sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ciclismo


José Saúde
No evoluir das calendas desportivas de Beja descobrimos histórias que nos conduzem ao limiar de um êxtase que na nossa modesta conceção não encontra entraves para enaltecer inolvidáveis homens que souberam literalmente honrar a sua afeição pela sumptuosidade do mundo desportivo. Revejo, como exemplo, a modalidade de ciclismo e as Voltas ao Alentejo em Bicicleta. Em 2013, segundo anunciou oportunamente a União Ciclista Internacional, a famosa Alentejana, 31.ª edição, irá para a estrada entre os dias 20 e 24 de março. Lembro que na sua projeção ao longo do tempo sempre estiveram homens que, incansavelmente, conseguiram levar a carta a Garcia, sabendo­‑se o mar de dificuldades em que as organizações mergulhavam. Porém, a força do poder autárquico alentejano superou obstáculos e lá foi colocando no asfalto um pelotão animado de som e de mestria. Reconheço que os tempos hoje são outros. A sua máquina organizativa é sustentada por um sport publicitário que tem atrás outras benesses. Conheci a sua verdadeira essência. Homens, alguns já partiram para o além, que se entregavam à causa ciclística por mera devoção. Recordo com saudade os finais das etapas. Os convívios. Os petiscos. Os momentos de ócio intermédios. O serpentear do multicolorido pelotão. As metas. As fugas. A população que comungava religiosamente com os feitos dos ases do pedal. O cruzar a plenitude da planície. O deslumbramento das rádios locais em levar aos ouvintes a notícia em primeira mão. Tudo é passado. Mas num recuar longínquo ao universo da modalidade, dou por mim a constatar um dos pioneiros ciclistas de Beja: Luís da Rocha Júnior, um homem que, para além de fundador do Grupo Sportivo Bejense, foi também um ciclista que em 1912 com a sua pedaleira evidenciou engenho e arte em provas velocipédicas na velha Pax Julia. Coisas de outros tempos!

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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