Zé Amaro
Zé
Amaro foi um jogador de futebol que na década de 1940 emergiu para o
universo de um fenómeno desportivo que se expandiu desalmadamente no
tempo. Porém, uma lesão grave no joelho ter-lhe-á encurtado uma carreira
que se perspetiva risonha. José Francisco Carrasco, Amaro é o epíteto
herdada do pai, nasceu no dia 2 de janeiro de 1934 em Aldeia Nova de São
Bento e, tal como os moços da sua idade, iniciou-se nos chutos da bola
com uma velha trapeira feita com uma meia de lã atulhada de trapos e
sacada dissimuladamente à mãe. Mas, foi com as cores do Atlético Clube
Aldenovense, um grémio fundado pelo capitão Alcino Pires a 20 de agosto
de 1947, que Zé Amaro surgiu para o cosmos futebolístico. Com o
Carapezinho, Bica, Zé Machado, Manuel Romeiro, Ferrão, os manos Beirão,
Rodolfo, Liboque, Torcato, Coureles, de entre outros companheiros, que o
Zé Amaro e o Atlético despontaram para a ribalta. Com o equipamento do
Atlético que orgulhosamente envergava, Zé Amaro, agora com 85 anos, deu
nas vistas em derbies regionais e os olheiros, sempre atentos à evolução
que o futebol acolhia na população, alvitraram-lhe um futuro risonho.
Em 1957 com ele ingressaram no Moura Atlético Clube o Garcês, o Vitorino
e o Bento Abril. “Fui ganhar 300 escudos por mês”, recorda o antigo
craque. “Na época seguinte fui para o Serpa. O treinador era o Teixeira
da Silva. Ainda joguei com o Patalino”, adianta com brio. Num profícuo
recurso às memórias, recorda um prélio quando envergava o equipamento do
FC Serpa: “Num jogo contra o Atlético Clube de Portugal, onde jogava o
Juninho, um avançado que brilhou no Benfica, o Germano, o Angeja, de
entre outras estrelas, ganhámos por 3-1 e eu fiz uma exibição
extraordinária, sendo entrevistado no final”. Mas as recordações não se
esgotam no tempo. “Recordo um outro jogo, este quando regressei ao
Atlético Aldenovense, em que fomos jogar a Aroches, em Espanha, e qual
não foi o nosso espanto quando à entrada da localidade estava uma banda
de música para nos receber”. As curiosidades de outrora surgem em
catadupa sempre que o tema é futebol. “Na altura em que andava na escola
primária já fazíamos grandes jogatanas entre a malta adepta do Benfica e
do Sporting. O curioso é que não havia jogo algum que não terminasse
com a malta à pancadaria. As zangas passavam depressa e lá vinha o
convite para outra jogatana”. Aqui fica uma equipa do Atlético no ano de
1958 e os seus suplentes: Mamede, Raúl, Japão, Matias, Manel Romeiro,
Zé Beirão, Rola, Calvinho, Luís António, Zé Amaro, Perdigão, Vitorino e
Zé Maria. O Atlético esteve-lhe sempre na alma e Zé Amaro na época de
1966/67 assumiu-se como treinador de uma equipa de juvenis que
participou no campeonato distrital da AF Beja, contando com a preciosa
ajuda de Luís Féria, um dirigente que apostou então na formação.
Fonte. Facebook de Jose Saude.
Fonte. Facebook de Jose Saude.
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