José Saúde
Gosto de Barrancos! A espiritualidade das suas gentes, os seus costumes
inatos, o original trautear de um dialeto literalmente incomparável, as
ruelas encantadoras, as festas, as romarias, as tradicionais touradas, a
religiosidade do povo e a forma como os barranquenhos recebem o
forasteiro, formam um conjunto de princípios elementares que enchem o
cidadão comum de irrefutáveis emoções. O visitante, mesmo incauto que
porventura se apresente, consome os prazeres e os sabores de uma
localidade que vive de paredes meias com a vizinha Espanha e que tem por
perto o povoado de Encinasola, cravado na serra de Aracena, província
de Huelva. Obsequiados pelo facto da vila se localizar num dos limites
zonais de um Alentejo gigantesco, o povo jamais abdicou da sua enérgica
entrega à maravilha desportiva. A 27 de abril de 1982, um grupo de
rapazes que se dedicava ao jogo da bola, fundou o Barrancos Futebol
Clube. Num recurso a recordações fidedignas de uma plebe
significativamente excecional, sabe-se que o futebol começou a ser
jogado em eiras, ficando, porém, nos anais da história que o primeiro
campo de que há memória situou-se na mina de Aparis, a 12 quilómetros da
vila. Nesse tempo, reza a biografia das gentes locais, a mina
desenvolvia um papel preponderante para o apego da mão-de-obra das
pessoas transfronteiriças, sendo que o espaço se apresentava como uma
das mais-valia para uma populaça que já sonhava enternecidamente com os
chutos na bola. Seguiu-se o salto para o campo do Baldio, junto ao
povoado, um espaço que conheceu radiosas tardes futebolísticas, assim
como benfeitorias infraestruturais que abrilhantaram o grémio. Com a
construção de um relvado sintético, a que se juntaram substanciais
melhorias físicas nas instalações desportivas, o clube deparou-se com um
certo vazio no que concerne à competição oficial, particularmente em
seniores na AF Beja, todavia, tal procedimento foi colmatado com uma
equipa local a participar no campeonato distrital de futsal. Agora, o
Barrancos apresentar-se-á na próxima época, 2017/2018, com as equipas de
seniores, que disputará, naturalmente, a segunda divisão, de iniciados e
infantis nas competições regionais. Recorde-se as temporadas em que o
conjunto principal se batia de igual para igual com adversários de maior
gabarito, sendo alguns dos atletas alvo de cobiça por emblemas com
outras ambições. Agora, numa observação atempada ao atual grupo de
trabalho, existe a certeza que no plantel impera a chamada
prata-da-casa, com alguns dos jogadores ainda juniores, outros seniores
de primeiro ano, e o treinador é Cláudio Serra, um técnico oriundo de
Reguengos de Monsaraz. A direção, liderada por Filipe Charrama, antigo
jogador, é alicerçada com base em gente jovem que se apresentam
disponíveis para trabalhar assiduamente em prol da sua sempre estimável
agremiação. “Biba o dehporto em Barranco”!
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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