Na "ressaca" da descida aos distritais, o presidente do FC Castrense
assume que faltaram reforços à equipa para esta garantir a manutenção no
Campeonato de Portugal/Prio.
Sobre o futuro, Carlos Alberto Pereira afirma ao "CA" que mantém a
vontade de sair da presidência do clube, mas não esconde a preocupação
com a ausência de potenciais sucessores.
Sente-se desiludido com a descida do FC Castrense?
Sobretudo triste! Desiludido não, porque fizemos o máximo possível para
que isso não acontecesse
De certa forma, a Direcção nomeadamente
aqueles que estavam mais ligados ao futebol sénior, principalmente eu
não conseguiu arranjar as condições necessárias para o clube se manter
no nacional.
Que condições?
Estou a falar em termos de reforços para a segunda fase do campeonato,
para sermos mais competitivos. Acabámos por descer de divisão, mas penso
que fomos uma equipa digna e ao mesmo honrámos a camisola do FC
Castrense em qualquer campo. Recordo que o Cova da Piedade subiu à II
Liga e não conseguiu ganhar ao Castrense. Isso é uma amostra do que foi a
nossa equipa, melhor com os melhores e menos boa com as equipas menos
boas. Mas este é um campeonato muito forte e por vezes na região em que
nos encontramos nem sempre conseguimos arranjar os jogadores. Apesar de
termos condições, os jogadores tendem a ir para os clubes mais próximos
dos grandes centros urbanos. Lá sentem-se melhor, têm centros comerciais
para passear, têm aquilo que querem para passar uns tempos bons e, ao
mesmo tempo, desfrutar aquilo que possam ganhar com o futebol.
Ou seja, o FC Castrense desceu porque faltaram os reforços?
Sim, sim
E aponto isso como um erro nosso, principalmente meu! Sendo
que não quero apontar o dedo a outros agentes fora do grupo de trabalho e
do FC Castrense, que de certa forma também decidiram jogos que depois
foram determinantes para a classificação final. Mas não quero ir por aí
Caso contrário, teria que falar muito!
Está a falar de arbitragem?
Sim, árbitros e outras coisas mais
O FC Castrense está no Alentejo e
não entra nesses jogos, mas as pessoas pensam que por estarmos no
interior temos os olhos tapados. Mas não temos! Vemos muita coisa e
sentimos na pele o que há de menos bom no desporto.
O futuro será agora preparar uma equipa para voltar a subir. Consigo
ao leme ou não? Disse no início do ano que a sua saída era quase
inevitável
Tenho andado a falar com alguns colegas da Direcção e vamos reunir em
breve para analisar de forma mais profunda aquilo que vai ser o futuro
do clube. Porque até à data ainda não apareceu nenhuma candidata a
assumir a gerência do clube. E tem de aparecer até final de Junho.
Confirma a saída da presidência do Castrense?
Já manifestei essa intenção mais que uma vez, devido à minha
profissional e também pessoal e ao cansaço inerente a todos estes anos. E
penso que caras novas trazem outro ânimo e, muito provavelmente,
conseguem arranjar mais apoios dos que eu estou a conseguir. O clube tem
que estar constantemente em renovação, tem de ter ideias novas, pessoas
novas, para se manter no topo a nível distrital. Por isso vejo a minha
saída como sendo benéfica para o clube. Mas de uma forma ou outra não
vou deixar o FC Castrense a navegar sozinho. Vou falar com as pessoas,
por forma a arranjar alguém para a liderança do clube. Porque a equipa
de trabalho está feita, só falta alguém para assumir a presidência.
Que pode vir da actual Direção? É essa a sua convicção?
Sim, claro! Qualquer elemento da minha equipa actual é de confiança.
Para o cargo de presidente convidei uma pessoa, mas não está disponível
Vamos ver se arranjamos uma solução.
Convidou António Prazeres [actual vice-presidente]?
Sim, foi ele. Mas não está disponível para este lugar. Diz que continua, mas que a sua continuidade depende da minha. Vamos ver
Entrevista publicada no "Correio Alentejo" de 27 de Maio
Fonte: http://www.correioalentejo.com/
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