Francisco Neto satisfeito no encerramento do estágio que a Seleção A feminina realizou na Cidade do Futebol.
Ponto final nos trabalhos da Seleção Naciona feminina A. A equipa orientada por Francisco Neto completou, este domingo, um ciclo de dez dias de preparação na Cidade do Futebol, naqueles que foi o primeiro momento de concentração da equipa, após a paragem imposta pela pandemia de Covid-19.
O Selelcionador Nacional falou aos jornalistas no final dos trabalhos e mostrou o seu agrado pela forma como decorreram. "O estágio correu muito bem, foi um estágio muito positivo. As jogadoras chegaram muito motivadas, muito disponíveis e apresentaram grande capacidade de aquisição dos conteúdos que tínhamos planeados para este estágio", referiu Francisco Neto.
O facto de Portugal só voltar a competir em outubro foi considerado pelo Selecionador uma vantagem, pois permitiu-lhe desenvolver um tipo de trabalho que, normalmente, não tem espaço para acontecer em vésperas de jogos oficiais.
"Tivemos oportunidade de ter mais tempo para trabalhar pormenores que em espaço de seleção, em virtude de estarmos sempre muito perto da competição, normalmente não temos. Depois de uma paragem de seis meses, conseguimos ter tempo e espaço para trabalhar situações que de outra forma não conseguiríamos aprofundar", explicou, admitindo que uma das dificuldades sentidas foi o facto de nesta altura as atletas estarem em ritmos competitivos diferentes entre elas.
Durante o estágio, que começou a11 de setembro, foram realizados dois jogos-treino, e Francisco Neto revela que o crescimento da equipa foi notório. "Esses dois jogos serviram para aferir se aquilo que tínhamos estado a trabalhar estava a ser interiorizado pelas jogadoras e, a cada jogo. Vimos um pensamento mais coletivo, com as jogadoras a pensaram o mesmo em simultâneo, o que revela que cada vez mais percebem a nossa ideia de jogo", congratulou-se o treinador.
Em outubro, Portugal defronta por duas vezes o Chipre, primeiro fora e depois em casa, em jogos de qualificação do grupo E para o Campeonato da Europa, e Francisco Neto antevê "dois jogos difíceis".
"Apesar de o Chipre estar abaixo de nós no ‘ranking', serão dois jogos difíceis. É uma equipa que em casa fecha muito as linhas, procura defender e sair em transição, o que complica o jogo até o conseguirmos desbloquear. Por isso, nestes dias procurámos ver os pontos que temos de explorar e o que fazer para desbloquear o jogo o mais cedo possível, pois sabemos que são dois jogos que teremos obrigatoriamente de ganhar para atingir os nossos objetivos", afirmou.
Este estágio ficou também marcado pela presença de algumas caras novas entre as jogadoras convocadas, casos de Alicia Correia, de 17 anos, ou Ana Seiça, de 19. Francisco Neto desvaloriza o fator idade e realça que o mais importante é a competência e qualidade cada vez maior das jogadoras nacionais.
"Estamos, sobretudo, atentos à qualidade e à competência. Procuramos que as jogadoras melhor respondem aos desafios onde vamos estar inseridos, independentemente do bilhete de identidade. Felizmente, temos uma geração onde, fruto do trabalho dos clubes e das seleções de base, têm aparecido jogadoras mais novas para virem à seleção A. São jogadoras com qualidade para aqui estarem e quem cá está há mais tempo tem-nas recebido bem porque quem chega vai ser sempre uma mais-valia para a equipa", sublinhou.
Francisco Neto admitiu que o clima de incerteza que rodeia todas as atividades condiciona o trabalho que tem de ser feito, mas prefere focar-se na possibilidade de não haver mais impedimentos a que o futebol continue a jogar-se nos relvados.
"No fundo, o que é mais diferente é que a nossa base de dados de jogadoras tem de ser sempre mais alargada, pois pode alguma jogadora estar impossibilitada de estar connosco, e, por isso, procuramos antecipar ao máximo as segundas linhas. Sabemos que há uma grande incógnita sobre o futuro, mas acreditamos que vamos jogar e a mensagem que passamos às jogadoras é de prevenção para que possam estar prontas em outubro, porque é importante que haja futebol e que haja competição", concluiu.
A armada lusa retoma em outubro a qualificação para o próximo Campeonato da Europa feminino, com dois jogos frente ao Chipre, fora e em casa. A fase final do Europeu, inicialmente marcada para o verão de 2021, passou para julho de 2022, mantendo-se a Inglaterra como anfitriã.
Portugal encontra-se na terceira posição do Grupo E de qualificação, com quatro pontos, atrás da Escócia, que tem seis, e da líder Finlândia, com dez pontos e mais dois encontros disputados.
Apuram-se para a fase final os vencedores de cada grupo mais os três segundos classificados com melhores resultados face ao primeiro, terceiro, quarto e quinto no seu grupo. Os restantes segundos vão disputar um ‘play-off' em data a definir, para assegurar as últimas três vagas na fase final.
*Com LUSA
Fonte: FpF.PT
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