Esta é uma daquelas questões em que as opiniões são como as uvas, possivelmente cada treinador terá a sua. Pessoalmente prefiro não fazer muitas alterações a meio da época, será sinal que a planificação no inicio da época não foi a melhor da minha parte. É certo que poderão existir jogadores que não se adaptem, que não rendem o esperado, por isso aceito duas, três mexidas no máximo a meio da época, mas terão que ser reforços na verdadeira acepção da palavra e que se enquadrem humanamente nas características do grupo de trabalho. Para o sucesso de uma equipa o mais importante é o espírito que se cria no grupo de trabalho, os laços de amizade que se criam no balneário, solidariedade, respeito, os objectivos individuais e colectivos, dai considerar que as mexidas a meio da época são negativas, pois mexe com todos estes aspectos, e quem tem a experiência de balneário sabe que estas questões afectam o grupo de trabalho, é a tristeza de ver um amigo partir, são as rotinas de equipa que se perdem e tem que se recomeçar tudo de novo o que atrasa e preparação da equipa, é um gasto financeiro maior para o clube e corremos sempre o risco de os reforços não serem o que esperávamos. É verdade que se pode dizer que a vida de futebolista é mesmo assim, que tem que estar preparado para sair ou entrar em qualquer altura, mas um balneário é um ambiente familiar quando se cria um bom grupo de trabalho, e ninguém gosta de ver um familiar partir ou chegar um intruso a meio da época, posso parecer sentimental, mas sou um treinador que pensa que o lado humano terá muita importância no êxito da equipa, e este lado humano não se confunde com falta de regras ou com o estar por ser amigo, este lado humano refere-se ao profissionalismo. Por isso prefiro acabar a época com quem entrou no barco no inicio e só no fim, quando a própria estrutura mental do atleta está preparada psicologicamente para as alterações e para novos desafios com novos companheiros.Fonte :João Prates http://joaopratestreinadorfutebol.blogspot.com/
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