para lotar um campo que, dizem as más-línguas, nunca enche. Pelos vistos ainda não será desta.
Aconteça o que acontecer, onze pontos de avanço já são mais do que suficientes para colocar pressão sobre os segundos classificados que, ou faz pela vida e ainda pode continuar a sonhar, ou arruma definitivamente a questão do título. E se assim for, lá vem à baila o discurso demagógico dos letrados do costume, tornando culpas aos que aproveitam as flexibilidades que o sistema permite. Antecipando, estrategicamente, a partida com o Nacional, o Porto ganha em duas frentes: espera descansadamente no sofá o desfecho do Clássico da capital torcendo, como é óbvio, pelos da casa. Afinal sempre foram grandes amigos. E prepara atempadamente a recepção ao Sevilha.
Mas se a antecipação ou o adiamento é possível aqui e na maior parte dos países, até como forma de protecção das equipas consoante o interesse das mesmas, há quem se queixe dessa impossibilidade. Não sei se a Espanha atenderá as reivindicações do “Special One”.
Entre portas…curioso é verificar que no distrital de Beja, coincidência ou não, também é de Onze o avanço sobre o segundo classificado e aqui com o calendário certinho. Canta de galo o Despertar! Aposta certa no momento certo, sem pressas, fruto de trabalho sólido, alicerçado nas bases principais que devem suportar o edifício.
Do outro lado, as razões para sorrir não serão muitas e o copo de água terá entornado naquela tarde de má memória dos “Nove da Piedade”.
Nove anos são muito tempo. José Mourinho completou este fim de semana esses nove anos sem perder jogos em casa. É obra! Argumentação mais válida quando constatamos que a façanha foi conseguida defrontando os tubarões desta Europa, no que a dimensão futebolística diz respeito.
Azar do Zé quando, há esse tempo, se atravessou no seu caminho um poderoso Beira Mar, equipa de um campeonato que teimamos em apelidar de pouco competitivo.
Enfim, a velha mania de se menosprezar aquilo que é nosso.
Acontecem todas estas coisas em Fevereiro. Só podia! Tinha de ser um mês anormal.
Até este nem sempre tem 28 dias.
Crónica de José Roque
Fonte: Sportalentejo
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