Futebol Sub-19
Os primeiros 20 minutos foram o espelho fiel daquilo que se passou no campo n.º 2 do estádio Mikheil Meskhi durante praticamente todo o tempo de jogo. Os "tridentes" de meio-campo encaixavam-se quase na perfeição, o que enfatizava ainda mais a importância de criar desequilíbrios através de movimentos de rutura ou nos duelos individuais. Ambas as equipas o conseguiram a espaços, dado o talento dos jogadores que estavam no relvado, dos dois lados. O primeiro sinal de perigo foi dado por Portugal: à passagem do minuto 3, Flávio Silva deu profundidade ao ataque português, criando a linha de passe que Pedro Rodrigues tinha imaginado. O remate foi defendido pelo guarda-redes espanhol Antonio Sivera. A resposta surgiu dois minutos depois (5'), com San Emeritan a testar pela primeira vez os reflexos de Joel Pereira num remate que levou perigo à baliza portuguesa. As equipas ainda atravessavam a "fase de estudo", mas as aproximações às duas áreas eram constantes. Portugal tinha mais posse de bola nesta altura e Rúben Dias (12') teve na cabeça a melhor oportunidade da Equipa das Quinas na primeira parte, quando correspondeu bem a um canto apontado do lado direito por André Horta. A Espanha não baixava os braços apostava nas transições rápidas para surpreender a defesa portuguesa e foi assim que Asensio conseguiu ganhar espaço para assistir Mayoral, mas o remate do internacional espanhol foi parado novamente por Joel Pereira.
Numa fase em que o golo podia "cair" para qualquer dos lados, tal era a equivalência de forças em todos os setores do terreno de jogo, a Caricol "inventa" um golo para a "roja", através de uma jogada individual que incluiu uma diagnoal da esquerda para o centro e um remate seco e colocado, de pé direito, que entrou junto ao poste da baliza portuguesa. Os jogadores portugueses mantiveram-se fiéis aos seus princípios de jogo e foram em busca do empate, com aproximações muito perigosas à baliza de Antonio Sivera. Pela esquerda, pela direita, ou pelo meio, a Equipa das Quinas tentava tudo o que era possível para inverter o rumo dos acontecimentos, mas a Espanha acabou por novamente aos 28', por intermédio de Mayoral, que só teve de encostar após boa iniciativa de Pedraza.
Nos 15 minutos finais, os internacionais portugueses voltaram a tentar o golo e tiveram duas ocasiões perigosas, ambas pela direita, ambas por um irrequieto Dalcio Gomes (37' e 41'). O trio ofensivo português (Dalcio, Alexandre Silva e Flávio Silva) nunca deu, aliás, descanso à defesniva espanhola, pressionando sempre alto e procurando sempre os espaços para tentar visar a baliza na melhor posição possível. Não foi por falta de atitude dos jogadores portugueses que a Espanha levou dois golos de vantagem para o intervalo.
O início da segunda parte foi a prova mais elementar que Portugal não teve a sorte do jogo. O golo que deu o 3-0 à Espanha, por Asensio, logo depois do reatamento (50'), resultou de uma recarga a um remate de Pedroza, que fez toda a jogada pela esquerda do ataque espanhol. O centrocamposta fez um golo fácil, já que Joel Pereira ainda se estava a recompor da primeira defesa.
A partir daqui, a Equipa das Quinas demonstrou que a capacidade de sacrifício é uma das suas qualidades. Depois de tantos contratempos ao longo do encontro, os internacionais portugueses ainda conseguiram "encostar" a Espanha à sua área e criaram oportunidades muito perigosas, que poderiam ter ditado outro desfecho no marcador. Renato Sanches (61') e Rúben Semedo (64') visaram bem a baliza espanhola e só falharam o alvo por pouco. Dois minutos depois (66') Alexandre Silva também atirou uma "bomba" à baliza de Sivera, mas o remate saiu a rasar a trave. A formação orientada por Edgar Borges continuava a carregar no ataque, com combinações vistosas e variações de flanco que atestam bem o trabalho que a equipa desenvolveu ao longo do ano. Paulo Henrique teve uma das últimas boas oportunidades para Portugal, aos 71', de livre direto, mas o esférico teimava em não entrar.
Os espanhóis ainda voltariam a marcar novamente, por Pedraza (80'), em novo golo contra a corrente do jogo.
A vitória da Espanha garante-lhe a qualificação para o Campeonato da Europa de 2015 e o estatuto de única equipa a conseguir derrotar os sub-19 portugueses esta temporada.
No outro jogo do dia, a Geórgia venceu a Turquia por 2-1.
Clique aqui para conferir classificação geral do grupo 1 da Ronda de Elite.
Seleção teve o apoio de Luís Marinho
Luís Marinho, Cônsul Honorário da Geórgia no Porto, apoiou uma vez mais os sub-19 nesta Ronda de Elite. O diplomata viu o encontro na tribuna VIP (é o terceiro da primeira fila a contar da esquerda), perto do diretor da FPF, João Vieira Pinto, do Treinador Nacional Rui Caçador e das duas "baixas" frente à Espanha, os castigados Gil Dias e Jota.
Edgar Borges em discurso direto:
"Este resultado resume-se a uma palavra: desilusão. Houve um vencedor justo, que foi superior à nossa equipa e, por isso, há que dar os parabéns à Espanha e desejar-lhes boa sorte para a fase final do Europeu. Sabíamos que ia ser bastante difícil, penso que foi o triunfo da maturidade em confronto com alguma inocência que apresentámos. A Espanha foi mais eficaz e nós abordámos o jogo muito nervosos, isso foi-nos fatal. Cometemos demasiados erros, que o adversário aproveitou com muita eficácia. Tínhamos esperança de estar na Grécia, lamentamos profundamente que não o possamos fazer, mas há que dizer que todos os nossos jogadores, todo o grupo de trabalho foi digno, bateu-se pelos melhores resultados e pelo melhor desempenho. Infelizmente, não foi possível atingirmos o objetivo de estar no Europeu, mas temos de reconhecer que do outro lado estava uma das melhores equipas da Espanha dos últimos anos,"
"Fazer 11 jogos numa época, ter 7 vitórias, 3 empates e apenas uma derrota - esta - significa que esta foi uma época positiva. Obviamente, estes resultados ganhariam outra importância se nos tivéssemos apurado para o Campeonato da Europa. Não conseguimos, mas há que reter outro tipo de aspetos na nossa avaliação. Estamos a dar continuidade ao processo de formação desta equipa e há aqui atletas que para o ano estarão muito mais preparados em função desta experiência. Não está tudo perdido. Este resultado foi uma desilusão grande, poderíamos ter feito mais e temos de o assumir com toda a responsabilidade, eu sou o principal responsável. Tudo correu bem exceto este jogo. Para o ano, alguns destes jovens têm os sub-19, outros os sub-20 e agora têm de pensar nisso. Faremos uma reflexão séria e iremos ajudar estes jogadores a crescer e a serem melhores porque o futuro espera por eles."
Ficha de jogo
Ronda de Elite - grupo 1
3.ª jornada
Estádio Mikheil Meskhi, campo n.º 2 (Tbilisi, Geórgia)
Árbitro: Siebert Daniel (Alemanha)
Árbitros assistentes: Siedel Jan (Alemanha) e Chigogidze Davit (Geórgia)
Quarto árbitro: Kruashvili Giorgi (Geórgia)
Portugal 0-4 Espanha (0-2 ao intervalo)
Portugal: Joel Pereira; Jorge Silva; Rúben Dias (cap.), João Lima e Paulo Henrique; Pedro Rodrigues, Gilson Costa e André Horta (Rúben Macedo, 58'); Dalcio Gomes, Flávio Silva (Renato Sanches, 46') e Alexandre Silva.
Suplentes não utilizados: João Costa, Diogo Verdasca e João Serrano.
Treinador: Edgar Borges
Golos:.-
Disciplina: cartão amarelo para Alexandre Silva (43'). Flávio Silva (45'+1), Dalcio Gomes (62').
Espanha: Antonio Sivera, Aaron Caricol, Jorge Meré, Jesús Vallejo (cap.), Borja San Emeterio, Mikel Merino, Dani Ceballos, Marco Asensio (David Concha, 78'), Rodrigo Hernández (Pape Cheikh, 72'), Borja Mayoral (Asier Villalibre, 61') e Alfonso Pedraza.
Suplentes não utilizados: Simon, Marin, Ramirez e Pastrana
Treinador: Luís de la fuente
Golos: Aaron Caricol (22'), Borja Mayoral (28'), Marco Asensio (50') e Alfonso Pedraza (80').
Disciplina: cartão amarelo para Aaron Caricol (70')
Fonte: FpF.PT
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