Futebol Fem. - Sub-17
Um torneio inter-turmas mudou-lhe a vida e é supersticiosa ao ponto de entrar no jogo sempre atrás da guarda-redes. Vale a pena conhecer Inês Oliveira.
Sorriso aberto, franco, destemido. Foi assim que Inês Oliveira se apresentou ao fpf.pt na condição de última porta-voz da Seleção Nacional feminina sub-17 antes de ser conhecida a convocatória final para o Campeonato da Europa da Bulgária.
A postura está de acordo com as qualidades que habitualmente se esperam de uma jovem defesa/médio internacional, mas o percurso até vestir a camisola das Quinas não foi assim tão comum e até começou noutra variante: "No segundo ano, foram recrutar meninas à minha escola para formar uma equipa de futsal. Falei com os meus pais, eles aceitaram e levaram-me a fazer alguns treinos. Esta experiênciou durou um ano", explicou, deixando antever que havia muito mais para contar. E havia.
"No terceiro ano, num inter-turmas, fui a melhor marcadora, juntamente com um rapaz. O meu professor de Educação FÃsica, que era treinador na Escola de Futebol Hernâni Gonçalves, convidou-me para ir lá treinar. Foi assim que comecei no futebol."
A competência parece ter andado sempre de mão dada com as oportunidades que foram aparecendo na vida desportiva de Inês Oliveira, ou não tivesse sido ela também uma das 30 eleitas para o primeiro estágio de sempre da Seleção Nacional feminina sub-15: "Foi um momento único! Não acreditava que tinha sido convocada, só mesmo quando vi a lista deixei de ter dúvidas. Estar aqui é uma responsabilidade porque estamos a jogar por um paÃs inteiro", realçou.
Convidada a explicar o que sente quando ouve o Hino Nacional em campo, Inês Oliveira não podia ter sido mais clara: "Arrepia sempre! À primeira internacionalização, à segunda, à terceira...ou à décima. Ouvi-lo no Europeu? Pode ser uma experiência nova, sim. O sonho de qualquer jogadora é estar nestes torneios."
As aspirações da equipa nacional no Europeu estão bem definidas: "Queremos crescer, dar o nosso melhor, jogar para ganhar em todos os jogos. É para isso que estamos a trabalhar", assegurou.
Nos escalões de formação o suporte familiar é decisivo para o equilÃbrio entre vida académica e desportiva. Ao que parece, a internacional portuguesa tem exemplos bem próximos da disciplina que é necessária ao sucesso: "Os meus pais são quem mais me apoia neste sonho. Muitas vezes trabalham mais horas nalguns dias para poderem acompanhar os meus jogos e treinos."
Convidada a desvendar uma superstição da qual não abdique, Inês Oliveira nem hesitou: "Quando sou titular, tenho de ir sempre atrás da guarda-redes. Normalmente, resulta! Ganhamos mais vezes do que perdemos", justificou.
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