Tudo começou na primavera de 2000 e à volta da mesa. Um grupo de figuras ligadas ao atletismo, entre eles os irmãos Manuel e Carlos André, grandes entusiastas da modalidade, fundaram o Beja Atlético Clube.
Texto e foto Firmino Paixão
Um percurso de 14 longos anos cujo balanço é positivo. O clube tem cumprido com distinção os desígnios que estiveram na sua origem, promover a modalidade formando jovens campeões. Mas não tem sido fácil, contudo. A última época foi, porventura, a melhor conseguida de todos os tempos. Para tanto contribuíram os resultados que alcançaram, sobretudo em campeonatos nacionais. O dirigente Carlos André assume mesmo que “foi a nossa melhor época de sempre”, mas lembrou que “é justo realçar o grande atleta que é Mussa Djau, que conseguiu os mínimos para sub/23, juniores e pista coberta. A nível do clube é a primeira vez que um atleta consegue os mínimos para os sub/23”.
Nesta altura o Beja Atlético Clube (BAC) tem a melhor equipa do distrito?Normalmente dedicamo-nos ao atletismo de fundo, embora não descuremos as provas de pista, mas a nível de atletas seniores e veteranos somos realmente a primeira equipa no distrito de Beja. Isto avalia-se pelos resultados conseguidos, pelos títulos alcançados e pelo valor dos atletas que temos no clube.
Têm projetado o clube e conquistado prestígio fora desta região?Estamos constantemente a ser convidados para provas nacionais de outras associações, em que realçamos o excelente desempenho do atleta João Cruz, que tem feito provas muito boas e obtido primeiros lugares em algumas delas. O Rui Fontes, um atleta veterano que também têm dado um grande contributo com boas marcas. Temos, realmente, uma equipa de seniores e veteranos bem cotada a nível nacional.
Entre os atletas com maior projeção estão João Cruz, Mussa Djau, Rui Fontes …
Temos também o Custódio António, um atleta de Grândola que é veterano e esteve connosco pela primeira época com muito bons resultados. Lesionou-se a meia da época e não conseguiu os objetivos que programou, mas contamos com ele para a próxima época. É um bom atleta a nível regional e nacional.
Qual foi o momento mais brilhante do clube nestes 14 anos de atividade?Todos os clubes têm momentos altos e outros menos conseguidos, o nosso momento mais significativo ocorreu este ano com a obtenção de mínimos em algumas provas, com Mussa Djau, que tem conseguido elevar o nome do clube a nível nacional. Ele próprio já tem feito testes em grandes clubes de Lisboa e está a todo o momento à espera de decisões.
Promovendo o atletismo e fazendo campeões?O nosso grande objetivo foi sempre proporcionar a prática do atletismo e temos tido sempre uma média de 50 a 60 atletas e, na formação, normalmente uma média de 15 a 20 jovens praticantes. É uma modalidade que exige muito sacrifício, existem outros apelos para os jovens e os atletas vão desaparecendo.
Numa luta constante para superarem dificuldades que se vos deparam?Cada vez há mais dificuldades e menos apoios, os atletas vão melhorando marcas e pedindo mais incentivos aos clubes, mas nós temos que manter algum equilíbrio financeiro.
Mais atletas, mais associados, uma nova sede, mais apoios, são as preocupações que estão no vosso horizonte?O nosso principal problema, neste momento, é a sede. Temos um pequeno espaço no Mercado Municipal e o nosso desejo é, realmente, termos uma sede capaz de chamar novos sócios e podermos mostrar o nosso espólio de troféus e de fotografias, que já é muito interessante. Queremos mostrar o que tem sido a história deste clube, mas falta-nos um espaço digno para o fazermos.
O clube teve um peso decisivo na eleição da atual direção da associação regional. Agora o capital de confiança no executivo já é mais diminuto?
Queremos que a Associação de Atletismo de Beja seja forte. Há dois anos colocámos atletas nossos no executivo mas, ao longo deste último mandatado, temos verificado que a associação está a perder peso a nível nacional. Certos critérios têm que ser revistos e certas propostas que fizeram não se concretizaram, além de que alguns diretores têm sido marginalizados.
E deteriorou-se o relacionamento?O relacionamento não é bom, nem mau, é formal, mas as coisas estão piorando um pouco porque a associação tem privilegiado, muito e bem, os atletas mais jovens, mas está desprezando os mais velhos. Não fazem as provas que deviam fazer, alteram constantemente os calendários e isso não pode ser assim.
O clube apresentará uma alternativa nas eleições de setembro?Nós podemos propor alguns nomes que concorrerão a título individual, nunca em nome do clube. Tivemos uma má experiência numa assembleia-geral em que toda a gente dizia mal da associação e, no momento próprio, muitos voltaram com a palavra atrás e só quem assumiu a responsabilidade foi o Beja Atlético Clube.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
Sem comentários:
Enviar um comentário