sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Humildade quanto baste


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O Centro de Cultura Popular de Serpa confirma o seu estatuto de equipa de 2.ª Divisão do andebol nacional, campeonato onde entrou de forma positiva e confirmou com uma grande vitória sobre o Vitória de Setúbal.

Texto Firmino PaixãoFoto Luís Mestre

A vitória em Almada, na jornada de abertura do Campeonato Nacional de Seniores da 2.ª Divisão, em andebol, pode ter sido o prenúncio de uma boa época para a jovem equipa do Centro de Cultura Popular de Serpa. Quatro jogos, duas derrotas e duas vitórias, uma delas fora de casa e a segunda diante do poderoso Vitória de Setúbal, deixam antever uma grande capacidade do conjunto serpense para os desafios vindouros, num campeonato longo e difícil, em que a juventude e a motivação dos seus jovens jogadores podem ser os grandes argumentos da equipa.
António Baião, o treinador do conjunto, conhece as dificuldades e, por isso, recusa qualquer tipo de deslumbramento, apesar da excelente exibição da sua equipa, que culminou com a vitória sobre a formação sadina. “Ganhámos a uma equipa muito forte, mas não deixamos de ser humildes perante aquilo que se passou”, assumiu o treinador. “Sabemos que o Vitória de Setúbal é melhor do que nós, mas hoje fizemos um jogo muito tático em relação àquilo que era o contexto de enfrentar esta equipa do Vitória, sabendo que têm uma equipa muito forte e recheada de bons valores mas, à medida que o jogo ia decorrendo, fomos acreditando que podíamos ganhar”.
Baião revelou que a equipa tentou “montar uma estratégia para este jogo que seria a de adiar que o nosso adversário ganhasse uma vantagem mais dilatada no marcador. O jogo foi muito dividido, embora na segunda parte nós estivéssemos mais vezes na frente no marcador, mas ganhar ao Vitória de Setúbal com estes miúdos que trabalham connosco durante a semana e com as limitações que temos, ainda valoriza mais esta vitória. Temos jogadores que não estão em Serpa e que, às vezes, nem à sexta-feira conseguem vir treinar”. Por isso, acentuou o líder da equipa, “sabemos que do outro lado esteve uma grande equipa, mas não nos vamos deslumbrar com este triunfo, porque também sabemos até onde podemos chegar”. O técnico assumiu que “como é óbvio, jogamos sempre para ganhar e acreditamos sempre no nosso sucesso, mas conhecemos as dificuldades que nos esperam em todo este percurso”.
Para trás ficaram já quatro jornadas, por isso Baião recorda que “foram quatro jogos, duas vitórias e duas derrotas, se calhar esta de hoje podia ser aquela que menos pensássemos conseguir. Perdemos em casa com o Camões, sem grandes hipóteses, eles foram superiores. Mas não direi o mesmo do jogo com o Benfica, que discutimos até perto do fim, quando aconteceram uns episódios de exclusões que nos obrigaram a jogar algum tempo em inferioridade e o Benfica ganhou uma vantagem que já não conseguimos contrariar. Mas o campeonato tem destas coisas, como aliás aconteceu aqui hoje, e que podem acontecer mais vezes, provavelmente o nome do Vitória de Setúbal levou a que nos batêssemos com mais determinação”.
Ainda com o sabor desta memorável vitória, a equipa desce amanhã para o reduto do Vela de Tavira e o treinador sabe que “é uma equipa difícil, será um daqueles jogos em que dificilmente conseguiremos encaixar-nos no modelo de jogo deles. O Vela de Tavira tem uma primeira linha muito forte, bons guarda-redes, é um jogo em que a maior percentagem de favoritismo está do seu lado, mas nós vamos para todos os jogos com o pensamento na vitória”. E explicou ainda: “Vem aí um ciclo difícil, vamos a Tavira, recebemos o Alto do Moinho e vamos ao 1.º de Dezembro, é um ciclo de jogos difíceis, mas queremos conquistar vitórias, vamos ver, mas o jogo de amanhã em Tavira será o mais difícil deste ciclo”.
O Centro de Cultura Popular de Serpa ocupa atualmente o quinto lugar, posição a meio da tabela que importa consolidar. No entanto, António Baião referiu que “o campeonato ainda agora começou, são 32 jogos entre a primeira e segunda fases, o objetivo é amealhar o máximo de pontos para passar à segunda fase, para onde levaremos metade. Temos um plantel muito jovem, hoje jogámos com dois atletas lesionados que fizeram um grande esforço para conseguirmos este sucesso”. Mas a juventude também significa irreverência e capacidade de superação, concordou o treinador. “Essencialmente é isso. E se olharmos para a maneira como no fim deste jogo segurámos esta vitória, concluímos que houve muito rigor tático durante os 60 minutos e também por aquela garra e motivação que a equipa teve, sabendo que estava a defrontar um adversário de enorme valor, talvez o melhor da série, com atletas muito experientes, um guarda-redes que veio do Sporting, outros jogadores com experiência de 1.ª Liga, mas o Vitória foi-se pondo a jeito e isso galvanizou-nos e fez-nos acreditar na vitória”, concluiu António Baião.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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