sábado, 29 de janeiro de 2022

Serpense num ciclo de esperança em 2022

 

Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Só na primeira jornada da segunda volta do Campeonato de Portugal é que o Futebol Clube de Serpa conseguiu a segunda vitória. Está por aí um novo ano, com novos desafios, esperando-se que o rumo seja diferente. Com novas ideias, novos protagonistas e motivação acrescida.

 

Texto Firmino Paixão

 

Estamos a oito jornadas do termo da primeira fase do Campeonato de Portugal. A última ronda está prevista para o início do próximo mês de março. Nessa altura, as duas primeiras equipas de cada uma das seis séries avançarão para a disputa da fase de subida à Liga III (subirão as duas primeiras de cada uma das duas séries que se irão formar) e as restantes oito de cada série, num total de 48, serão divididas em séries de quatro equipas e competirão na chamada fase de manutenção/descida.

 

O único representante da Associação de Futebol de Beja é o Futebol Clube de Serpa, atualmente a ocupar o penúltimo lugar da Série F, com duas vitórias e oito derrotas, aquando desta entrevista (edição 2072). O primeiro triunfo dos serpenses foi conquistado à quarta jornada, sobre o Barreirense (1-0) quando a equipa era ainda orientada por Marcos Borges, o obreiro da subida a este patamar.

 

No segundo triunfo, conseguido na jornada 10, sobre o União de Montemor, a equipa já estava sob orientações do treinador João Daniel Rico que, entretanto rendera Marcos Borges. O triunfo sobre o Montemor, referiu o técnico ao “Diário do Alentejo”, “foi importante para a confiança da equipa, mas nada mais”, justificando: “O União de Montemor apresentou muitas das dificuldades que nós também sentimos. Ambas as equipas estão longe do potencial de quase todos os outros adversários”. Mas garantiu: “O nosso objetivo, nesta fase, passa por isso mesmo, entrar para cada jogo para competir a sério e, no caminho, irmos criando processos e uma identidade de jogo. As vitórias surgirão, em consequência disso”.

 

O próprio plantel também sofreu alterações após a chegada de João Daniel Rico, com o reforço dos atletas Pedro Seco, médio de 23 anos, oriundo do Mineiro Aljustrelense, e do guineense Madiu Bari, de 23 anos, vindo de Itália, também ele centro campista.

 

No entanto, garantiu o treinador do Serpa, “para além destes dois jogadores já estão mais alguns contratados e outros com os quais mantemos conversações”. João Daniel Rico assegura: “O objetivo passa por reestruturar o plantel e garantir reforços para todos os setores. Sabemos o quão difícil é convencer jogadores a optar por um clube que, neste momento, se encontra nos últimos lugares, mas a credibilidade que se vai conquistando tem ajudado nesse sentido”.

 

No entanto, a convicção do técnico do emblema da cidade de Serpa é a de que a manutenção da equipa no Campeonato de Portugal é possível, tendo em conta que a segunda fase é que será determinante: “Claro que sim! Sabemos que os moldes competitivos deste Campeonato de Portugal nos permitem ir crescendo em competição, sem a necessidade premente de conquistar pontos para não descer de divisão”. E assegura, João Daniel Rico, “o objetivo da manutenção será disputado nos seis jogos finais”, lembrando que “ainda assim, trabalhar sobre vitórias ajuda muito no crescimento da equipa e na própria ligação entre o grupo de trabalho”, tendo até em conta que “algumas equipas não estão muito longe em termos pontuais, [pelo que] é possível terminar esta fase numa posição mais condizente”.

 

O Futebol Clube de Serpa iniciou esta edição do Campeonato de Portugal (prova em que foi estreante) com uma derrota no terreno do União de Montemor, à segunda jornada caiu para o 10.º e último lugar da tabela de pontos, lugar de onde saiu, apenas, na última jornada disputada em 2020, a 10ª ronda, primeira da segunda volta do campeonato, após o já referido triunfo sobre o Montemor, por duas bolas a uma. Tem-se revelado uma formação com baixa capacidade de finalização. A prová-lo estão os escassos seis golos que marcou nas 10 jornadas, contra os 27 que sofreu e que lhe conferem a condição de equipa com maior número de golos sofridos.

 

Em contraponto com aquilo que tem sido a sua prestação, menos positiva, no Campeonato de Portugal, o Futebol Clube de Serpa conseguiu o brilharete de atingir a quarta eliminatória da Taça de Portugal, feito que, além de lhe ter conferido prestígio, também confortou, de certa maneira, a sua tesouraria. O seu percurso na “festa maior do futebol português” começou pela isenção da primeira eliminatória, na segunda recebeu e venceu o Olivais e Moscavide (distrital da Associação de Futebol de Lisboa), por quatro bolas a zero, na terceira ultrapassou o Sporting da Covilhã (da II Liga), com uma igualdade sem golos no tempo regulamentar e prolongamento, e vitória por 7-6 no desempate em marcação de grandes penalidades e, finalmente, já na quarta ronda da prova, caiu perante o poderoso Estoril Praia (equipa revelação da I Liga), sofrendo uma derrota por 0-5. Um percurso que, em qualquer das eliminatórias a equipa foi comandada por Marcos Borges.

 

Um olhar final para as outras duas equipas da Série F que representam a região transtagana, o Juventude Sport Clube, de Évora, e o Grupo União Sport, de Montemor-o-Novo. Os primeiros são a equipa da região alentejana melhor classificada na série, com o 6.º lugar, mas a 12 pontos do líder. A formação eborense jogará no domingo em Montemor, numa repetição de um autêntico dérbi que na primeira volta, no Estádio Sanches de Miranda, terminou empatado sem golos. O União é o atual “lanterna vermelha” da série, com menos um ponto que o Serpa e menos seis que o Juventude.

 

(Artigo publicado na edição nº 2072 a 7 de dezembro 2021)

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