sexta-feira, 29 de julho de 2016

O melhor para os pombos


A última campanha competitiva da Associação Columbófila do Distrito de Beja foi bem-sucedida. Sem perdas de aves e resultados desportivos em que um ou outro “estranho” se destacou, a par dos vencedores crónicos.

Texto Firmino Paixão
Foto José Ferrolho


Com 19 coletividades e cerca de duas centenas de columbófilos em atividade, a campanha columbófila pautou-se pela normalidade. José Ameixa (Asas de Beja) e Paulo Bárbara (Asas Verdes) conquistaram títulos absolutos, o que não surpreende, e novos columbófilos emergiram nas diferentes especialidades (em próximo número revelaremos as classificações mais detalhadas). Uma época em que o calendário foi integralmente cumprido, o número de aves perdidas foi pouco significativo, como sublinhou Rogério Ricardo, presidente da Associação Columbófila do Distrito de Beja.


Uma característica do pombo-correio é a sua fidelidade ao pombal. Na última campanha as aves confirmaram esse apego ao habitat e voltaram na sua grande maioria ao ponto de origem?Foi uma época desportiva em que podemos afirmar com grande alegria que não existiu qualquer percalço dessa natureza, apenas tivemos de alterar o primeiro treino, cuja solta estava prevista para Espanha e a federação não nos autorizou fazê-lo. Fizemos a solta em Portugal, perto de Alqueva, e tivemos alguns problemas com o regresso de alguns pombos na margem esquerda. Mas daí para cá nunca mais houve registo de problemas.


O número de perdas também define o sucesso de uma campanha. Sendo assim, a última foi bem-sucedida?Sim, se calhar foi a mais bem-sucedida de todas as que já fizemos. Normalmente há sempre uma prova que deixa uma mancha e nós lembraremos sempre a pior, nunca as melhores. Nesta campanha não houve nenhuma prova que fique como má recordação, tudo correu bem, até mesmo nas provas nacionais. A última, por exemplo, foi extraordinária, porque na primeira de fundo nacional tivemos de conjugar os nossos meios com Évora e fomos com eles, mas algumas coisas correram menos bem. Nós queremos sempre o melhor para os nossos pombos, por isso decidimos mandar o nosso carro à última prova e, realmente, os resultados foram melhores e as perdas de aves muito poucas.


O calendário foi integralmente cumprido, com 21 provas entre velocidade, fundo e meio fundo?Foi cumprido na íntegra e de acordo com o inicialmente previsto, mercê também de alguma intuição nossa, porque tivemos de arriscar numa das provas em que fomos o único distrito a ir soltar a Espanha. Nenhuma outra associação soltou, porque a meteorologia indicava que seria perigoso efetuar soltas para as linhas deles e nós analisámos a nossa, previmos que teríamos sucesso e isso confirmou-se.


Olhando as classificações, constata-se uma ou outra surpresa, mas de resto são os vencedores crónicos.Há sempre alguém que se destaca pela primeira vez. Temos três ou quatro novos casos de sucesso, mas também temos os vencedores crónicos, entre eles José Ameixa, que é sempre um dos concorrentes muito fortes e candidato ao título.


Neste ano tivemos também uma grande prova internacional com soltas da aldeia de Dogueno para o columbódromo de Mira.Tivemos alguns concorrentes da nossa associação que enviaram pombos, mas essa foi uma prova ingrata, aquilo são jovens, são borrachos, é uma competição onde há prémios em jogo mas, de facto, é um pouco ingrato, porque os borrachos estão numa fase de constituição da sua própria morfologia, não estão ainda suficientemente desenvolvidos para uma competição como esta e ainda mais com temperaturas demasiado elevadas.


A associação está neste momento com 19 coletividades associadas. Todas estão em atividade regular?Sim, temos cerca de 200 columbófilos repartidos pelas duas zonas em atividade que representam as 19 coletividades filiadas na associação e que estão todas com atividade regular.


Há duas propostas para o calendário de 2017, com ligeiras diferenças, que estão em discussão entre os columbófilos.Desde que estou na associação o trabalho da equipa que lidero é sempre em prol de todos e não apenas de alguns. Nessa medida analisámos um problema que surgiu nas provas de velocidade que já tínhamos constatado em muitos anos anteriores e, neste ano, despertámos para essa realidade, que foi o facto de levar mais de uma hora, quase duas, a fechar a percentagem, o que não é normal. Analisámos a situação e falámos de Siruela e Tatalarubias, duas provas que estavam encurraladas dentro de barragens, onde a formação de nevoeiro é muito rápida e como em anos anteriores tínhamos perdido muitos pombos nessa zona, neste ano não, porque não fizemos as soltas demasiado cedo e aí é que está a chave da questão. Por isso, fizemos essa alteração aos locais de solta.

Fonte:  http://da.ambaal.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário