segunda-feira, 11 de julho de 2022

Bola de trapos, edição de 1/7/2022, no Diário do Alentejo

 

José Saúde
Castrense vencedor da Taça e da Supertaça
Recorro a legados deixados pelo distinto jornalista Melo Garrido, viajo pelo campo do quimérico fenómeno futebolístico e dou por mim a rever uma temática maravilhosa: a disputa da “Taça Cidade de Beja” na longínqua época de 1924/1925. Uma competição onde participaram o Luso, União, “Glória ou Morte” e o Despertar. A prova foi disputada a duas voltas, sendo a final entre o Luso e o Despertar a 25 de janeiro de 1925, ficando o registo que o troféu foi ganho pela equipa do Luso. É compreensível que a Associação de Futebol de Beja (AF Beja), fundada precisamente a 30 de março de 1925, se bem que a primeira “Acta” oficial só fora lavrada a 2 de março de 1926, se apresentasse, nesses tempos, como um órgão ainda embrião, uma vez o prodígio evoluía e tornava-se urgente a sua afirmação. Neste contexto, importa salientar que a AF Beja é uma instituição que jamais renegou os seus valores desportivos, sendo legitmamente verdadeiro que a competição da Taça tem ganho contornos verdadeiramente inimagináveis. É comum a comunidade desportiva citar que a Taça é, sem dúvida, a festa do povo. E foi precisamente a essa elegante festa do povo que tivemos oportunidade em assistir no pretérito 16 de junho, ou seja, presenciámos ao vivo e a cores à final da Taça do Distrito, 2021/2022, que opôs o Futebol Clube Castrense e o Grupo Desportivo Renascente, de São Teotónio, e cujo encontro decorreu no Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja. Afirmaremos, com a merecida convicção, que o embate foi interessante. A velha Pax Júlia assumiu-se como anfitriã de um mar de gentes que num apoio sistemático às equipas não se resguardaram em aplaudir os seus jogadores. Nas proximidades do Complexo Desportivo havia gentes que se espalhavam pelos seus arredores, sendo os seus espaços verdes circundantes áreas de liberdade e que se assumiram como porto de abrigo a todos aqueles que euforicamente aguardavam pelo começo do prélio. Depois, no interior do recinto os adeptos ocuparam espaços diferentes, mormente numa bancada onde as vozes de apoio proliferavam. No final a festa fez-se em tons de verdes, ou seja, da equipa que viajou das planícies do prodigioso Campo Branco. Resta, porém, inserir nesta crónica que AF Beja esteve literalmente empenhada na concretização de um evento que teve direito a filmagens por parte do Canal 11, um órgão de comunicação social da Federação Portuguesa de Futebol. Mas, a exaltação castrense voltou a rejubilar no sábado seguinte, a 25, no Complexo Desportivo Manuel Baião, em Serpa, com o FC Castrense a vencer (1-0) o campeão Vasco da Gama da Vidigueira e levar para Castro Verde a Supertaça. E foi assim que AF Beja deu por terminada a época desportiva.

Fonte: Facebook de Jose Saude

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