Os alados já treinam nos céus do distrito de Beja e a primeira prova oficial será no dia 10 de março, com solta desde a povoação espanhola de Talarubia (velocidade e yearlings).
Texto e foto Firmino Paixão
O distrito de Beja foi na época 2011/2012 o mais representativo na seleção nacional que esteve presente na Exposição Ibérica de Avilés (Espanha), onde conquistou dois títulos e outras classificações bem honrosas. Os columbófilos sul alentejanos estão a merecer o devido reconhecimento por essa sustentada evolução e pelos níveis de qualidade a que elevaram as suas colónias. José Lampreia, presidente da Associação Columbófila do Distrito de Beja, refere que o mais difícil é manter este patamar qualitativo e sustenta que os êxitos se devem aos columbófilos, aos dirigentes das coletividades, delegados de solta e meteorologista. Muito otimista quanto aos resultados da próxima campanha, Lampreia enumerou os desafios da associação para os próximos tempos: uma sede social e garagens para a frota de camiões.
Que expectativa tem para a próxima temporada?As expectativas são enormes porque existem vários candidatos aos campeonatos distritais, existem alguns candidatos aos campeonatos nacionais, e agora, mais do que nunca, existem campeões nacionais. Como nos últimos anos têm existido pombos e columbófilos premiados a nível nacional, a expectativa tem que ser elevada, porque as pessoas como já ganharam acreditam que é possível repetirem esses sucessos e conquistarem mais resultados de bom nível. As equipas reforçaram-se, cada um deposita enorme esperança no seu plantel, pelo que esperamos uma campanha muito competitiva.
O calendário foi consensual e é equilibrado?É um calendário muito aproximado do que foi nos últimos anos. As soltas decorrem, sensivelmente, nos mesmos locais, vamos ter sete provas de velocidade, sete de meio-fundo e sete de fundo, será um campeonato geral com 21 provas. Há cerca de 20 anos que existe este figurino no nosso distrito. É um bom calendário, tem bons locais de solta. Na última exposição nacional o distrito de Beja teve 14 pombos entre os melhores nacionais, pombos de sete coletividades do distrito, o que deixa perceber que qualquer columbófilo, de qualquer coletividade, está apto a conseguir bons resultados.
A columbofilia do distrito está a voar bem alto? Nos últimos dois anos temos voado bem alto, temos sido o distrito mais representativo na seleção nacional, passámos de parentes pobres da columbofilia ao distrito mais temido a nível nacional. Em dois anos consecutivos temos sido o distrito que coloca mais pombos na seleção nacional. Tenho sentido muita admiração da parte da federação e das outras associações distritais. Estão estupefactos com os nossos resultados, mais até do que os nossos columbófilos. Existe um reconhecimento exterior enorme. Beja estava pouco cotada e agora assume-se com grande potência na columbofilia portuguesa.
Existem novas colónias bem-sucedidas, em claro rompimento com um passado em que havia alguns columbófilos que ganhavam recorrentemente? Tínhamos três ou quatro campeões crónicos no distrito, que continuam a ser candidatos e campeões, mas surgiram outras equipas bem estruturadas, com pombos de muita qualidade e técnicas evoluídas. No ano passado veio para o distrito de Beja um columbófilo que no ano anterior tinha sido campeão no distrito de Évora, no último ano veio também para cá um columbófilo holandês que estava entre os grandes valores da columbofilia mundial, espera-se que isso se revele uma mais-valia para a evolução da modalidade.
E têm surgido novas coletividades ou novos columbófilos?Têm surgido alguns novos praticantes, mas também têm desistido bastantes. A modalidade teve um decréscimo entre os cinco e os seis por cento, mas encaramos isto com alguma normalidade, porque pensamos que acontece o mesmo nos outros distritos em outras modalidades desportivas face aos constrangimentos financeiros que existem.
A associação está equilibrada?A associação está bem, mas pretendemos que esteja sempre melhor. Debatemo-nos com um problema que é a falta de uma sede própria. Neste momento temos um buraco escuro, temos tentado junto do município a cedência de um espaço que nos garanta algumas condições, mas não tem sido fácil. Temos outro problema que é a falta de garagens para os camiões, mas esse foi atenuado com o aluguer de um espaço em Pias para que os carros estejam à sombra no verão e também agradecemos ao Nerbe o facto de nos permitir ter as viaturas num espaço fechado. Estes são os nossos grandes anseios para o futuro mais imediato.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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