sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Única equipa do Alentejo
O Campeonato Nacional de Futebol de Praia decorreu mais uma vez na praia do Ouro, em Sesimbra, e voltou a contar com a participação do Clube Desportivo Praia de Milfontes, o único representante do Alentejo.
Texto e foto Firmino Paixão
Uma vitória e seis derrotas foi o saldo da participação do Clube Desportivo Praia de Milfontes no Campeonato Nacional de Futebol de Praia 2016, que decorreu na praia do Ouro, em Sesimbra, com organização da Associação de Futebol de Setúbal (com seis filiados em prova) e tutela da Federação Portuguesa de Futebol. António Frieza, di-rigente do clube que nesta época desempenhou funções de treinador desta equipa, atribui o modesto desempenho à inexistência de um campo próprio, em Milfontes, onde possam treinar e jogar.
Uma prestação um pouco aquém do que tem sido a participação do Praia de Milfontes nesta prova?Este campeonato foi muito difícil. Criámos a expetativa e estávamos com a motivação de que este ano seria possível termos um campo dentro do nosso distrito. Não tendo sido possível ter essa infraestrutura, tornou-se muito difícil reunir uma equipa e virmos sete vezes a Sesimbra. A viagem é muito longa, não tivemos possibilidade de treinar, pois não temos espaço próprio para isso, e nas praias também não se pode praticar a modalidade sem ser com autorização de várias entidades. Como nada disso foi possível foi um ano difícil para nós, conseguimos apenas três pontos.
Mas cumpriram a tradição de serem a único clube do distrito de Beja a competir nesta modalidade.Estamos a lutar para termos uma infraestrutura semelhante à que existe na praia do Ouro, em Sesimbra. É isso que faz a diferença e faz desenvolver a modalidade. É por isso que fizemos este investimento, que é pessoal, porque é o tempo que cada um de nós despende, e temos que agradecer ao município e à junta de freguesia que nos ajudam com os transportes. A estes atletas que são fabulosos. Os que vêm são mesmo os melhores, porque isto é um sacrifício enorme, é preciso gostarem muito do clube e estarem muito motivados para fazerem parte de um projeto destes.
É uma velha questão. O que falta então para que o Milfontes tenha a sua própria infraestrutura?O problema prende-se com o facto de o terreno que está identificado para construir o campo ser de proprietários privados que não estão a facilitar o município, que está a ver de que forma consegue chegar ao terreno. Uma infraestrutura dessas só fará sentido se estiver junto à praia e aquele espaço que está identificado em Milfontes penso que é dos poucos sítios que tem as características ideais para isso. Não só para o futebol de praia, mas também para outras modalidades que possam vir a desenvolver-se lá.
A organização de um campeonato distrital que antecedesse o nacional seria ouro sobre azul?Um campeonato distrital seria excelente, isso sim, podia dinamizar a sério esta modalidade. Julgo que facilmente se reuniriam oito ou 10 equipas, havendo uma infraestrutura disponível para isso. E se não formos por aí será difícil dinamizar o futebol de praia, neste ano fomos os únicos representantes do Alentejo e do Algarve e veremos se para o ano isto não fica deserto.
A participação menos conseguida deste ano não provoca desânimo nem porá em causa este projeto do Milfontes na modalidade?
Continuamos motivados, a única contrariedade que temos é a enorme distância que temos que percorrer desde Milfontes a Sesimbra em sete fins de semana consecutivos. Isso é que nos desanima, temos o apoio e promovemos e divulgamos as “Melhores praias de Portugal” e depois temos que percorrer 170 quilómetros para praticarmos a modalidade de que tanto gostamos.
E o plantel, também houve alguns constrangimentos na sua formação?Não foi fácil formar o plantel deste ano, mas tem tudo a ver com essas dificuldades que temos estado a enumerar. Não é fácil motivar os atletas a jogar sete jornadas consecutivas fora de casa e a uma distância como já referi. Quando nós no futebol tradicional jogamos um jogo em casa e outro no terreno do adversário. Mas devo enaltecer o sacrifício dos atletas, elogiar o seu amor pelo clube, porque se não fosse isso, seguramente não estaríamos cá.
Treina esta equipa, é vice-presidente do clube e diretor desportivo da equipa sénior de futebol de 11. O que lhe falta fazer pelo Milfontes?Falta-me jogar também à bola, mas para isso não tenho jeito nem idade, portanto, de resto, não me falta fazer mais nada. Mas não sou o único, como eu existem mais pessoas no Praia de Milfontes e só assim é que os clubes podem crescer de uma forma sustentada, tendo pessoas que gostem dos clubes e trabalhem para servir essas instituições e nunca se servir delas. No nosso distrito felizmente existem bastantes dirigentes com esta vontade e, por isso, acredito que o desporto no distrito de Beja terá futuro.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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