sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

As nossas armas não são iguais


O técnico Sandro Almeida, antigo capitão do Desportivo de Almodôvar, clube que no passado orientou durante quatro temporadas no escalão distrital, regressou, em finais de outubro, para render David Guerreiro, que se mudara para o vizinho castrense.

Texto e foto Firmino Paixão

A sua mística e o conhecimento que tem dos cantos da casa mudaram um pouco o estado de descrença que existia. O clube obteve a sua primeira vitória, depois uma segunda, e um ciclo de seis jornadas pontuando. Por tudo isto, o técnico ainda acredita que na segunda fase do campeonato será possível garantir a manutenção. Não espera outros reforços que não sejam os jogadores com que não tem podido contar devido a lesões, e sublinha que o clube está a concorrer em condições desiguais com os outros adversários, mas acentua que valeu a pena este percurso histórico numa prova nacional.


O Almodôvar tem mostrado valor para estar um pouco mais acima na tabela classificativa...Esta classificação, realmente, não espelha aquilo que nós estamos a jogar e a recuperação espetacular que temos vindo a fazer ao longo deste campeonato. Lembro que já quebrámos aquela mala pata de não ganharmos aqui um jogo, matámos o borrego, como se costuma dizer, no jogo contra o Quarteirense. Depois tivemos outra vitória em casa contra um histórico do futebol português, que é o Barreirense. As coisas têm vindo a mudar, agora só procuramos amealhar o maior número de pontos.


A que se deve essa subida de rendimento?Fizemos alguns ajustamentos no interior da equipa e passámos a contar com o Bruno Mestre, um jogador muito experiente que veio dar mais consistência ao plantel. Temos outros jogadores experientes nestes campeonatos, como o Filipe Venâncio e o Nélson, de resto é uma equipa jovem que, no início da prova, sofreu um pouco pela sua inexperiência, mas agora os jogadores já estão mais maduros e já olham os adversários de outra forma. Vê-se que a equipa está mais desinibida, sem medo de ter a bola no pé, como no início, e os resultados aparecem, certamente, faremos ainda mais pontos.


Fizeram oito pontos num ciclo de seis jornadas. Se tivesse sido sempre assim...Foi um bom registo, que temos que realçar. Foi um factor de motivação acrescido, porque sofrer goleadas não dava motivação nenhuma à equipa. Queremos continuar com esses ciclos de bons resultados, pelo menos, é isso que desejamos, e é por isso que lutamos.


O exemplo do seu passado no clube trouxe uma mística diferente ao grupo?Toda a minha vida joguei em Almodôvar. Fui o capitão de equipa e joguei até com alguns jogadores que ainda aqui estão. Mais tarde fui treinador, durante quatro anos, e a mística, a garra e a luta por este emblema está cá dentro. Eu sempre fui assim e tento transmitir isso aos jogadores. Vivo muito os jogos, há pessoas que não gostam desta forma de ser aguerrido e estar sempre a comunicar, mas eu sou assim e os jogadores sabem isso. As nossas armas não são iguais às dos adversários, então, temos que ser aguerridos, lutadores e determinados, se queremos levar o barco a bom porto.


Ficaram muitos pontos pelo caminho com adversários que não foram superiores ao Almodôvar?O campeonato é muito nivelado, as equipas são muito iguais, os jogos decidem-se muito nos detalhes, excepto, talvez, o Pinhalnovense, que é uma equipa diferente e, por isso, está em primeiro lugar. Mas o Almodôvar começou mal, se tivéssemos amealhado alguns pontos, como agora temos feito, se calhar, a distância não seria tão grande.


Mas ainda acredita na possibilidade de manutenção?Acredito que sim, apesar de termos alguns pontos de atraso, mas na segunda fase os pontos dividem-se ao meio. Ficaremos mais perto e, seguramente, discutiremos a manutenção até ao último jogo. Temos quatro ou cinco equipas que vão sentir algumas dificuldades, e nós vamos estar com elas nessa corrida pela manutenção.


Pediu reforços para esta equipa enfrentar a segunda fase?Os meus reforços são os jogadores que estão lesionados. É com esses reforços que estou a contar, são três ou quatro jogadores que não têm podido dar o contributo à equipa, de resto, não temos dinheiro para ir buscar mais jogadores. Se viesse alguém, teria que ser um jogador que fosse efectivamente um valor acrescentado, como aconteceu com o Bruno Mestre, que trouxe grande qualidade à equipa. Vamos tentar recuperar os jogadores lesionados, porque eles são essenciais à equipa.


Seja qual for o desfecho do campeonato, valeu a pena este percurso histórico do Desportivo de Almodôvar?Valeu a pena. Para mim é um grande motivo de orgulho ser treinador do Almodôvar e, sobretudo, num campeonato desta natureza. Sendo eu almodovarense de raiz, e assumo-o, sinto-me imensamente orgulhoso por representar o clube da minha terra, e muito feliz por estarmos neste patamar do futebol nacional.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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