De regresso ao comando técnico do Odemirense, Nuno Luz assume, em
entrevista ao "SW", a ambição de fazer regressar o clube aos primeiros
lugares da classificação do campeonato distrital da 1ª divisão de Beja.
"Queremos voltar a meter o Odemirense nos patamares que têm sido
habituais até aos últimos anos, que eram os primeiros cinco lugares. É
isso a que nos propusemos, sabendo que íamos começar uma coisa nova com
jogadores novos. Mas o objectivo principal será sempre tentar chegar aos
lugares cimeiros, ou seja, aos cinco primeiros lugares", afiança o
treinador.
Depois do 9º lugar em 2016-2017 e 2017-2018, o Odemirense está "obrigado" a fazer melhor nesta temporada?
"Obrigado" não está, mas o objectivo a que nos propusemos é melhorar as
classificações dos anos anteriores. Queremos voltar a meter o Odemirense
nos patamares que têm sido habituais até aos últimos anos, que eram os
primeiros cinco lugares. É isso a que nos propusemos, sabendo que íamos
começar uma coisa nova com jogadores novos. Mas o objectivo principal
será sempre tentar chegar aos lugares cimeiros, ou seja, aos cinco
primeiros lugares.
O plantel sofreu muitas alterações face à última época. Foi por casualidade ou fruto dessa ambição de fazer melhor?
A renovação deve-se, em primeiro lugar, à ambição de fazer a equipa do
Odemirense com jogadores da terra. E isso foi quase totalmente
conseguido, porque 90% dos jogadores que entraram de novo ou já jogaram
nos seniores, ou fizeram a formação no Odemirense. E para aquilo que
queremos, faz sentido que seja com os jogadores da terra.
Ou seja, quiseram formar um plantel que sentisse o "peso" da camisola?
Sim, sim
É importante que tenham aqui raízes, que sintam o Odemirense,
que já tenham por aqui passado, para que nos momentos mais fracos
consigamos puxar o Odemirense e os seus valores para cima.
Entende que assim será mais fácil chegar ao topo?
Sim, claro. Já todos se conheciam apesar de muitos não terem jogado em
conjunto, mas como são da terra é normal que se conheçam e isso é
importante. Porque, por vezes, há nas equipas um grupo de jogadores de
fora e outro de jogadores da terra. E depois não há aquela ligação que
ajuda a fazer um grupo. E neste momento já podemos dizer que temos um
grupo forte em termos de relações inter-pessoais. Agora estamos a tentar
passar isso para dentro do campo e formar uma equipa forte.
O facto de o Nuno [Luz] ser o treinador também ajuda a isso? Afinal é um "homem da casa"
Sim. Temos um grupo muito forte, desde jogadores a equipa técnica,
passando pelo director-desportivo, que é o Zé Maria, que também voltou
ao clube. Estamos a tentar formar um grupo de pessoas que tenham
ligações ao clube, para que os jogadores também sintam essa ligação.
Isso é muito importante, porque assim faremos, com certeza, um grupo
melhor.
Levamos sete semanas de competição, entre Taça de Honra e campeonato
distrital. Está satisfeito com o rendimento da equipa até ao momento?
Sim, estamos. É normal que pensemos que podíamos ter feito um bocadinho
melhor, mas estamos a falar de uma equipa quase nova e é normal que não
se consiga assimilar logo o que queremos. Mas estamos a aproximar-se
disso e a cada semana que passa sinto a equipa melhor e mais forte. E
isso é o mais importante! Na Taça de Honra estamos na luta, pois o
segundo lugar dá direito às meias-finais. E no campeonato também
entrámos bem. Temos quatro pontos e daqui para a frente vamos apenas
pensar jogo a jogo, sempre com o intuito de ganhar.
Este ano o campeonato distrital da 1ª divisão tem apenas 11 equipas. Isso aumenta a competitividade ou retira interesse à prova?
Acho que aumenta a competitividade! Pelo que tenho visto, parece-me que o
campeonato está mais competitivo. E nesse sentido, não me parece que
haja jogos fáceis. Todas as partidas vão ser complicadas, seja em casa
seja fora, e é preciso estar sempre muito concentrado.
O Odemirense não é candidato ao título, mas quer complicar as contas de quem o é
Sim, sem dúvida! Estamos a começar uma coisa de novo e corremos um pouco
atrás de todas as equipas que estão a lutar pelos lugares de cima e que
mantiveram as suas estruturas. No entanto, esperem de nós muita luta!
Esteve dois anos afastado do banco do Odemirense. O que o levou a aceitar este desafio e regressar?
Foi o 'bichinho' do futebol, o amor ao clube, a amizade às pessoas que
estão à frente do clube
Mas antes de mais, porque estava a ver o
Odemirense um bocado adormecido e sabia que as pessoas que estavam à
frente do clube queriam mais. Também queria ajudar naquilo que me fosse
possível para melhorar o que tem sido o Odemirense nos últimos anos.
Aceitei o convite com muito gosto e estou contente por ter voltado.
Diz que estava a ver o Odemirense ficar "adormecido". Na sua opinião,
que papel deve estar reservado ao clube no futebol do distrito de Beja?
Um clube que tem de estar sempre na "linha da frente"?
Sem dúvida, porque o Odemirense habituou as gentes de Odemira e do
distrito a ter uma equipa competitiva, a lutar pelos primeiros lugares.
Sabemos que, por vezes, estas situações acontecem nos clubes e também
que estamos num concelho que geograficamente está longe de tudo e é
muito grande
E as equipas são muitas e por vezes não há jogadores para
as "alimentar"! Daí que nos últimos anos, para combater a falta de
jogadores, o clube tenha ido buscar atletas de fora. Mas essa aposta,
por uma razão ou outra, não foi bem conseguida e agora tentámos mudar
essa filosofia, com a aposta nos jogadores da terra. Queremos
incentivá-los e fazê-los ver que clube precisa da ajuda deles para
conseguir chegar aos patamares que era habitual.
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