sábado, 23 de maio de 2020

Bola de trapos, edição de 22/05/2020 no Diário do Alentejo

José Saúde
Rolim
Foi no mês de fevereiro de 1978 que um moço de Beja atingiu o estatuto de internacional juvenil e numa época em que defendia as cores da Zona Azul que disputava o campeonato nacional. Esse antigo jogador chama-se Rolim e esteve prestes a viajar para Lisboa para representar o Sporting Clube de Portugal. Contudo, a informação para a possível transferência não chegou ao recetor direto, ele, e o momento de ouro esfumou-se num horizonte onde as oportunidades escasseiam. António Manuel Soeiro Rolim nasceu a 28 de fevereiro de 1961 na cidade de Beja e o futebol foi sempre a sua grande paixão. Aos 13 anos estreou-se, como iniciado, no Desportivo, onde foi campeão, seguindo-se o ingresso na Associação Cultural Recreativa Zona Azul. “Na Zona Azul fui campeão distrital em juvenis e juniores. Nesses tempos a Zona tinha equipas fabulosas. Nessa equipa jogavam o Nói Alves, o Chico Agatão, o Chico Fernandes, o Chapita, o Pepe, o Ferreirinha, o Beto, o Da Costa, o Zé Pedro Gil, o Larguinho, o Galvão, o Barroso, o Viana e o Baião, de entre outros”. Com o emblema da agremiação conhecida como o clube das “Alcaçarias”, embora a sede se situe na Rua Frei Manuel do Cenáculo, Rolim viveu tempos de glória e o seu nome disparou em flecha nos contextos nacionais. “Vesti a camisola da seleção nacional em jogos nos quais Portugal defrontou a Bélgica e Israel. Esses jogos disputaram-se em Faro e em Portimão”. Mas só num jogo que a Zona Azul disputou em Alvalade é que Rolim conheceu a razão pela qual a sua transferência para o Sporting se havia gorado. “O professor Cassiano, treinador da equipa de juniores, no final da partida questionou-me sobre a minha recusa em não ter aceitado o convite que o Sporting me endossou. Respondi-lhe que não tive conhecimento dessa proposta. Pedi, depois, explicações aos dirigentes da Zona Azul que alegaram precisarem de mim para a próxima época”. Ao atingir o escalão sénior “o Desportivo rejeitou-me”, refere com mágoa, e o antigo jogador tentou fixar-se num outro emblema. “Comecei a pré- -época no Juventude de Évora, mas num jogo de preparação contra os juniores do Benfica fraturei um pé e acabei por me vir embora”. Debelada a lesão, que levou muito tempo, viajou ao Futebol Clube de Serpa, sendo que o clube militava na terceira divisão nacional. Seguiu-se o regresso a Beja. “Vim para o Desportivo e na época seguinte fui para o Despertar. O presidente era o Barbosa e integrei uma equipa que ficou memorizada como o Cosmos”. Sim, é verdade, que esse conjunto de excelentes jogadores fizeram história no futebol distrital de Beja e Rolim explica porquê: “Pegámos no Despertar na segunda divisão distrital e levámos o clube à terceira divisão nacional conquistando todos os títulos na Associação de Futebol de Beja nos escalões onde praticámos”. Sucedeu-se o Sporting Ferreirense, onde foi campeão, e depois a Cabeça Gorda, sendo que após arrumar as botas teve uma experiência como treinador.
Fonte: Facebook de Jose Saude.

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