Fernando Candeias, 41 anos, é o treinador da equipa sénior do Praia
de Milfontes na época 2017-2018 e garante que o objectivo é fazer melhor
que no último ano na 1ª divisão distrital de Beja. Mas recusa qualquer
tipo de candidatura ao título. "Não olhamos para o título de campeão
como uma obsessão", diz em entrevista ao "SW".
Com seis jogos realizados, soma cinco vitórias e uma derrota. Está satisfeito com o que fizeram até aqui?
Poderíamos estar mais satisfeitos se tivéssemos pontuado na última
jornada, frente ao Vasco da Gama da Vidigueira. Mas pelo compromisso e
entrega dos jogadores, pelo acreditar deles no processo e ideia de jogo e
pela união de grupo que dia-a-dia evidenciam, estou muito orgulhoso do
grupo que lidero e optimista em relação ao futuro.
Conta com um plantel curto. É assim que gosta de trabalhar?
Na verdade temos um plantel curto, mas enorme em carácter e capacidade
de trabalho. Para além disso é uma prova de confiança na qualidade nos
nossos juniores, pois as necessidades são colmatadas por eles. Já
recorremos a vários e no futuro serão certamente mais aqueles que vão
ter a oportunidade de jogar na equipa sénior.
Qual é o objetivo no campeonato? Fazer melhor que no ano passado?
Fazer melhor que o ano passado é muito difícil, pois a prestação foi
fantástica. Obviamente que a ambição de sermos melhores está sempre
presente no nosso dia-a-dia. Não estamos obcecados por conquistar o
campeonato, mas sabemos que pela forma como trabalhamos isso um dia vai
acontecer naturalmente.
Nos últimos anos tem lutado sempre até ao fim pelo primeiro lugar. Esse factor "pressiona" a equipa?
O facto de estarmos sempre presentes na luta até final é demonstrativo
da qualidade do trabalho que este grupo tem desenvolvido ano após ano. A
nossa reconhecida qualidade de jogo, o ADN bem vincado do nosso
processo, é na minha opinião pouco valorizada pela comunicação social de
uma forma geral, preferindo sempre avaliar o resultado. Eu compreendo,
mas reafirmo que não olhamos para o título de campeão como uma obsessão,
mas sim como resultado de um processo natural.
As condições de trabalho são boas ou pensa que com o número de atletas que o clube tem já precisava de mais um campo?
Acompanho diariamente os trabalhos de todos os escalões no Foz do Mira e
penso que é evidente que aquele campo já se torna curto para a dinâmica
do clube. No entanto, isso é uma questão que deve ser respondida pelos
responsáveis do clube e entidades competentes, que decerto estão atentas
e a trabalhar numa solução para o futuro do clube, que tem crescido
muito nos últimos anos.
Por aquilo que conhece, que ideia é que tem do campeonato? A qualidade das equipas tem aumentado ou não?
A qualidade tem aumentado de uma forma transversal. Desde as condições
dos campos à aposta na formação por parte dos clubes e Associação de
Futebol de Beja, árbitros, treinadores, tudo isso tem contribuído para
melhorias evidentes nas equipas e consequentemente no campeonato. A
qualidade de jogo de hoje não tem comparação possível com o que era há
10 anos atrás. Contudo, há sempre a possibilidade de melhorar e novos
formatos devem ser discutidos e avaliados para, sobretudo, elevar a
competitividade do nosso "Distritalão".
Como treinador qual é o seu objetivo? Chegar ao futebol profissional?
Trabalho todos os dias para melhorar e para se chegar uma oportunidade desse nível, estar preparado para corresponder.
Fonte: http://www.jornalsudoeste.com/
Sem comentários:
Enviar um comentário