Com alguma ansiedade e hesitação, a Seleção Nacional sentiu dificuldades no arranque deste segundo jogo diante da formação checa e esteve em desvantagem desde o quarto minuto, graças ao golo apontado pela capitã checa, no seguimento de um pontapé de canto e depois de Neide Simões ter defendido o primeiro remate.
A inferioridade numérica da Equipa das Quinas - Filipa Rodrigues precisou de ser assistida fora das quatro linhas - foi bem aproveitada pela República Checa, que chegou ao segundo golo seis minutos depois por Lucie Vonková.

A desvantagem pareceu dar o impulso necessário à Equipa das Quinas, que assumiu mais o ataque. Atingido o primeiro quarto de hora, Stefanie da Eira rematou de fora da área, tendo a bola embatido no poste. No minuto seguinte, foi a vez de Ana Borges chegar com perigo às redes defendidas por Alexandra Vanicková, mas foi travada por suposto fora de jogo.

Apesar do esforço luso, já próximo do tempo de descanso, após uma recuperação de bola no meio-campo checo, Lucie Vonková, em velocidade, bisou no encontro.

No segundo tempo, a Equipa das Quinas regressou às quatro linhas mais determinada e isso refletiu-se num maior número de jogadas de ataque, mas a velocidade checa continuava a ser uma dificuldade em cada contra-ataque e o jogo muito físico quebrava o ritmo que a Equipa das Quinas pretendia impor.

Na cobrança de uma falta à entrada da área, nos derradeiros quinze minutos de jogo, Jana Sedlácková com um toque de calcanhar assinou o quarto do encontro. Nos minutos subsequentes e igualmente na cobrança de um livre à entrada da área, o golo luso esteve perto de acontecer, mas Carole rematou à figura.

Apoiada, uma vez mais, num bloco defensivo coeso, a República Checa conseguiu contrariar a insistência da Equipa das Quinas.

Francisco Neto em discurso direto:
"Como é lógico, não estamos contentes, nem eu nem as jogadoras. Somos a mesma equipa que há cerca de dois meses venceu a Suíça em dois jogos de preparação e que fez boas exibições na Algarve Cup. Agora, tivemos um momento menos positivo com estes dois jogos, por isso teremos de aprender com os erros. Isso é o que sai destes quatro dias de estágio, teremos de refletir acerca das coisas menos positivas e tirar as nossas ilações.

Entrámos, praticamente a perder, num lance de bola parada e, a partir dali, toda a estratégia que tínhamos delineado para este jogo se diluiu. Corrigimos algum posicionamento ao intervalo, alguma forma de pressão, penso que melhorámos na segunda parte, mas há dias em que as coisas não correm bem. Em relação à atitude das jogadoras, não tenho nada a dizer, porque trabalharam, uma vez mais, no limite, foram empenhadas, mas hoje foi um dia menos bom. Creio que o resultado foi pesado, não injusto.

Estes dois jogos reforçam aquilo que é esta equipa e penso que isso ficou patente hoje. Uma equipa que estava a perder 4-0 e não baixou os braços. Essa é uma caraterística nossa e disso não vamos abdicar, independentemente do resultado, temos as 'quinas' ao peito e temos de lutar até ao fim, custe o que custar. Nunca é bom perder, mas temos de saber tirar as ilações certas destas derrotas. Não há nenhuma equipa no Mundo que vença sempre, mas é certo que ninguém gosta de perder, por isso temos é de saber analisar e identificar onde falhámos para corrigir e melhorar."

Internacionais em destaque
À semelhança do que acontecera no primeiro jogo entre Portugal e República Checa, mais duas jogadoras mereceram uma atenção especial antes do início da partida desta quinta-feira.

A guardiã Neide Simões foi distinguida pelas 50 internacionalizações alcançadas em junho do ano passado, diante da Noruega, em Santa Maria da Feira. Já Jéssica Silva recebeu a placa relativa aos 25 jogos cumpridos em setembro, no jogo com a Bélgica, também de apuramento para o Mundial de 2015, em Abrantes.

Neide Simões recebeu a placa comemorativa das mãos de Humberto Coelho
Jéssica Silva orgulhosa pela distinção que recebeu no Fontelo
Ficha de jogo
Jogo de preparação
Estádio Municipal do Fontelo

Árbitras: Sandra Bastos. Árbitras assistentes: Olga Almeida e Sandra Santos. Quarta-árbitra: Cátia Tavares.
Portugal 0-4 República Checa (0-3, ao intervalo)
Portugal: Neide Simões, Matilde Fidalgo (Regina Pereira, 46'), Sílvia Rebelo, Filipa Rodrigues (Jéssica Silva, 46'), Carole, Dolores Silva, Stefanie da Eira (Tatiana Pinto, 46'), Cláudia Neto - cap. (Patrícia Gouveia, 29'), Ana Borges, Carolina Mendes (Edite, 66') e Andreia Silva (Olga Freitas, 66').
Suplentes não utilizadas: Patrícia Morais, Mónica Mendes, Laura Luís. Treinador: Francisco Neto. Golos: Nada a assinalar.
Disciplina: Cartão amarelo exibido a Tatiana Pinto (90+1').

República Checa: Alexandra Vanicková, Jana Sedlácková, Petra Vyštejnová, Petra Bertholdová (Aneta Dedinová, 46'), Nikola Sedlácková, Markéta Ringelová, Klára Cahynová (66'), Lucie Martínková - cap. (Eva Bartonová, 60'), Kristýna Janku (Petra Tauberová, 46'), Petra Ivanicová e Lucie Vonková (Gabriela Matoušková, 57').
Suplentes não utilizadas: Radka Bednaríková, Pavla Benýrová. Treinador: Stanislav Krejcík. Golos: Lucie Martínková (4'), Lucie Vonková (10', 38'), Jana Sedlácková (76').
Disciplina: Cartão amarelo exibido a Aneta Dedinová (54'), Lucie Martínková (57'), Markéta Ringelová (67'), Jana Sedlácková (81' e 88'). Cartão vermelho exibido a Jana Sedlácková (88')
Fonte: FpF.PT