José Saúde
A extirpada génese desportiva que fecundava
generosos atletas que se afirmavam no areópago de um prodígio admitido
como fenomenal e que ditava valores herdados pelos progenitores, foi uma
temática que outrora botou palavra no conceito desportivo. Puxo pelos
galões de homens sábios do antigamente que conheceram essa manifesta
realidade e revejo-me nesse lote de seres humanos cujos ditos
verbalizados originavam indubitavelmente uma crença que se assimilava ao
dito popular “tal pai, tal filho”. Tradição de família, afiançavam os
mais idosos. Porém, a amostragem por ora visualizada deixa antever que a
génese desportiva já não é o que era. Existem espaços, ainda que raros,
que significam que esses valores do passado surgem à estampa embora
admitidos como invulgares. Conheci verdades que dantes eram consideradas
comuns mas que o tempo ousou transfigurar. Confinado à textualização de
fatores que absorvem análises profícuas de valores legados, cito Pedro
Caixinha. Filho de um antigo jogador de futebol e um brilhante forcado
na festa brava, João Caixinha, o Pedro cedo se disponibilizou para
construir o seu próprio futuro. Foi guarda-redes, defendeu as cores de
diversos emblemas, identificou-se em pleno com o mundo estudantil,
esforçou--se nos estudos, trilhou caminhos seguros e licenciou-se em
Educação Física. Estava dado um passo gigante para a sua válida
afirmação. O cosmos de treinador era a sua explícita aspiração. Começou
por baixo, passou fronteiras onde o teor da dificuldade imperava, não se
deu por vencido, vestiu a pele de um aventureiro competente, bebeu
ensinamentos nas melhores escolas do futebol mundial, debitou conceções
importantes, galgou raias só ao alcance dos dotados e um dia atingiu o
sucesso. No Santos Laguna, México, conquistou títulos, ganhou projeção e
o sonho do treinador bejense é um dia “chegar à Champions”. Na génese
desportiva do Pedro Caixinha existem memoráveis adjetivações que fazem
dele uma inquestionável referência. Na poltrona, onde por enquanto o
guerreiro descansa, vislumbram-se voos de irrefutáveis êxitos.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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