A 35.ª Volta ao Alentejo em Bicicleta “Crédito Agrícola” estará na estrada entre os próximos dias 22 e 26. Entre Portalegre e Évora vão pedalar-se mais de 800 quilómetros, colorindo as estradas das quatro sub-regiões alentejanas.
Texto e foto Firmino Paixão
Nas encostas da serra de São Mamede dão-se as primeiras pedaladas e começa a desenhar-se a vitória no prémio de montanha, que terá quatro contagens logo na primeira tirada. O pelotão deixará o nordeste alentejano deslizando pelas margens do “grande rio do Sul” até às encostas de Alqueva, onde fará duas jornadas, porquanto ainda no Alto Alentejo iniciará mais uma descida pelo vale do Guadiana, vindo de Serpa a Beja e de Aljustrel a castro Verde, até à Vila Museu, onde as marés beijam as águas doces do rio que se espreguiça entre as ameias de Mértola, onde terminará a tirada mais extensa.
O litoral alentejano e a costa vicentina, pelas margens do rio Mira, darão sequência a este roteiro de dorsos coloridos vergados sobre a bicicleta, que recortarão a costa “do vizir de Odemira”, onde a brisa atlântica refresca “o pessegueiro da ilha”, não a praia Vasco da Gama, que essa fica para mais adiante, quando a caravana avistar o complexo industrial sineense.
Em Miróbriga pode ver-se a volta passar rumo à Vila Morena, contornado a serrania onde se acoitam os javalis (que grand’olha), para regressar de novo à faixa costeira atlântica e se cruzar com o rio Sado, já em Alcácer do Sal.
Uma volta que se preze estará sempre “no centro do que é importante” e, por isso, Ferreira do Alentejo, cheia de tradições velocipédicas, vestir-se-á de gala para receber a partida para a última etapa, subindo até à praça do Giraldo, mas serpenteando antes por Cuba, Vidigueira, Viana do Alentejo e Alcáçovas até ao castelo de Montemor-o-Novo. Já com Évora no horizonte, quando chegar às imediações de Arraiolos, enceta-se o sprinte final para a consagração dos vencedores.
Um total de 881,4 quilómetros, 15 sprints especiais (metas volantes), sete contagens de montanha e um pelotão com 150 ciclistas de 19 equipas: Portugal (seis), Espanha (três), Noruega (duas), Estados Unidos da América (duas), Israel, Holanda, Colômbia, Rússia, Polónia e Irlanda. Estão em disputa a “Camisola amarela Crédito Agrícola” (geral individual), “Camisola preta Kia” (geral pontos), “Camisola castanha Delta Cafés” (montanha) e “Camisola branca RTP” (prémio juventude).
As grandes novidades desta edição da Alentejana são a antecipação no calendário, sucedendo logo à Volta ao Algarve, e a promoção ao escalão 2.1 da União Ciclista Internacional, possibilitando a participação de mais e melhores equipas e deixando antever um breve regresso à internacionalização. É esse, pelo menos, o desejo dos organizadores, a Podium Events e a Cimac – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, conscientes de quanto a realização deste evento potencia o desenvolvimento deste território. Não fosse a Volta ao Alentejo o maior acontecimento desportivo que a região promove, mostrando o seu património, a sua cultura, usos e costumes, os seus recursos e a sua gastronomia. Além das novidades, a certeza de que a prova irá conhecer um novo vencedor e já serão 35 diferentes, de onde se destaca, naturalmente, a presença de Miguel Indurain que na Volta de 1996 triunfou no Alentejo. Em 2016 ganhou Enric Mas (Klein Constantia).
Joaquim Gomes, o diretor da Volta ao Alentejo, assegurou que esta edição da prova “terá o envolvimento de três dezenas e meia de municípios”, lembrando ainda que a subida de escalão é também um motivo de orgulho e “um passo importante rumo à recuperação do estatuto internacional que a prova ostentou nos anos noventa”. O antigo ciclista recordou também que “não tendo o Alentejo grandes percursos montanhosos, as planícies alentejanas revelam outros argumentos que, aplicados ao fantástico mundo do ciclismo, têm proporcionado épicas batalhas na luta pela Alentejana”.
Hortênsia Menino, autarca que preside à Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, sublinhou que a Alentejana é, “há muito, uma referência nacional que teve na sua génese o trabalho organizativo das autarquias da região, focadas que estavam na divulgação da prática desportiva por toda a região”. Recordou ainda que “o Alentejo é cada vez mais um destino turístico de qualidade e esta é uma excelente forma de o mostrar”, até porque, concluiu, “este ano a prova percorre literalmente toda a região alentejana”.
O percurso
1.ª Etapa (22/2) Portalegre- -castelo de Vide – 158
2.ª Etapa (23/2) Monforte- -Portel – 171,3 quilómetros
3.ª Etapa (24/2) Mourão- -Mértola – 208 quilómetros
4.ª Etapa (25/2) Odemira--Alcácer do Sal – 175,2 quilómetros
5.ª Etapa (26/2) Ferreira do Alentejo-Évora – 168,9 quilómetros
As equipas (19): Sporting Tavira, RP Boavista, LA Alumínios Metalusa, Efapel, Louletano Hospital de Loulé, W52 Porto, Euskadi Basque Country (ESP), An Post Chain Reaction (IRL), Team Coop (NOR), Metec TKH (NED), CCC Aprandi Polkowic (POL), Rally Racing (USA), Team Sparebanker Sor (NOR), Israel Cycling Academy (ISR), Manzana Postobon Team (COL), GazProm Rusvelo (RUS), Caja Rural Seguros RGA (ESP) e Movistar Team (ESP).
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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