Para conclusão do dossier sobre a participação da (primeira) Selecção
Distrital de Futsal Sub-20 - AF de Portalegre, convidamos em primeiro
lugar o Mister Manuel Grosa para fazermos um balanço da experiênci.a
pessoal e dos seus comandados.
Começamos por querer saber qual a formação mínima exigida para ser poder ser Selecionador Distrital?
À semelhança do Futebol, atualmente é o nível II, nível que fiz em 2005.
O que representou para si ter sido escolhido para Selecionador Distrital de Futsal, acrescido por ser o 1.º de sempre na AF de Portalegre?
Confesso que foi com alguma surpresa que recebi o convite, ser o 1º só terá a devida importância se a Seleção tiver continuidade, com ou sem Manuel Grosa.
Sendo um “homem do futsal”, mas que por razões de exigência profissional, não está aos comandos de uma equipa... teve dificuldades em definir uma lista de atletas? Como continua a acompanhar a modalidade?
Não acompanho tanto quanto desejaria, ainda assim vejo jogos em Sousel nos escalões de seniores e juniores, e claro os adversários do SCC, o universo de jogadores no nosso Distrito para este Torneio foi de 40 jogadores, como conheço bem a competição da nossa Associação não tive muitas dificuldades.
Qual era expectativa inicial, desta participação?
Foi transmitido aos jogadores para que tivessem uma participação digna, isso foi conseguido, também tínhamos a expectativa de pontuar, só conseguimos com Leiria, sabemos que poderíamos fazer mais, no entanto algumas lesões já no decorrer do Torneio condicionaram-nos.
O que sabia em concreto dos adversários da 1.ª fase?
Sabia que Leiria se vinha a preparar algum tempo, e que Setúbal tinha treinado 1 mês e jogou 2 vezes, também sabia que o modo de seleção destas Associações é complexo, são Distritos que tem mais de 200 atletas para possível seleção, e que ambas queriam passar a 1ª fase.
O que pode ter dificultado mais o rendimento da Selecção. A falta de competição no distrito de Portalegre nos escalões de formação ou o pouco tempo de concentração para preparar com os atletas as suas ideias de jogo?
Os nossos atletas competem em quatro distritos diferentes. Seniores e juniores em Portalegre e Évora e os juvenis em Évora, Santarém e Castelo Branco, isto em termos de observação num curto espaço de tempo é muito difícil de conseguir, se as equipas como o Nisa, a Soujovem e o Elétrico continuarem o trabalho que desenvolveram até aqui e, se a estes se juntarem mais 4 ou 5 Clubes com um projeto de formação, poderemos pensar em obter outros resultados a médio prazo (4/5 anos). O pouco tempo também foi uma barreira, não é possível criar rotinas nem uma identidade em tão pouco tempo (1 treino e 1 jogo treino).
Tirando a Selecção de Beja... todas as equipas do interior do País que estavam representadas nesta fase de competição ( Zona Sul), ficaram nos últimos lugares. Que interpretação faz?
Este é normalmente o valor a pagar pela interioridade, mas na minha opinião temos de deixar de lado a conversa dos “desgraçadinhos”, e de uma vez por todas olharmos para o Futsal como uma modalidade de elevado nível, assim que todos os agentes percebam isso, vamos dar passos na direção correta. O Futsal não é diferente das outras áreas do desporto, a crise está aí é uma verdade, mas o que precisamos é de Dirigentes inovadores para que consigam de uma forma sustentada fazer um trabalho de futuro, também vai ser muito importante o trabalho solidário e o amor à camisola. Nada se consegue sem dinheiro, teremos de encontrar uma forma de o conseguir, posso dizer-vos que existe uma equipa do meu concelho que tenciona voltar ao Futebol, neste momento são uma Direção muito jovem e com vontade de trabalhar, e como é óbvio já estão a fazer eventos para angariar verbas para fazer face às suas necessidades.
O que à a reter desta participação?
Sem dúvida que este Torneio teve muita qualidade em Seleções como Lisboa, Leiria, Setúbal, Algarve, onde se notou claramente a qualidade e a maturidade dos seus jogadores, quanta à nossa Seleção ficou um forte espírito de grupo, tenho conhecimento que os jogadores comunicam entre si quase diáriamente.
Na sua perspectiva e com base na realidade dos nossos Clubes, Associação e Federação, que impulso se pode dar à modalidade, para se ter mais e melhor competição sénior e de formação?
Para a maioria dos Clubes a verdade é que o Futsal é um “parente” afastado, na minha opinião acho que se podia criar 2 quadros competitivos até ao escalão de Infantis, onde os Clubes podiam ter as suas crianças 4 meses em cada campeonato (Futebol e Futsal), para quem não sabe existem Clubes no Brasil que até ao Escalão de Sub-13 só competem em Futsal, estamos a falar do País que mais craques fornece ao Futebol.
Considera que à falta de evolução na qualidade dos nosso atletas seniores? Acha que é por falta de escalões de formação ou por as equipas seniores não subirem aos Nacionais?
Claramente por falta de formação, os nossos jogadores seniores tiveram a sua formação no futebol (salvo alguma excepção), metade dos jogadores do nosso Distrital não dominam aspetos muito próprios da modalidade, dois movimentos elementares do Futsal como a recepção e passe, não são efetuados com a qualidade que se desejaria, para perceberem melhor o meu ponto de vista, dou um exemplo, nas 3 épocas que fui treinador do SCC nunca jogamos com o “G.R. avançado”, sabem porquê? É uma situação de jogo que requer muito treino e jogadores com uma qualidade de passe acima da média, aliado a uma capacidade técnica muito boa.
Um conselho para quem queira iniciar um projeto de formação no futsal.
O Clube que pensar num projeto a esse nível deve ter pessoas com formação para tal, estou a falar de dirigentes, massagistas e treinadores. Depois não querer resultados imediatos, ou seja, elaborarem um projeto mesmo no papel com objetivos faseados. E por último não dar o passo maior que a perna, olhar para a realidade que dispõem e trabalhar de acordo com os meios disponíveis.
Um conselho para quem queira ser treinador de futsal.
Se me permitem darei mais que um conselho, todo o treinador que pense ser ele o centro das atenções está errado, são os jogadores as peças mais importantes do jogo, treinador informado e que se atualize em ações de formação está em constante evolução, um bom bloco de notas para fazer registos de treinos e jogos também ajuda a refletir sobre o trabalho que se realiza, uma ferramenta muito importante é a “comunicação” (ter cuidado no conteúdo e na forma como transmite), por último termino com uma frase que me acompanha à imenso tempo “ SER TREINADOR! É ser um HOMEM simples numa missão complexa."
Por fim e se me permitem, quero deixar pela primeira vez os meus agradecimentos publicamente dos meus quase 20 anos de Treinador, foi com ajuda de muitos Dirigentes e Jogadores que consegui ser muito feliz no Futsal, então por ordem cronológica fica o meu Muito Obrigado a TODOS os que estiveram comigo na Comissão de Melhoramentos do Concelho de Sousel, C.F. Avisenses, C. P. Galveias, A.C. Sousel, A.C.D. Aldeia Velha, A.D. Alter e mais recentemente o S.C. Campomaiorense (neste grandioso Clube aprendi muito em especial com o Sr. Nuno Travassos).Quero ainda deixar o meu Muito Obrigado ao S.C. Campomaiorense por permitir que fosse possível abraçar esta experiência. E à AFP por se lembrar de mim para o cargo de Selecionador.
Por último mas não menos importante, um enorme abraço aos 12 “irmãos” que estiveram comigo durante pouco mais de uma semana, desejo e espero continuar a ver estes jogadores no Futsal, são eles o futuro.
Um abraço,
Manuel Grosa
Começamos por querer saber qual a formação mínima exigida para ser poder ser Selecionador Distrital?
À semelhança do Futebol, atualmente é o nível II, nível que fiz em 2005.
O que representou para si ter sido escolhido para Selecionador Distrital de Futsal, acrescido por ser o 1.º de sempre na AF de Portalegre?
Confesso que foi com alguma surpresa que recebi o convite, ser o 1º só terá a devida importância se a Seleção tiver continuidade, com ou sem Manuel Grosa.
Sendo um “homem do futsal”, mas que por razões de exigência profissional, não está aos comandos de uma equipa... teve dificuldades em definir uma lista de atletas? Como continua a acompanhar a modalidade?
Não acompanho tanto quanto desejaria, ainda assim vejo jogos em Sousel nos escalões de seniores e juniores, e claro os adversários do SCC, o universo de jogadores no nosso Distrito para este Torneio foi de 40 jogadores, como conheço bem a competição da nossa Associação não tive muitas dificuldades.
Qual era expectativa inicial, desta participação?
Foi transmitido aos jogadores para que tivessem uma participação digna, isso foi conseguido, também tínhamos a expectativa de pontuar, só conseguimos com Leiria, sabemos que poderíamos fazer mais, no entanto algumas lesões já no decorrer do Torneio condicionaram-nos.
O que sabia em concreto dos adversários da 1.ª fase?
Sabia que Leiria se vinha a preparar algum tempo, e que Setúbal tinha treinado 1 mês e jogou 2 vezes, também sabia que o modo de seleção destas Associações é complexo, são Distritos que tem mais de 200 atletas para possível seleção, e que ambas queriam passar a 1ª fase.
O que pode ter dificultado mais o rendimento da Selecção. A falta de competição no distrito de Portalegre nos escalões de formação ou o pouco tempo de concentração para preparar com os atletas as suas ideias de jogo?
Os nossos atletas competem em quatro distritos diferentes. Seniores e juniores em Portalegre e Évora e os juvenis em Évora, Santarém e Castelo Branco, isto em termos de observação num curto espaço de tempo é muito difícil de conseguir, se as equipas como o Nisa, a Soujovem e o Elétrico continuarem o trabalho que desenvolveram até aqui e, se a estes se juntarem mais 4 ou 5 Clubes com um projeto de formação, poderemos pensar em obter outros resultados a médio prazo (4/5 anos). O pouco tempo também foi uma barreira, não é possível criar rotinas nem uma identidade em tão pouco tempo (1 treino e 1 jogo treino).
Tirando a Selecção de Beja... todas as equipas do interior do País que estavam representadas nesta fase de competição ( Zona Sul), ficaram nos últimos lugares. Que interpretação faz?
Este é normalmente o valor a pagar pela interioridade, mas na minha opinião temos de deixar de lado a conversa dos “desgraçadinhos”, e de uma vez por todas olharmos para o Futsal como uma modalidade de elevado nível, assim que todos os agentes percebam isso, vamos dar passos na direção correta. O Futsal não é diferente das outras áreas do desporto, a crise está aí é uma verdade, mas o que precisamos é de Dirigentes inovadores para que consigam de uma forma sustentada fazer um trabalho de futuro, também vai ser muito importante o trabalho solidário e o amor à camisola. Nada se consegue sem dinheiro, teremos de encontrar uma forma de o conseguir, posso dizer-vos que existe uma equipa do meu concelho que tenciona voltar ao Futebol, neste momento são uma Direção muito jovem e com vontade de trabalhar, e como é óbvio já estão a fazer eventos para angariar verbas para fazer face às suas necessidades.
O que à a reter desta participação?
Sem dúvida que este Torneio teve muita qualidade em Seleções como Lisboa, Leiria, Setúbal, Algarve, onde se notou claramente a qualidade e a maturidade dos seus jogadores, quanta à nossa Seleção ficou um forte espírito de grupo, tenho conhecimento que os jogadores comunicam entre si quase diáriamente.
Na sua perspectiva e com base na realidade dos nossos Clubes, Associação e Federação, que impulso se pode dar à modalidade, para se ter mais e melhor competição sénior e de formação?
Para a maioria dos Clubes a verdade é que o Futsal é um “parente” afastado, na minha opinião acho que se podia criar 2 quadros competitivos até ao escalão de Infantis, onde os Clubes podiam ter as suas crianças 4 meses em cada campeonato (Futebol e Futsal), para quem não sabe existem Clubes no Brasil que até ao Escalão de Sub-13 só competem em Futsal, estamos a falar do País que mais craques fornece ao Futebol.
Considera que à falta de evolução na qualidade dos nosso atletas seniores? Acha que é por falta de escalões de formação ou por as equipas seniores não subirem aos Nacionais?
Claramente por falta de formação, os nossos jogadores seniores tiveram a sua formação no futebol (salvo alguma excepção), metade dos jogadores do nosso Distrital não dominam aspetos muito próprios da modalidade, dois movimentos elementares do Futsal como a recepção e passe, não são efetuados com a qualidade que se desejaria, para perceberem melhor o meu ponto de vista, dou um exemplo, nas 3 épocas que fui treinador do SCC nunca jogamos com o “G.R. avançado”, sabem porquê? É uma situação de jogo que requer muito treino e jogadores com uma qualidade de passe acima da média, aliado a uma capacidade técnica muito boa.
Um conselho para quem queira iniciar um projeto de formação no futsal.
O Clube que pensar num projeto a esse nível deve ter pessoas com formação para tal, estou a falar de dirigentes, massagistas e treinadores. Depois não querer resultados imediatos, ou seja, elaborarem um projeto mesmo no papel com objetivos faseados. E por último não dar o passo maior que a perna, olhar para a realidade que dispõem e trabalhar de acordo com os meios disponíveis.
Um conselho para quem queira ser treinador de futsal.
Se me permitem darei mais que um conselho, todo o treinador que pense ser ele o centro das atenções está errado, são os jogadores as peças mais importantes do jogo, treinador informado e que se atualize em ações de formação está em constante evolução, um bom bloco de notas para fazer registos de treinos e jogos também ajuda a refletir sobre o trabalho que se realiza, uma ferramenta muito importante é a “comunicação” (ter cuidado no conteúdo e na forma como transmite), por último termino com uma frase que me acompanha à imenso tempo “ SER TREINADOR! É ser um HOMEM simples numa missão complexa."
Por fim e se me permitem, quero deixar pela primeira vez os meus agradecimentos publicamente dos meus quase 20 anos de Treinador, foi com ajuda de muitos Dirigentes e Jogadores que consegui ser muito feliz no Futsal, então por ordem cronológica fica o meu Muito Obrigado a TODOS os que estiveram comigo na Comissão de Melhoramentos do Concelho de Sousel, C.F. Avisenses, C. P. Galveias, A.C. Sousel, A.C.D. Aldeia Velha, A.D. Alter e mais recentemente o S.C. Campomaiorense (neste grandioso Clube aprendi muito em especial com o Sr. Nuno Travassos).Quero ainda deixar o meu Muito Obrigado ao S.C. Campomaiorense por permitir que fosse possível abraçar esta experiência. E à AFP por se lembrar de mim para o cargo de Selecionador.
Por último mas não menos importante, um enorme abraço aos 12 “irmãos” que estiveram comigo durante pouco mais de uma semana, desejo e espero continuar a ver estes jogadores no Futsal, são eles o futuro.
Um abraço,
Manuel Grosa
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