sexta-feira, 12 de junho de 2020

Pedro Xavier: "Estamos a desenvolver um bom trabalho"


Um novo paradigma no presente e para o futuro do futebol distrital é uma ideia expressa pelo presidente da Associação de Futebol de Beja, Pedro Xavier, no balanço de uma época imprevisível e adversa.

Texto e Foto Firmino Paixão

O dirigente revela tranquilidade quanto às decisões do presente e mostra confiança no futuro, sentimentos alicerçados na ideia de que “com o trabalho desenvolvido nos escalões de formação, com o número de atletas a crescer, com a melhor formação dos agentes desportivos, com o apoio das autarquias e claro, a crescente estruturação dos clubes, tudo conjugado, indicia que estamos a desenvolver um bom trabalho, quer para o presente, quer para o futuro do futebol distrital”.

Uma época desportiva bruscamente interrompida por uma pandemia, travando os sonhos, os projetos, as ambições dos agentes desportivos?
Sim, esta pandemia surgiu de forma abrupta, obrigando, numa fase inicial, à suspensão de provas e, posteriormente, ao seu cancelamento. Sendo uma situação inesperada, cujas consequências e o possível retorno às provas eram, e ainda são, uma incerteza, é natural que se tenham frustrado objetivos e expectativas a vários níveis e escalas, com impactos, entre outros, e naquilo que se relaciona diretamente com o futebol distrital, nos clubes, associações de futebol e Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Em conjunto, teremos que nos readaptar e tentar minimizar os efeitos limitantes com os quais nos deparamos, tendo consciência que se as circunstâncias são diferentes, os moldes também terão que o ser.

Nunca se saberá se o Aljustrelense evitaria a despromoção, mas a decisão de cancelar o Campeonato de Portugal foi, de alguma forma, benéfica?
Com o cancelamento do Campeonato de Portugal, a decisão de que não haveria descidas de clubes permitiu que o Aljustrelense conseguisse atingir o grande objetivo da época, a sua manutenção no nacional.

O alargamento do Campeonato de Portugal permitiu a promoção do Moura, então líder do campeonato distrital. Fez-se justiça?
O alargamento permitiu que os representantes das associações distritais subissem ao Campeonato de Portugal. O nosso representante, o Moura Atlético Clube, era, na altura da suspensão e cancelamento de provas, o líder do distrital, com dez pontos de vantagem sobre o segundo classificado. Seria uma grande injustiça o clube não ser premiado com o mérito da subida e, em simultâneo, seria frustrar expectativas legitimas, pelas quais o clube trabalhou desde o início da época.

A Associação de Futebol Beja (AFB) defendeu o seu filiado e lutou por esta solução?
A AFB defendeu a posição do seu filiado e lutou, desde a primeira hora, por uma solução que permitisse que o seu representante ascendesse às provas nacionais, na época 2020/2021. No entanto, a organização do Campeonato de Portugal pertence à FPF, que decidiu no sentido do alargamento do campeonato na próxima época e a criação de uma terceira liga na época 2021/2022.

Com a III Liga o Campeonato de Portugal será a quarta divisão do futebol nacional. Pode ser entendido como uma desvalorização desta prova?
O Campeonato de Portugal apresenta um formato que tem inerente a representação de todas as associações distritais. Assim, os campeões distritais terão sempre acesso a esta prova nacional que é mais exigente em todos os aspetos. Este formato permitirá mais equilíbrio e uma maior competitividade entre os clubes. Acredito que, nos próximos anos, vamos ter dois ou três representantes neste campeonato. Para participarem na III Liga, os clubes necessitam de ter outra estrutura, outro orçamento e outros apoios. Quem sabe? Num futuro próximo...

O que espera da próxima temporada? Já está a ser planeada?
Obviamente que desejo uma época sem surtos, nem interrupções, em que nos iremos esforçar para alcançar uma época melhor que a última, em todos os aspetos. Perspetivamos que se consiga concluir todas as provas que nos propusermos realizar. Obviamente que a situação de uma possível paragem, devido ao surto de covid-19, terá que estar presente e, nesse sentido, contemplaremos alternativas ao nosso planeamento desportivo.

Os líderes da segunda divisão (União Serpense e Naverredondense) poderão ocupar vagas no escalão principal, premiando o mérito revelado?
Sim, a AFB reuniu com todos os seus sócios e existe unanimidade em que o União Serpense e o Naverredondense integrem a primeira divisão, visto serem os líderes das respetivas séries no momento da suspensão/cancelamento das provas.

Já se sabe que a FPF vai exercer, sobre os clubes, um controlo financeiro muito rigoroso, evitando situações de falso amadorismo?
Penso que sim, mas ainda não sabemos como vai ser feito esse controlo. Mas também quero realçar o trabalho honesto e dedicado dos clubes representantes da AFB, que têm as contas com a FPF todas regularizadas.

O Núcleo do Sporting de Moura considera-se campeão distrital? À luz dos comunicados este título não será homologado, porque a prova não terminou?
Sim! Contudo, considero que é uma questão que tem que ser analisada em sede própria com o nosso sócio.

Os dirigentes do Núcleo criticaram o que dizem ser o ‘silêncio’ da AFB sobre esta matéria...
Não existiram, nem existem, silêncios. Todos os nossos filiados foram informados, quer dos comunicados da FPF, quer da AFB, que são claros quanto a esta situação. Ou seja, quanto ao cancelamento de provas, efeitos e consequências.

A covid-19 impediu a realização do Interassociações Sub/14 Lopes da Silva em Beja e Évora. Será realizado em 2021 nas mesmas cidades?
Do comunicado do cancelamento deste torneio pela FPF extraímos que tudo indica que, no próximo ano, o Lopes da Silva se realize em Beja e Évora, como estava previsto antes da pandemia.
Fonte:  https://diariodoalentejo.pt

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