Campeonato Distrital da 1ª Divisão, em seniores masculinos, passará, a
partir da época 2021/22, a ser disputado por 12 clubes e a ser jogado em
duas fases. A alteração foi aprovada em assembleia-geral extraordinária
da Associação de Futebol de Beja (AFB).
Texto Firmino Paixão
Uma primeira fase a disputar pelos doze
clubes, numa única série, por pontos e a duas voltas. Num segundo
momento, as seis equipas melhor classificadas disputarão uma segunda
fase, designada por “série de subida” e as seis equipas pior
classificadas formarão uma outra série, denominada de
“manutenção/descida”, ambas por pontos e a duas voltas. Esta foi a
alteração mais relevante introduzida no regulamento de provas oficiais,
aprovada em assembleia-geral extraordinária, por maioria, com os votos
contra do Futebol Clube de Serpa, Futebol Clube Castrense, Piense
Sporting Clube e a abstenção do CCD Bairro da Conceição.
O figurino vai vigorar a partir da época
2021/22, sendo que o vencedor da série de subida será promovido ao
Campeonato de Portugal e o último classificado da série de
manutenção/descida será despromovido ao escalão inferior. Outra das
alterações que os órgãos sociais levaram à reunião magna foi a
eliminação do prolongamento, de 30 minutos, como forma de desempate das
finais das Taças do Distrito de Beja e da Supertaça, passando o vencedor
a ser encontrado através da marcação de grandes penalidades, mas esta
alteração foi rejeitada pela maioria dos clubes.
A implementação do regime de cinco
substituições nos jogos de juniores e seniores, a alteração do tempo de
jogo nas partidas de juvenis e iniciados para 90 e 80 minutos,
respetivamente, foram as restantes alterações, aceites por unanimidade.
Compareceram na reunião representantes de 15 clubes, nem todos
credenciados para o exercício do direito de voto, sendo que esteve
presente um emblema do Campeonato de Portugal (Aljustrelense), 10 dos
que irão disputar a 1ª Divisão (Aldenovense, Despertar, Castrense, Cuba,
Milfontes, Penedo Gordo, Piense, Serpa, União Serpense, Vasco da Gama) e
dois do escalão inferior (Bairro da Conceição e Ourique), além do
Ferreirense e do Desportivo de Beja, que apenas têm escalões de
formação.
Entre os clubes diretamente interessados
no tema, só o Almodôvar, o Guadiana e o Odemirense não compareceram.
Encerrados os trabalhos, o professor Pedro Xavier, presidente da
Associação de Futebol de Beja disse ao “Diário do Alentejo” que os
clubes “mostraram a saúde com que o Baixo Alentejo vive o seu futebol”.
“Penso que o campeonato da 1ª Divisão vai ficar mais competitivo.
Esperemos que tudo corra melhor e que, já nesta próxima época,
consigamos ter um campeonato melhor do que anterior”.
Questionámos se um campeonato com menos
equipas acrescentaria mais competitividade à prova e o dirigente
comentou que “melhores equipas é que acrescentariam mais
competitividade, mas nós conhecemos o nosso meio e também sabemos que a
segunda fase, que definirá a subida e a manutenção, irá equilibrar o
valor das equipas. Por isso, será um campeonato mais competitivo, em
que, até à última jornada, toda a gente terá uma palavra a dizer”.
Quanto ao acréscimo de custos para os
clubes, Pedro Xavier revela que as equipas “vão ter o mesmo número de
jogos” que nas épocas anteriores: “Nós estudámos isso. Na segunda fase
serão feitos mais dez jogos, o que não significa mais custos, porque
elimina-se a Taça de Honra. No Algarve já funcionam assim e o modelo tem
dado resultados”.
Quanto aos opositores à proposta,
Fernando Zeferino (“Abelha”), presidente do Castrense, considera
tratar-se de “um modelo que não traz nenhuma verdade desportiva”.
“Interrogo-me se, no futuro, não teremos mesmo um campeonato só com meia
dúzia de clubes, porque os que ficam abaixo do sexto lugar não terão
ambições”.
“Na 1ª Divisão estamos com muita
dificuldade em recrutar jogadores, mas há clubes da 2ª com mais de 30
jogadores no plantel, sem pagarem nada”, assegurou o líder do Castrense,
segundo o qual “outro aspeto que, no futuro, deverá ser ponderado, será
não prender os jogadores ao domingo. Eles preferem jogar ao sábado na
2ª Divisão, abdicando de qualquer subsídio para jogar ao domingo.
Prevejo um futuro com um número bastante reduzido de clubes na 1ª
Divisão distrital”.
Outro voto contra a redução do número de
clubes foi o do Piense. Manuel Moita, presidente dos “alvinegros”,
considerou “não existir mérito nenhum” na alteração agora aprovada.
“Achamos que, na segunda fase da prova, os clubes do bloco inferior
competirão com um interesse muito reduzido. Quem luta pelo título serão
os melhores seis e os jogos entre os restantes seis clubes serão jogos
com bastante desmotivação. Por outro lado, achamos que as despesas
aumentarão e foi por estas razões que votámos contra”.
Também o Futebol Clube de Serpa,
representado por António José (“Belinha”) se opôs à redução “explicando
que os campeonatos, de uma forma natural, “vão tendo cada vez menos
equipas e o nosso objetivo seria sempre competir em campeonatos como os
de antigamente, com 14 clubes”. “O nosso voto contra foi uma decisão
tomada pela direção do clube e a mim coube-me estar na assembleia-geral a
expressar o voto do Serpa contra a redução do número de equipas, mas
respeitamos a decisão da maioria”, concluiu.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt/
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