sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Estádio

José Saúde

Abdicando de um ostracismo onde não me envolvo, leva o conceito da liberdade de expressão em trazer de novo à estampa a situação degradante do velhinho estádio municipal Flávio dos Santos, em Beja. A minha alma transmite dor e o meu coração revolta. Tenho trazido à liça apreensões acerca daquele espaço, com história, e que hoje parece votado a um desprezível abandono. O espaço, outrora palco de exímios acontecimentos, é agora um lugar vazio e resignado a um eventual desleixo. Falo do que sei e conheço todo o seu desenvolvimento desde os finais de 1950. Reconheço o empenho autárquico na construção de uma cidade desportiva numa outra zona da urbe onde se concentram várias dinâmicas e se desenvolvem ações preliminares inerentes a todos os escalões de futebol. Esse facto não impede porém que lancemos achas para uma fogueira que crispa por uma inevitável falta de veracidade. O estádio, localizado na avenida Vasco da Gama, é digno de um reparo. De obras idóneas. Ponto final. Reafirmo que aquela área não pode e muito menos deve ser moeda de troca em campanhas ocasionais, ou eleitorais. Urge dinamizá-lo, dar-lhe vida e desenvolver um rol de atividades coincidentes com a sua capacidade. Reconheço que o tema, já viral, obedece a eventuais querelas. É provável que o senso não seja uníssono, no entanto cair no marasmo enquadra-se, em síntese, numa temática mexeriqueira. Vi, em tempos, uma maquete que determinava um projeto audacioso. Regozijei-me. Mas, tudo o vento levou. Assiste-se ao delapidar de um património que dantes abrigou gerações de desportistas e repleto de crónicas jocosas que se esfumam num horizonte de incertezas. Defendo, conscientemente, que o Flávio dos Santos deveria ser recuperado. Esta minha opinião articula--se com a sua facilidade de acesso, por isso parte dos escalões de formação poderiam ali incrementar a sua atividade. Sei, e não sou leigo, que em causa estará uma pressuposta falta de verbas. Gizando o conteúdo das propostas entretanto engendradas, e não cumpridas, temo para o cruel cenário da sua definitiva extinção.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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