O castrense perdeu em casa com o Boavista e ficou afastado na Taça de Portugal em futebol feminino. À quarta eliminatória terminou o sonho, mas o percurso foi digno e prestigiante para o emblema de castro Verde.
Texto e fotos Firmino Paixão
As derrotas trazem sempre um sabor amargo, mas quando as vitórias ficam ali tão perto, à distância da sorte de as bolas ganharem a trajetória que se deseja, o fel do insucesso vem mais à flor da pele. Foi um pouco disso que sucedeu com as jogadoras do castrense, quando Ana Rita Batista talhou dois chapéus à guardiã axadrezada, que o destino afastou da rota que daria substancial avanço à equipa alentejana. Depois veio a ansiedade, fragilizou o racional e a equipa visitante fez o que a outra não foi capaz, marcou dois golos antes do intervalo e na segunda metade geriu a vantagem. Só perto do fim, portanto, tarde de mais, o castrense encurtou a distância. E o sonho ficou por aqui, mas o caminho que ficou para trás foi brilhante e ainda resta completar a outra das frentes em que o clube está envolvido, o Campeonato Nacional de Promoção.
Gonçalo Nunes, treinador do castrense, concordou com a análise: “Infelizmente, não conseguimos materializar as oportunidades de golo da primeira parte, dois remates de Ana Rita Batista a passarem rente ao poste e depois são as desconcentrações do costume, já vem sendo hábito a defesa ‘entregar o ouro ao bandido’, mas isto é um coletivo, toda a gente tem que estar empenhada e concentrada”. Por isso, o técnico ficou insatisfeito e disse: “Estou orgulhoso, não consigo estar satisfeito, porque acabo de perder um jogo, é impossível, perdi por um, mas é como se perdesse por quatro ou cinco, tinha a ambição de ganhar, acho que tínhamos possibilidade de vencer o jogo, estávamos a perder unicamente na experiência, isso foi algo que nos faltou, mas estou muito orgulhoso pelo comportamento das minhas jogadoras”.
No domingo a equipa de castro Verde retoma o Nacional de Promoção, a outra frente em que está envolvida e onde ocupa o sétimo lugar, com uma receção ao líder, Paio Pires, e o treinador assegurou: “A nossa ambição é chegarmos ao sexto lugar, recebemos o Paio Pires, mas na primeira volta tivemos oportunidades claríssimas de ganhar lá o jogo, perdemo-lo por 3-2, mais uma vez, de forma inglória e por falta da tal experiência e de concentração, estivemos sempre na frente, por isso temos hipótese de ganhar ao primeiro classificado, mas agora vamos ver se as miúdas conseguem desanuviar desta derrota na taça e motivar-se para o resto do campeonato no qual têm tido um comportamento muito digno e assim irão continuar”. E confirmou que afinal a aposta foi correta. “Foi um sonho meu”, assumiu Gonçalo Nunes, “uma aposta do clube e do presidente Carlos Pereira, provando que a qualidade está cá e o nosso percurso na Taça de Portugal demonstra bem isso, porque ficámos entre as 16 melhores equipas e fomos uma das seis da 2.ª divisão a chegar a esta fase entre 44, por isso, estou muito agradecido ao castrense, foi o nosso sonho e esperamos que continue por muitos anos”, concluiu.
castrense, 1-Boavista, 2
Estádio Municipal de castro Verde (Campo n.º 2).
Árbitra: Marisa Sousa (Beja), auxiliada por Pedro Jonas e Sérgio Teixeira.
castrense: Isabel Peixeiro; Magda Gomes, Carolina Silva, Cristina Teixeira (cap.) e Ana Gil (Joana Carona, 45’ e Inês Filipa, 54); Filipa Caixeiro, Jeka Pacheco; Ana Beja; Andreia Vieira (Andreia Santana, 65’), Catarina Cuiça e Ana Rita Batista.
Treinador: Gonçalo Nunes.
Boavista: Catarina Barradas; Sara Monteiro, Isabel Silva, Marta Lourenço (Ana Ferreira, 53’) e Figo (cap.). Flávia Marino (Maria João Matos, 71’), Bárbara Azevedo (Landinha, 80’) e Francisca Cardoso; Adriana Gomes, Teresa Coutinho e Beatriz Rodrigues.
Treinador: Artur Noronha.
Marcador: 0-1 (22’) Francisca Cardoso; 0-2 (39’) Flávia Marino 1-2 (82’). Inês Filipa (82’).
Disciplina: Amarelos a Ana Ferreira (62’) e Carolina Silva (67’).
Fonte: http://da.ambaal.pt
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