Depois do título nacional de Distância Média, o atleta João Pastagem,
do Núcleo de Orientação e Aventura da Associação Moradores de Vale
Béjinha e Carrasqueira (São Luís), acaba de se sagrar vice-campeão
ibérico. Em entrevista ao "SW", o jovem de 19 anos garante que quer
continuar a ganhar mais provas e representar mais vezes a Selecção
Nacional.
Como foi ser vice-campeão ibérico? Era algo que esperava quando seguiu para o Campeonato Ibérico de Orientação em BTT (Ori-BTT)?
Foi um sentimento especial! É sempre importante quando se consegue
alcançar um resultado deste relevo e ver o nosso trabalho a dar frutos
é, sem dúvida, muito gratificante. Quando segui para esta prova não
levava as expectativas muito altas e encarei-a como todas: tentando dar
sempre o melhor de mim do início ao fim. Mas esta era especial e ao
iniciar o primeiro percurso apercebi-me que me era favorável e que podia
estar na luta por um dos lugares cimeiros. E assim o foi.
É a sua maior conquista até ao momento ou já teve outros momentos importantes?
Já tive outros momentos importantes, nomeadamente no XCM, com a
conquista de algumas provas e lugares de relevo. E este ano no Ori-BTT
com a conquista do Campeonato Nacional de Distância Média. Mas esta é,
certamente, a minha maior conquista até ao momento, tanto pela sua
importância como pelo que significou para mim enquanto atleta.
O que o levou para a Ori-BTT?
A necessidade por fazer algo diferente. Não sou de ter sempre as mesmas
rotinas e gosto sempre de vivenciar novos desafios. A minha experiência
neste desporto ainda é muita reduzida em comparação com os meus
adversários, visto ser o primeiro ano que encaro esta nova aventura, mas
sinto-me motivado. Também sempre tive atletas que via como ídolos a
seguir e também é graças a um deles que quis experimentar o Ori-BTT.
Hoje em dia competir lado a lado com os mesmos atletas que vejo como
ídolos e até chamá-los de amigos só o posso descrever como especial.
Como é a sua rotina de treino?
A minha rotina de treino não é muito linear e não sigo nenhum método
específico. Não tenho planos de treino pré-definidos nem ninguém me
orienta a não ser eu. Sou eu que faço os meus treinos conforme o que me
apetece dentro do tempo que tenho disponível e do que acho mais
apropriado conforme o momento. Sei "ouvir" o que o meu corpo me diz, que
é muito importante, e tento treinar conforme as minhas necessidades. E
no que toca à alimentação é normal e sem restrições. Durante os meses de
competição tento sempre treinar, pelo menos, cinco a seis vezes por
semana, podendo a carga e tempo dos treinos variar conforme a altura da
época e os objectivos idealizados. Mas também isto tudo nunca é certo.
Quais são as suas ambições na modalidade?
Neste momento, tento levar tudo com tranquilidade. Mas sem dúvida que
gostava de poder ter mais oportunidades para representar a Selecção
Nacional em provas além-fronteiras e estar presente nas mais importantes
provas do calendário internacional.
Como se descreve como atleta?
Nunca gostei muito de me descrever, mas acho que sou um atleta simples e
humilde. Gosto muito do convívio entre pessoas que o desporto nos
providencia e as vivências partilhadas. Sou um bom ouvinte, apesar de as
vezes não o demonstrar, mas agradeço todos os conselhos que me dão.
Tento sempre aprender com os erros, gosto de estudar todos os pormenores
possíveis antes de uma prova importante (desde o percurso até à
temperatura, sentido do vento, etc.) e de apreender com quem me rodeia.
Um bom atleta de Ori-BTT tem de
Primeiro que tudo ser humilde, ter paciência e calma, ter uma grande
capacidade de sacrifício e uma vontade de superação ainda maior.
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