Observo lembranças que teimam em preencher nacos de histórias que envolvem semânticas aureolas de renovadas esperanças futuras. Recordações singelas mas que simbolizam épocas de um genuíno fulgor atlético. Cruzo a idoneidade proposta pelo rigor do tempo, revejo imagens e centralizo a minha ficção numa juventude que agora se depara com excelentes infraestruturas que lhe assentam como uma luva. Contemplo uma foto que data da época de 1956/1957 e espreito aquela que terá sido uma das primeiras escolas de futebol em Beja. António Feliciano, antigo jogador de “Os Belenenses”, sendo então considerado como uma das célebres torres do setor defensivo de Belém, recém chegado à velha Pax Júlia, e com uma vasta experiência no futebol primodivisionário nacional, assumiu o comando técnico do Desportivo de Beja e desde logo adotou um novo modelo para o futebol jovem bejense. Trabalhou um grupo de rapazes, incutiu--lhes o espírito guerreiro, definiu as suas posições no terreno, orientou as capacidades evidenciadas por cada atleta e formou uma equipa. Para memória futura fica a formação desse onze: Viriato, Rosa, Filipe, Carlos Alvito, Nói Madeira, Diogo Mendonça, Carocinho, Rousseau, Joaquim Madeira, Laganha e Diogo Barrocas. Acredito, piamente, que a intenção de Feliciano passasse pela descoberta de novos valores. E foi justamente desse rol de jovens que saiu uma fornada de jogadores que marcaram, mais tarde, uma inequívoca presença no futebol sénior em Beja, bem como no contexto nacional. No pretérito sábado, manhã soalheira, debitei algum tempo a apreciar o futebol dos mais novos. No sintético B, uma estrutura integrada no Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja, observei duas equipas jovens do Desportivo. Crianças que agora se deparam com excelentes condições estruturais para desenvolverem os seus dotes futebolísticos. Oxalá que o futuro de alguns seja promissor para se aliviar de vez uma nuvem negra que entretanto se abateu sobre a cidade sul alentejana. Restringimo-nos, porém, a admirar os sonhos de crianças. Mais nada.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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