domingo, 27 de julho de 2014

Europeu Sub-19: João sem medo da Sérvia

Central João Nunes diz que a Equipa das Quinas está pronta para reencontrar a Sérvia na meia-final e garante que os fantasmas da eliminação do ano passado não entram no balneário.   
Futebol Sub-19
Sérios, seguros e unidos. É assim que se encontram os comandados de Hélio Sousa, a dois dias de reencontrarem a Sérvia que os afastou do Europeu Sub-19 nos penáltis, no ano passado. A garantia é dada pelo central João Nunes.
“Os traumas da eliminação do ano passado não entram no balneário, ficaram com a geração anterior. Temos quatro jogadores que foram a essa meia-final, mas já a superaram. Connosco os fantasmas ficam à porta", afirmou, sustentando que "a Sérvia é um adversário forte, mas não mais do que isso". "Vamos sem medo para a meia-final", acrescentou.
As convicções de João Nunes são inabaláveis. Convicções que derivam de uma capacidade de observação e análise superiores. “Sou bom observador por natureza e a psicologia é uma área que me interessa desde o 10.º ano”, explicou.
Gosta tanto de psicologia que vai tirar esse curso na universidade: “Depois de acabar o 12º ano, passei por um período ‘zen’, de reflexão, e decidi que esse curso seria o meu futuro. Vou entrar este ano na faculdade. Acredito que dá para conciliar com o futebol ”.
Diz que “não é preciso ser-se entendido em psicologia” para ver "confiança e motivação” no conjunto luso, apesar de o jogo com a Áustria “ter sido mais complicado" do que o esperado.
"Foi um triunfo difícil, mas o pleno de vitórias na fase de grupos ajudou a motivar a equipa", disse, reconhecendo que também “é importante o trabalho que o ‘mister’ Hélio Sousa e a sua equipa têm feito”.
“A mensagem deles passa. É uma mensagem de crença nas nossas capacidades. Isso ajuda-nos a controlar a ansiedade e a olhar com seriedade para o que aí vem”, referiu.
João Nunes é lesto a apontar o ponto mais forte de Portugal: “Não é a técnica e os golos, é a determinação”. Porquê? “Porque quando queremos uma coisa, fazemos tudo para consegui-la em conjunto”.
“Somos muito unidos e coesos. Há sempre música no autocarro e no balneário, quando alguém diz uma piada, todos alinham. Quando é para trabalhar, todos dão o litro”, reforçou.
Ainda não tem o dom da premonição, mas acredita que “com este caráter, Portugal ficará mais perto de vencer”. “As vitórias formam-se primeiro na nossa cabeça. E nós queremos usar a nossa para ganhar”, avisou o futuro psicólogo.

De apanha-bolas a esteio da defesa dos Sub-19
Poucos podem gabar-se de ter uma ligação umbilical ao futebol. João Nunes pode, porque o futebol entrou-lhe no sangue desde o nascimento. “A minha mãe fala-me na bola desde o berço. O pai dela jogou no Vitória de Setúbal, no Rio Ave e no Académico de Viseu. Éramos muito ligados e eu sou a cara dele quando era novo”, contou, revelando que também carrega o nome Aniceto, como o avô.
Aos quatro anos foi inscrito na escolinha de futebol de Quinito, em Setúbal: “Foi nessa idade porque não dava antes”. Aniceto convenceu-o cedo a jogar no eixo da defesa, na posição que considerava "a mais responsável". "Dizia sempre 'ó João, tu lá atrás tens uma visão global do jogo e podes ser a influência estabilizadora da equipa. Deixa as outras posições para os rebeldes'. Eu fiz o que o meu avô pediu’”.
Recrutado ainda na infância pelo Benfica, tardou em afirmar-se na formação encarnada. “Metiam-me nos ‘Bês’, e não entre os melhores. Só não desanimei porque a minha família ajudou-me a resistir mentalmente. Agora sou forte nesse aspeto”. 
Nos primeiros anos da adolescência, os adeptos do Benfica conheciam-no mais por ser o apanha-bolas dos juniores do que por jogar com a camisola encarnada: "Ia a quase todos os jogos dos júniores para apanhar bolas. Coisas de miúdo". 
A dedicação e o trabalho fizeram com que se destacasse nos últimos dois anos: “Trabalhei muito e agora estou numa fase positiva. Estar aqui com os Sub-19 é a prova de que o esforço compensa”. 
Não jogou diante da Áustria, na terceira jornada do Europeu, mas confessa estar “sempre à espera de jogar”, incluindo na meia-final da Sérvia. “Digo isso porque um jogador tem de estar sempre preparado para jogar”, justificou o central, que foi titular nos primeiros dois jogos da Seleção, em Felcsút.
Durante a meia-final do Europeu, verá os pais e uma irmã nas bancadas. Já viajaram até à Suíça para o apoiar, na UEFA Champions Youth League, mas desta vez foram mais longe: “Vieram de carro até a Budapeste, muitos quilómetros de viagem para ver os meus jogos. Eu agradeço e fico feliz por saber que estão perto numa etapa tão importante”.
Treino em Budaörs 
Hélio Sousa orientou, este sábado, o primeiro treino a pensar no encontro com a Sérvia, referente às meias-finais do Campeonato da Europa Sub-19. A sessão decorreu no Complexo Desportivo de Budaörs e contou com a presença dos jogadores menos utilizados no último jogo, diante da Áustria, que a Equipa  das Quinas venceu por 2-1. 
Para os titulares da última partida da Seleção Nacional, os preparos foram mais ligeiros e incluíram trabalho de recuperação na piscina.
A armada lusa volta a treinar domingo de manhã. Ao início da tarde, o Treinador Nacional Hélio Sousa fará a antevisão do encontro da meia-final com a seleção sérvia, que está agendado para segunda-feira, às 20h00 [hora de Portugal continental].
Fonte: FpF.PT

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