O plantel do Piense Sporting Clube realizou testes de avaliação da condição física no Laboratório de Apoio à Atividade Física e Saúde da Escola Superior de Educação (ESE) de Beja. Uma atitude inovadora.
Texto e fotos Firmino Paixão
Não sendo inédito, é quase invulgar uma equipa de futebol regional procurar avaliações científicas da condição física dos seus atletas. Pedro Caixinha, na época de 2003/4, quando lecionava na ESE de Beja e treinava o Vasco da Gama de Vidigueira, fê-lo. Uma dúzia de anos depois, o treinador João Daniel Rico, técnico do Piense, repetiu a experiência e submeteu os seus jogadores ao que qualificou como “testes com várias valências, em que conseguimos determinar a potência aeróbica, determinar a velocidade de reação, a força explosiva e até algumas assimetrias musculares”. Uma atitude que o jovem técnico sabe que “não é fundamental, nem determinante, não é isto, por si só, que ganha os jogos, mas, tendo à nossa disposição meios para conhecermos e prepararmos melhor os atletas, não vejo por que não o fazer. Normalmente são as equipas profissionais que fazem estes testes, mas nós, sendo amadores, temos que ser o mais profissionais possível”.
João Daniel sublinhou também que “é uma situação quase pioneira, são testes físicos mais específicos do que os testes de campo que fazemos normalmente, falámos com as pessoas da ESE que rapidamente se prontificaram a ajudar e aqui estamos no sentido de me ser facultada, como treinador e nesta fase inicial da preparação, uma ideia do nível físico em que os atletas se encontram”.
Lembrou ainda que “na época passada efetuámos uma avaliação menos específica, com uma bateria de testes de campo, mas quisemos inovar, procurámos obter resultados mais fidedignos e, em conversa com os professores da ESE, achámos por bem, quer para nós, pela questões que já referi, quer para eles, porque enfim, é uma situação inovadora – hoje somos nós, numa próxima época serão outros – porque o Laboratório está à disposição de todos e apetrechado com as melhores condições”. Depois desta avaliação, concordou, o trabalho de campo será consoante os dados da avaliação: “Há algumas sugestões que podemos tirar nesse sentido, principalmente nas questões musculares, percebermos se um atleta poderá estar ou não propenso a desenvolver uma lesão e isso ajuda-nos, até porque temos alguns jogadores novos no plantel que eu não conhecia e, com estas componentes, vou poder conhecê-los melhor, porque fico com mais informação”.
Por sua vez, João Caçoila, o técnico operacional que realizou os testes aos jogadores do Piense, assegurou que “o laboratório dá apoio à licenciatura e ao mestrado que a ESE tem na área do desporto e também apoia a comunidade, numa vertente mais virada para as performances desportivas, como é o caso destes atletas”, afirmando que “não só na área do futebol mas em todas as modalidades desportivas, sendo que o ciclismo, na vertente de BTT, é a modalidade que mais frequenta o nosso laboratório”. João Caçoila elogiou a atitude do técnico do Piense que “achou por bem fazer estes testes na ideia de poder diagnosticar possíveis lacunas em alguns atletas, podendo personalizar mais o treino para esta ou aquela personalidade que aqui revele essa necessidade e, por outro lado, avalia a capacidade de cada jogador, o que terá, certamente, influência no planeamento de treino que fará”.
Caçoila sublinhou a importância dos testes “no planeamento da época e na prevenção ou correção de desequilíbrios que possam existir através do treino, com exercícios corretivos”, afirmando que “é feito o diagnóstico e emitido o relatório de cada atleta, que é entregue aos treinadores e nós também nos disponibilizamos para a sua interpretação e para uma possível colaboração na prescrição dos exercícios”. Sempre na perspetiva de uma melhoria do rendimento desportivo porque, concluiu, “também andei no futebol, estou ligado ao desporto desde sempre e entendo que todos os fatores que nos ajudem a melhorar o rendimento e a performance dos jogadores são bem-vindos e nós, Instituto Politécnico de Beja, ficamos contentes por estarmos a contribuir também para uma boa época do Piense”.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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