José Saúde
Num deambular constante pelas velhas
modalidades desportivas, dou por mim a reviver tormentas de águas
passadas e a deparar-‑me com realidades que atempadamente absorvi.
Conheço o contexto generalizado da família Zé Bento. A pedra base que
deu ânimo a uma geração de armeiros em Beja teve como âncora principal o
velho Zé Bento, que digna e honradamente conheci. O seu
estabelecimento, situado numa das esquinas da rua Camilo castelo Branco,
na velha Pax Julia, era uma azáfama infindável. Bebiam-se informações
profícuas sobre o teor da caça desportiva e de relembrados torneios
populares de tiros aos pratos. Os conhecimentos do “mestre” Zé Bento em
matéria de armas de caça, ou da técnica usada nas caçadas, ou de
organizações de eventos, eram enormes. Partiu para a tal viagem sem
regresso e deixou os seus inequívocos saberes ao seu filho Zé Bento.
Recordo, com saudade, a forma como a espingardaria Zé Bento evoluiu no
tempo e os momentos excecionais onde se dissecavam retalhos de uma
salutar vida desportiva passada nos campos alentejanos. E terá sido essa
herança que Luís Monteiro, outrora armeiro como o pai e o avô, num
pulsar imutável a um mundo onde cresceu, se fez homem e campeão, ousou
estender um legado que o tornou como um mensurável atleta de alta
competição. O Luís Monteiro é um dos filiados do Clube de Tiro e Caça de
Elvas e as suas presenças na seleção nacional da federação são usuais.
Os seus dotes em atirar às hélices fizeram dele um consagrado
desportista que leva o nome do Alentejo a diversas partes do mundo.
Aliás, não será um disparate afirmar, seguramente, que o engenho e arte
impostos pelo Luís Monteiro numa modalidade que fez dele um verdadeiro
campeão, merecem manifestos elogios para o rapaz que nasceu em Beja e se
prontifica para enaltecer uma geração de gentes que jamais descuraram
uma modalidade à qual se entregaram de corpo e alma. Força, campeão!
Fonte: http://da.ambaal.pt
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