José Saúde
Abdicando de um ostracismo onde não me
envolvo, leva o conceito da liberdade de expressão em trazer de novo à
estampa a situação degradante do velhinho estádio municipal Flávio dos
Santos, em Beja. A minha alma transmite dor e o meu coração revolta.
Tenho trazido à liça apreensões acerca daquele espaço, com história, e
que hoje parece votado a um desprezível abandono. O espaço, outrora
palco de exímios acontecimentos, é agora um lugar vazio e resignado a um
eventual desleixo. Falo do que sei e conheço todo o seu desenvolvimento
desde os finais de 1950. Reconheço o empenho autárquico na construção
de uma cidade desportiva numa outra zona da urbe onde se concentram
várias dinâmicas e se desenvolvem ações preliminares inerentes a todos
os escalões de futebol. Esse facto não impede porém que lancemos achas
para uma fogueira que crispa por uma inevitável falta de veracidade. O
estádio, localizado na avenida Vasco da Gama, é digno de um reparo. De
obras idóneas. Ponto final. Reafirmo que aquela área não pode e muito
menos deve ser moeda de troca em campanhas ocasionais, ou eleitorais.
Urge dinamizá-lo, dar-lhe vida e desenvolver um rol de atividades
coincidentes com a sua capacidade. Reconheço que o tema, já viral,
obedece a eventuais querelas. É provável que o senso não seja uníssono,
no entanto cair no marasmo enquadra-se, em síntese, numa temática
mexeriqueira. Vi, em tempos, uma maquete que determinava um projeto
audacioso. Regozijei-me. Mas, tudo o vento levou. Assiste-se ao
delapidar de um património que dantes abrigou gerações de desportistas e
repleto de crónicas jocosas que se esfumam num horizonte de incertezas.
Defendo, conscientemente, que o Flávio dos Santos deveria ser
recuperado. Esta minha opinião articula--se com a sua facilidade de
acesso, por isso parte dos escalões de formação poderiam ali incrementar
a sua atividade. Sei, e não sou leigo, que em causa estará uma
pressuposta falta de verbas. Gizando o conteúdo das propostas entretanto
engendradas, e não cumpridas, temo para o cruel cenário da sua
definitiva extinção.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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