sexta-feira, 13 de março de 2020

Bola de trapos, edição de 13/03/2020 no Diário do Alentejo

José Saúde
João Madeira
O evoluir dos tempos conduz o adepto desportivo ao passível encontro com inadiáveis reproduções, onde se reveem antigos jogadores de futebol que perfizeram famílias que defenderam uma causa à qual se entregaram de corpo e alma. A família Madeira, originária de Beja, é o testemunho capital de uma linhagem de irmãos, Joaquim, Nói, Rui, João e Vítor que espalharam génio futebolístico pelo mais recôndito espaço desportivo. Tenho debitado histórias sobre a família Madeira, enaltecendo factos deslumbrantes protagonizados por uma irmandade de atletas que elevaram o nome de Beja, e da região, ao púlpito de uma atividade que lhes fora literalmente trivial. João Francisco Graça Madeira nasceu a 13 de março de 1950 na velha Pax Júlia e foi precisamente no Terreirinho das Peças que deu os primeiros passos no futebol. Com o Zé Mário, Delfim, André, Pepita, Chapita, Jacinto Simões, o mano Vítor, de entre outros companheiros do dia-a-dia, iniciou-se nos jogos de rua. Naquele tempo os moços organizavam-se em grupos consoante os locais onde residiam, dai que os dérbis com a malta da Praça de Touros, ou a rapaziada da estação dos caminhos de ferro, designadamente, fossem os adversários mais apetecíveis. Desse conjunto de miúdos que despertavam para o cosmos futebolístico a triagem era absolutamente natural, sendo óbvio que alguns foram para o Desportivo e outros para o Despertar. Com 13 anos João Madeira estreou-se pelo Desportivo, onde fez todo o seu percurso no futebol de formação. Dessa fase áurea recorda: “Com a equipa de juniores fomos campeões distritais e no campeonato nacional só fomos eliminados pelo Benfica”. A subida a sénior foi uma realidade, visto que se tratava de um jogador que evidenciava géneses oriundas de uma tribo com chancela registada. “Subi a seniores com o Tói Julião e nesses tempos o Desportivo tinha excelentes jogadores. Joguei, então, com o Alves, Quinito, Zezinho, Zé Mário, Baiôa, Zé Lameira, Horta e muitos outros que fizeram história no clube”. O rol de memórias caem em catadupa e João Madeira lembra a sua segunda época na equipa principal: “Nessa temporada tivemos como jogador/treinador o Suarez e as aquisições foram o Saul, Rodrigues Pereira, Júlio e o Zeca, oriundos do Vitória de Setúbal, o Palma, Benfica, o Saúde, Sporting e o Brito, Lusitano de Vila Real de Santo António. No Desportivo tive 21 anos onde ajudei a equipa com subidas aos campeonatos nacionais da terceira e segunda divisões nacionais”. O antigo jogador, figura proeminente no símbolo paxjuliano, não esconde que ao largo do seu percurso recebeu convites de outras agremiações: “Tive vários, sendo o Juventude de Évora o que mais perto de acontecer”. Na fase final de uma longa carreira, João Madeira passou pelo Despertar e, depois, jogou ainda no Inatel defendendo as cores do BNS Conceição, Alvorada e Santa Vitória.
Fonte: Facebook de Jose saude

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