sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Moura


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José Saúde

O homem, enunciando a sua inabalável vontade em exercitar modernos conteúdos desportivos, lançou-se nos primórdios do jogo da bola em envolvimentos que lhe proporcionaram desbravar novas vertentes e cimentar adequados teores que o atiraram para inolvidáveis excitações. Moura é uma terra onde o fenómeno desportivo fervilha no seio de uma população que jamais recusou o seu honrado apoio a uma maravilha que mexe emocionalmente com as suas gentes. Num escalpelizar profícuo sobre os princípios futebolísticos por solo de Salúquia, deparamo-nos com suculentas realidades que leva o povo a interrogar-se como foi possível o expansionismo desportivo observado naquela velha urbe. Aliás, em Moura cedo se assumiu o decifrar a arte do jogo e sobretudo o conceito da sua efetiva organização. Cogitava-se, com convicção, o futuro. Em 1912 o futebol conheceu ali os seus princípios, mas seria em 1918 que se verificou o seu apreciável incremento. A nova reflexão foi coroada com êxito, sendo o seu progresso motivo forte que proporcionou a chegada de novos clubes ao palco futebolístico local. O doutor Marcelino Fialho Gomes, figura prestigiada no meio e um homem sempre interessado no incremento desportivo no seu torrão natal, resolveu criar um organismo que associasse os clubes locais a que chamou “Federação de Foot-Ball Mourense”. Após várias reuniões fundou-se a tal federação, fazendo parte desse elenco diretivo Evaristo Pereira como presidente, Manuel Rodrigues de Andrade, representante do Moura FC, secretário, João Nobre, 9 de Abril, tesoureiro, João Rodrigues, 5 de Outubro, e André Mendes, Luso, vogais. A federação, pomposamente constituída, funcionava na sede do Moura FC. A curiosidade da iniciativa em congregar clubes numa corporação, deu-se precisamente uns anos antes da fundação da Associação de Futebol de Beja, 30 de março de 1925. Sendo real que a história é tão-só uma narração de factos biográficos, creio que não cometo crime de lesa a pátria evocar Moura como um dos explícitos modelos do mundo desportivo do distrito de Beja. Conheço a veracidade do empenho que os mourenses conferem ao Moura Atlético Clube; reconheço, também, outras nuances que interferem com a sua opção de análise a um determinado acontecimento com o evoluir do desafio, contudo, existe nas suas gentes um indesmentível condão em defesa aos amarelos. Pessoas simples, dirigentes coesos e que paulatinamente construíram infraestruturas dignas para elevar o nome do grémio. Atualmente o MAC é uma das principais referências do cosmos futebolístico regional. A equipa principal milita no Campeonato de Portugal, o seu estádio é propriedade do clube e os adeptos vibram ininterruptamente com as emoções de cada jogatana. Longe vão pois os tempos da “Federação de Foot-Ball Mourense”. 

Fonte: http://da.ambaal.pt

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