sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Um tributo aos pioneiros


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O Clube de Ténis de Mesa do Externato António Sérgio resultou da recuperação das tradições desta modalidade em Beringel, uma terra onde houve sempre muito ecletismo, o gosto por muitos desportos.

Texto e foto Firmino Paixão


R ui Ferro, diretor pedagógico do Externato António Sérgio, de Beringel, é um entusiasta e praticante da modalidade, também o coordenador deste novo projeto desportivo corporizado pelo Clube de Ténis de Mesa, uma modalidade com larga tradição naquela terra. O Núcleo de Ténis de Mesa, recordou, “começou na casa do meu tio Ilídio Coroa, que é, afinal, o patrono da equipa formada por um grupo de jovens que há 30 ou 40 anos praticaram ténis de mesa, depois parámos, não houve contiguidade, porque o futebol veio dominar o desporto em Beringel”. Mas hoje o Clube de Ténis é uma realidade, tem 10 atletas federados e uma retaguarda de 40 miúdos no Desporto Escolar.


O aparecimento do clube pode considerar-se um tributo àqueles que foram os percursores da modalidade em Beringel?Com certeza, essa é uma das razões que nos move, mantermos essa tradição e recordar as pessoas que muito fizeram pelo ténis de mesa em Beringel. Além de Ilídio Coroa temos que destacar também Reinaldo Campanela e  Rogério do Ó, que gostavam muito da modalidade e que, de facto, colaboraram na génese do ténis de mesa nesta terra e nós estamos a fazer um tributo a essas pessoas. Mas isso não nos chega, nós queremos mais e além de ensinarmos o ténis de mesa aos jovens e estamos a fazer isso na escola, queremos que esses jovens vão progredindo e melhorando as suas performances, para um dia mais tarde poderem chegar à equipa sénior, temos já alguns cadetes com alguma qualidade. Mas, além da prática desportiva, que é salutar para a nossa condição física, todos nós adoramos competir. A competição faz-nos regressar 30 anos e isso é muito gratificante.


O clube está ancorado ao Externato António Sérgio por questões logísticas e pela ação pedagógica que exerce nos seus alunos?Sim, é no Externato que nós treinamos, é aqui que temos o nosso material e é aqui que reunimos os nossos alunos para fazerem parte do clube. Os elementos mais velhos, que formam a equipa sénior, que é o núcleo fundamental, são pessoas com ligação ao Externato, eu e o professor Rosendo Borges, os outros são pessoas da terra, alguns que já trabalharam na escola, mas que comungam do gosto pela modalidade. Treinamos três vezes por semana, sempre com uma grande vontade de aprendermos e de melhorarmos. E repare que estamos a falar de pessoas com 50 anos, é fundamental termos estas pessoas aqui, pela sua experiência de vida e pela ajuda que dão na consolidação deste projeto.


A modalidade tem poucos polos de atividade no distrito de Beja por isso estão filiados na Associação de Ténis de Mesa de Évora? No distrito de Beja estavam federadas apenas as duas equipas de Serpa (Luso Serpense e Casa do Povo), o professor Bentes tem feito ali um trabalho fantástico e inexcedível nesta modalidade, com equipas ao nível da 2ª Divisão Nacional, enquanto nós só disputamos os campeonatos regionais. Mas temos essa ambição de um dia atingirmos a 2.ª Divisão Nacional. Não sei quando será, sei que a nossa equipa está a melhorar em termos de qualidade, agora, o ténis de mesa no distrito de Beja tem realmente pouca expressão, era importante que surgissem polos noutros sítios para que houvesse mais competitividade.


Os objetivos privilegiam a formação, a competição e o lazer...Essencialmente formar os nossos alunos, depois competir ao nível da equipa sénior federada e proporcionar um pouco de lazer, porque isso é fundamental. A política desportiva da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa tem duas vertentes bem definidas, a competição e o lazer. O ténis de mesa está a crescer em Portugal em resultado dos bons resultados de alguns jogadores de elite. É uma modalidade complexa, a NASA fez uma análise de todas as modalidades e elegeu esta com a mais difícil. A bola desloca-se a mais de 100 quilómetros/hora, nós temos de olhar para a bola e para o adversário e agir em conformidade, respondendo com o gesto técnico apropriado numa pequeníssima fração de segundo.


Têm apoios que sustentem algum projeto determinante para o enraizamento da modalidade?Não temos apoios rigorosamente nenhuns, apenas temos a logística do Externato com os seus transportes e instalações. As inscrições são da responsabilidade de cada atleta. O nosso projeto, o nosso anseio, é conseguirmos que os nossos alunos cresçam a praticar ténis de mesa e que o elejam como modalidade principal, o que nós não fizemos há 30 anos. Temos de os motivar para isso, para que este projeto tenha continuidade. Contudo, o crescimento do clube terá que ser moderado, mas muito sustentado.

Fonte:  http://da.ambaal.pt/

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