sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Recordando

José Saúde

Desafiando as agrestes escarpas de ciclos de vida celestiais, viajo pela faustosa máquina do júbilo desportivo e esbarro em acontecimentos que marcaram épocas em que o futebol se afirmava numa sociedade rodeada de imprevisíveis medos. O fenómeno cooperativo era um tema que restringia avanços seguros em moços que sonhavam com o mundo da bola. O sistema político não dava tréguas, logo pequenos grupos de pessoas requeriam um prévio cuidado. Caminho por veredas já gastas pelo tempo e revejo narrativas legadas por homens que tão brilhantemente ousaram desafiar as amarras dos pânicos e se lançaram na construção de agremiações que glorificaram inimagináveis sonhos. Recordando esses velhos tempos, recorro a narrativas legadas e lembro histórias contadas que nos causam grandes emoções. Na cidade de Beja, anos de 1920, deram à estampa clubes que se afirmariam decididamente no palco futebolístico local. Vivia-se com deslumbramento a prática desportiva. Além dos clubes, que entretanto se fundaram, existiam, também, os chamados grupos de jovens que se dedicavam ao prazer do jogo da bola e que atuavam em jogatanas aos fins de semana. Recordando esses períodos áureos, detenho-me perante o “Botana” e o “Botanoide”. O “Botana” era chefiado pelo Dr. António Covas Lima, e o “Botanoide” por João de Melo Garrido, um homem que, tendo em conta uma cisão no primeiro grupo, acabou por formar o segundo. Inserindo a nossa curiosidade pelo futebol dessas eras, escrevo, com dignidade e honradez, que o Dr. António Covas Lima, foi, ainda, jogador do “Glória ou Morte”, de Beja. A sua sina estava traçada, uma vez que, mais tarde, assumiu a presidência da AF Beja (1936-1938/1946--1947/1952/1960), abrindo então portas para o seu filho, Dr. João Manuel Covas Lima, o popular Dr. Nana, um dia se consagrasse como dirigente da emblemática corporação. Feitos e pessoas que marcaram a maravilha desportiva do antigamente e que muito contribuíram para a evolução da gigantesca realidade agora observada. 

Fonte;: http://da.ambaal.pt/

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