quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

O importante é formar


A equipa feminina do Futebol Clube castrense concluiu a primeira volta do Campeonato Nacional de Promoção no 3.º lugar, apenas com um empate e duas derrotas. O treinador Ruben Lança analisa o percurso da equipa.

Texto e foto Firmino Paixão


Duas derrotas com o primeiro e segundo classificados da série E, Quintajense e Guia, um empate com o Sintrense. Uma regularidade competitiva que o treinador quer transportar para a segunda volta apesar da juventude do plantel que, no início da temporada, viu sair Carolina Silva e Jéssica Pacheco para a formação de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) que disputa o Campeonato Nacional Feminino Allianz. O técnico Ruben Lança orgulha-se dessa projeção, mas enaltece o valor das atletas que ganharam espaço no plantel.


O terceiro lugar corresponde às expetativas iniciais?O terceiro lugar corresponde ao que tínhamos planeado. Temos um plantel ainda mais jovem do que na época passada, tivemos a saída da Carolina Silva e da Jéssica Pacheco, que eram pedras fundamentais no nosso plano de jogo e na forma como a equipa jogava, mas fomos buscar mais atletas jovens e eu gosto sempre de dizer isto – estamos a formar mais atletas, isso é fundamental e estamos dentro dos nossos objetivos que passavam por fazer melhor do que na época passada. Neste momento estamos em terceiro lugar, dois lugares acima da classificação da época anterior e está tudo em aberto, vamos continuar a pensar jogo a jogo e a tentar atingir o melhor lugar.


A equipa está focada em chegar ao primeiro lugar da série E?Claro que, estando em terceiro, estamos sempre a pensar no segundo ou no primeiro. Mentiria se dissesse o contrário. Mas temos noção das nossas limitações, temos um plantel muito curto e será complicado aspirar a outros voos. Mas continuaremos a trabalhar, tentando ganhar jogos, entramos sempre em campo com esse pensamento, seja contra o líder, seja contra quem está em último lugar. O mais importante é formar atletas e esse objetivo tem sido plenamente cumprido.


Sofreram apenas duas derrotas com as equipas que estão no primeiro e segundo lugar…Se fizermos uma retrospetiva desses jogos sinceramente que, em Quinta do Conde, fomos iguais ao Quintajense. O empate seria mais justo e, em casa, com o Guia, estivemos muito bem, mas as adversárias foram mais eficazes e, no futebol, ter o controlo de um jogo não significa ganhá-lo – foi o que sucedeu. Terminámos a primeira volta e, em 2017, vamos esperar que as jogadoras lesionadas recuperem, que voltem fortes e com vontade para fazermos uma segunda volta tão produtiva como a primeira.


A saída de atletas para outros clubes fragiliza este conjunto, mas significa o reconhecimento do trabalho que aqui se faz...Claro que sim, é um orgulho e é o corolário de um trabalho que não é só meu, mas de quem cá esteve anteriormente. É importante que isso aconteça porque também é bom para a equipa. Valoriza e projeta as que saíram, mas cria novas oportunidades a outras atletas, e nós estamos a fazer o campeonato com a qualidade que se reconhece devido a estas novas atletas que têm entrado na equipa. A “Carol” e a “Jeka” saíram, mas surgiram novas jogadoras, algumas cuja oportunidade estava tapada por elas e que depois sobressaíram. A verdade é que, neste momento, com uma equipa mais jovem, estamos fazendo um campeonato excelente.


Sendo assim o recrutamento tem sido fácil porque a visibilidade que esta equipa já tem atrai novas atletas?É verdade que atrai, mas não é fácil recrutar, ainda mais com o princípio que temos de não trazer jogadoras que estão em atividade no distrital. E porquê? O principal objetivo é fomentar o futebol feminino e, se nós formos buscar atletas que provoquem a inatividade de outras equipas, isso não tem lógica. Quero realçar que esta equipa é muito jovem e em breve perderá atletas por causa da sua entrada nas universidades, mas vem aí um lote de jogadoras muito jovens e com muita qualidade que está a ser trabalhado nos centros de treino da AF Beja. Estou há seis anos no futebol feminino e nunca tinha visto algo semelhante. Temos cerca de 70 atletas a trabalhar nos centros de treino, capazes de elevar o nível do futebol feminino como nunca se viu até aqui. Esperemos que não se percam e que os clubes as acarinhem e puxem para as equipas mistas.


O projeto do castrense está alicerçado no mérito de todo este percurso e consolidado pela projeção e visibilidade desta equipa?Temos feito por isso. A ideia é mesmo essa. Seja quem for que esteja à frente da equipa, que ela esteja sólida e que tenha continuidade por muitos anos. Sou de castro Verde e noto que os sócios e simpatizantes do castrense adoram a equipa feminina e isso é uma vantagem muito grande para este projeto, que seguramente terá futuro.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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