Os minhotos marcaram dois golos de bola parada e qualificaram-se para a próxima eliminatória da Taça de Portugal, deixando a formação alentejana pelo caminho, apesar da sua boa réplica.
Texto e fotos Firmino Paixão
A predominância da letra pê! Do pontapé de canto de que resultou o golo (de Anselmo) na própria baliza; do penalti com que os minhotos chegaram aos dois a zero; do poste da baliza de Igor, que negou um tento ao Guimarães; e de Paixão (Bruno), o setubalense que assinou uma boa arbitragem. O resto foi a ousadia e a dignidade com que os alentejanos enfrentaram um adversário mais poderoso, que se viu obrigado a arregaçar as mangas para conseguir a qualificação. Mas com dois tentos de bola parada. Um pontapé de canto pingado para a pequena área onde Hernâni pressionou o capitão Anselmo, provocando um toque fatal para o interior das redes, depois uma grande penalidade muito bem “cavada” por Hernâni, materializando a qualificação dos vimaranenses. Mas ficou sempre a ideia de que durante a primeira parte o Moura poderia ter chegado à vantagem, assim tivesse sido ainda mais ousado e confiante. Um sublinhado especial para a coragem do treinador Bruno Ribeiro que, num dia em que a festa da Taça coloriu a cidade de Moura, soube lançar um jovem da “cantera” mourense num jogo de tamanha importância – o médio Luís Neves.
No final do jogo o treinador dos forasteiros, Rui Vitória, assegurou que sabia “que o jogo não seria fácil, porque o Moura tem uma boa equipa e um jogo de taça é sempre complicado”, mas também que, “à medida que o tempo fosse passando, com o desgaste que iríamos provocar na equipa adversária, poderíamos tirar proveito mais à frente”. E não hesitou em considerar: “Justo será também deixar uma palavra de apreço à equipa do Moura, pela forma como se bateu e por esta festa que todos acabámos por proporcionar. Parece-me ser importante que os clubes que neste momento são mais mediáticos tenham também este papel de trazer a festa do futebol, neste caso, ao interior do País; por isso, acho que foi uma boa jornada, com uma vitória justa, contra um adversário que eu não me esqueço de dizer que teve muito valor e muita importância. Estamos muito satisfeitos porque vencemos e, no fundo, era essa a nossa obrigação. Agora vamos prosseguir o nosso caminho”.
O treinador do Moura, Bruno Ribeiro, foi naturalmente perentório em felicitar os seus atletas pela atitude e qualidade que mostraram em campo, lembrando: “Dignificámos esta terra e este clube e isso foi o mais importante”. E revelou: “Fizemos tudo para surpreender o adversário, não foi possível, mas fomos dignos e deixámos uma boa imagem. Defrontámos uma equipa muito forte, que está no terceiro lugar do principal campeonato português, uma equipa muito bem orientada, sabíamos as dificuldades que nos esperavam, mas tínhamos as nossas esperanças, trabalhámos bem, só tenho que felicitar os meus jogadores, felicitar o Guimarães pelo excelente campeonato que está a fazer e desejar-lhes muita sorte para o resto da prova”.
Em rodapé fica a satisfação do estreante Luís Neves, 18 anos, que ao minuto 86 viveu já o primeiro momento mágico da sua carreira.
Moura, 0 V.Guimarães, 2
Estádio do Moura Atlético Clube
Árbitro: Bruno Paixão, (Setúbal) auxiliado por António Godinho, Mário Dionísio e André Narciso (4.º árbitro).
Moura: Igor; Caju, Evandro, Anselmo (cap) e Mauro e Michael Habib (Moses, 77); Tó Miguel, Pedro Mendes (Francis, 28’) e Bruno Severino (Luís Neves, 86’); David Nunez e Bruno Gomes.
Treinador: Bruno Ribeiro.
V.Guimarães: Assis; Bruno Gaspar, João Afonso, Defendi (Cafu, 45’) e Traoré; Bouba Saré (Bernard, 62’); André, Alex e Hernâni; Alvez (Ricardo, 78) e Tomané.
Treinador: Rui Vitória.
Marcador: 1-0 Anselmo (pb), 66’, 2-0, André (gp), 83’.
Disciplina: amarelos a Bouba (17’), Caju (56’), David Nunez (66) Moses (77’) e Francis (82’).
Fonte: http://da.ambaal.pt
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