Alentejano, 35 anos, professor
de desporto no FMH e treinador de futebol. Óscar Tojo concedeu uma grande
entrevista à Rádio Despertar – Voz de Estremoz, no programa «À Volta do
Rossio», conduzido por José Lameiras.
O eborense falou essencialmente de futebol e
da sua paixão pelo desporto-rei, embora neste momento dê prioridade à família e aos
filhos. Conferimos algumas frases marcantes.
Carreira
Aos 22 anos decidi abandonar a
carreira futebolística (Lusitano Évora, Giesteira, São Manços, Desp. Beja).
Vivemos num meio interior onde o nível competitivo é baixo e as oportunidades para chegar ao nivel profissional são muito difíceis. O único caminho que tive foi seguir a área do conhecimento.
Temos o cuidado de ter uma entrevista
individual com cada jogador para perceber a sua resposta em momentos de sucesso
e insucesso, individual e coletivamente.
A intervenção dos treinadores deve ser
centrada em três áreas: homem, atleta e futebolística. Existem quatro fatores
fundamentais de rendimento do atleta: técnico, físico, tático e psicológico.
Acredito que seja preciso muita equidade.
José Mourinho é o grande responsável
do treinador português ser olhado como o melhor do mundo.
Acredito que daqui a 10 anos os
treinadores de futebol tenham de ter todos uma licenciatura.
Existem três clubes alentejanos que
podem criar esperanças no futebol profissional: Atlético de Reguengos,
Juventude de Évora e Lusitano de Évora.
Não tenho dúvidas que o Pedro Caixinha
chegará a um grande em Portugal. Tem competência e trabalho para isso.
Quando ganhamos não somos os melhores. Quando perdemos não somos os piores.
Quando ganhamos não somos os melhores. Quando perdemos não somos os piores.
União
de Leiria
Se não fosse o convite de Pedro
Caixinha para o União de Leiria (2010) dificilmente chegaria ao futebol profissional. Estou-lhe muito grato e sinto-me privilegiado por me ter escolhido a mim e ao Pedro Malta.
No nosso primeiro dia no União de
Leiria estalou a bomba de crise no clube. Foi-nos proibida a entrada no estádio
na parte da tarde. Ficámos sem campo para jogar e treinar. Ás vezes a diferença
do futebol profissional e amador não é assim tanta, tirando quatro ou cinco
clubes.
Em Leiria, a minha esposa despediu-se
do emprego com duas crianças e passado um mês voltou para Évora e essa
oportunidade de trabalho deixou de existir.
Nacional
da Madeira
É uma região fantástica em termos de
qualidade de vida. Correu muito bem, é um clube com umas condições fantásticas.
Lembro-me de estar no Estádio da Luz e
quando subi ao relvado sermos assobiados e ofendidos, quando eu sempre
fui benfiquista.
Quando chegámos o balneário estava
partido em três: portugueses, brasileiros e sérvios.
Santos
Laguna, México
Foram dois anos que me marcaram muito.
Deixar a família foi muito complicado, foi a primeira vez que passei sozinho um
Natal e o aniversário dos meus filhos. Após isso levei a família mas não se
adaptaram à cidade.
Lembro-me de estar no hotel e passarem
dois helicópteros com militares aos tiros aos traficantes de droga. Torreón era
considerada a quinta cidade mais perigosa do mundo.
O clube tem 30 anos e teve um momento
decisivo quando o grupo Modelo (Corona) construiu um estádio e uma academia.
Teve um grande salto qualitativo, o que levou a ser um clube mais elitista, aí
torna-se maior a exigência dos adeptos. Das condições de trabalho só tenho a
dizer bem.
A partir do momento em que existe
família e filhos não podemos estar nisto a todo o custo. Existem prioridades.
Decidi pôr uma pausa na minha carreira profissional.
Há diferenças significativas com
Portugal em termos monetários. A liga mexicana é a sexta melhor do mundo em
termos de impacto financeiro. No Nacional tivemos com três meses de salários em
atraso, ali não acontece.
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