O árbitro que hoje sobe ao palco desta rubrica é o irmão, cinco anos mais velho, dos gémeos João e Luís Aurélio, ambos jogadores profissionais de futebol, o primeiro no Nacional da Madeira, o segundo no Moreirense, todos eles nascidos em Beja, na vizinha freguesia de Nossa Senhora das Neves.
“O puto tem jeito e vai longe…” era o piropo que ouvia à sua volta quando, há 14 anos, enveredou pela carreira de árbitro, então com 16 anos e acabado de sair dos juniores do Desportivo de Beja. Pois, ele também foi jogador, mas o destino não lhe proporcionou o mesmo percurso que aos gémeos.
Impulsionado pelo padrinho de batismo, o ex-árbitro Paulo Coimbra, Filipe tirou o curso através da AF Beja, que o projetou, sucessivamente, para a 2.ª e 1.ª categorias distritais, 3.ª Nacional e 2.ª Nacional, onde ainda permanece, atividade que reparte com a sua profissão de consultor de serviços na marca BMW.
Ele próprio é um dos árbitros topo de gama do conselho regional de Beja, a quem reconhece um grande trabalho, referindo: “A arbitragem bejense está muito bem, está muito forte, com pessoas muito empenhadas na sua organização e gestão”. E assegura que “o conselho de arbitragem e a comissão técnica dão tudo o que podem para que os árbitros do distrito tenham qualidade e atinjam os melhores patamares”, esforço que, no seu entender, faz com que a AF Beja já esteja a ser vista com outros olhos a nível nacional.
Filipe recorda como o melhor momento da sua carreira o jogo entre o Aljustrelense e o castrense, em que o vencedor subia à 3.ª Divisão Nacional, tarefa concluída com excelente nota do observador, que o levou a subir à 3.ª Categoria Nacional aos 21 anos. Como todos os árbitros, teve jogos menos conseguidos, mas a predisposição para corrigir os erros ajudou a limpar a memória desses momentos menos bons, até porque, diz: “Tenho a humildade e capacidade suficientes para assumir os meus erros, sempre involuntários, porque errar é humano”.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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