Foi assim, Benfica, Sporting, Maia e Beja Atlético Clube, quarto lugar coletivo no Campeonato Nacional de Estrada (10 km), organizado pela Federação Portuguesa de Atletismo, que decorreu na cidade de Lisboa.
Texto Firmino PaixãoFoto Bento Palma
Um brilharete que faz história no atletismo regional, porque foi a primeira vez que uma equipa filiada na Associação de Atletismo de Beja conseguiu tão honrosa classificação, e que, seguramente, servirá de exemplo em termos nacionais, pela forma como um clube do interior do Alentejo conseguiu posicionar-se num lugar de tanto destaque, imediatamente atrás de três emblemas que são enormes potências da modalidade em Portugal. A receita para este sucesso, sabê-la-ão os atletas, que contribuíram para o magnífico registo, porque na berma da estrada só podemos imaginar que foi temperado com a competência dos atletas, a sua humildade, o empenho e dignidade que colocam na representação do Beja Atlético Clube (BAC). A delegação alentejana foi numerosa, mas só os primeiros quatro atletas a cortar a meta pontuaram para a classificação coletiva. Bruno Paixão, o portalegrense que esta época vestiu pela primeira vez a camisola vermelha do BAC, classificou-se no 16.º lugar da geral, Celso Graciano foi o 32.º, Mussa Djau o 37.º e a fechar a pontuação Carlos Papacinza, outro novo recruta do clube, que foi o 70.º da geral individual, nestes 23.ºs Campeonatos Nacionais de Estrada.
A equipa partiu confiante num bom resultado, mas o quarto lugar, seguramente, superou as melhores expetativas, concordou o diretor desportivo do clube, Bento Palma. “Sim, competimos muito confiantes, pois os nossos atletas estavam bastante motivados e conscientes de que haviam treinado bem para esta competição. Os resultados por eles obtidos nas últimas provas, designadamente nas várias corridas de São Silvestre do final do ano, deixaram excelentes indicadores de que algo de bom poderia vir a acontecer neste campeonato nacional. No entanto, sermos a quarta equipa atrás de outras como SL Benfica, Sporting CP e Maia AC superou todas as nossas expetativas”.
Onze atletas neste verdadeiro “esquadrão” do BAC que competiu em Lisboa, mas Bruno Paixão, Celso Graciano, Mussa Djau e Carlos Papacinza foram os melhores embaixadores da equipa.“Na verdade foram esses os atletas que pontuaram, todavia, o grupo encontrava-se bastante coeso no sentido de alcançar o mesmo objetivo, ou seja, alcançar a melhor classificação de sempre. Desta forma, todos contribuíram com a sua força, empenho e convicção para o resultado final obtido”.
Um percalço no final da prova, porque a Federação Portuguesa de Atletismo hesitou no reconhecimento da pontuação do guineense Mussa Djau, revelou o coordenador da equipa, explicando:“Julgo que esta ‘hesitação’ como lhe chama, deverá ser considerada mais como um lapso inicial aquando da elaboração da classificação provisória, pois para a classificação coletiva, por imperativo do regulamento, contam os atletas portugueses e os equiparados. O nosso atleta Mussa Djau é um atleta equiparado”.
Agora o brilharete inédito do Beja Atlético Clube, no quadro do atletismo regional, é, seguramente, um exemplo para os grandes emblemas nacionais. Bento Palma confessou: “Claro que foi um feito inédito, para nós foi um título, na medida em que constitui a melhor classificação de que há memória numa competição desta natureza, obtida por uma equipa alentejana. Os resultados obtidos funcionarão, certamente, como um exemplo a seguir por todos os clubes em geral, visto que o Beja Atlético Clube conseguiu demonstrar que, apesar de possuir um orçamento reduzido, é possível alcançar feitos grandiosos e, para tal, basta esforço, dedicação e o crer. Mas o dirigente acredita:“ Esta classificação poderá ter várias repercussões, designadamente mais alguns apoios, os quais nos permitirão lutar pela conquista de uma terceira posição no futuro. Uma outra repercussão poderá prender-se com a motivação de outros jovens do distrito a aderirem a esta modalidade”. Mas ao invés do que se possa imaginar, o recrutamento não é difícil, assegurou. “A tarefa tem sido fácil, porque três dos atletas envolvidos (Celso Graciano, Mussa Djau e João Cruz) já integravam o clube. Os atletas que chegaram de novo procuravam uma equipa forte e o Beja Atlético Clube conseguiu reunir a força, as capacidades e o espírito de luta dos atletas que já integravam o clube, com o crer, com as potencialidades e a determinação daqueles que chegaram de novo”.
E depois da ressaca deste sucesso, já existem outras metas no horizonte. “O Beja Atlético Clube tem como próximos objetivos os Campeonatos do Alentejo de Corta Mato e de Estrada, bem como os Campeonatos Nacionais de Corta Mato Curto e Longo”, concluiu o diretor desportivo do clube.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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